A África aporta
em Salvador, Rio de Janeiro, São Luís do Maranhão trazendo o braço servil para
ajudar o Brasil a crescer. A África aporta na Avenida Marquês do Sapucaí, na
apresentação do samba-enredo – Carnaval de 2014, é o desfile de passistas,
ritmistas, puxadores de samba da Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro.
A sutileza dos
versos do samba abrange a encantadora Gaia que se estende em sua viagem ao
redor do Sol deste nosso sistema solar, onde ecoa o Samba do Salgueiro, assim
como, nos campos vibracionais mais sutis, um bater de asas de uma borboleta tem
repercussão em todo o Universo, um anjo pode ver e sentir, ao mesmo tempo, as
borboletas dos inúmeros planetas de todos os sistemas planetários.
Os mistérios
da imensidão são coisas comuns entre os seres multidimensionais: a Gaia tem
aura, tem templos sagrados onde os guardiões do mar e terra vivem espalhando
sua proteção, são irradiações luminosas de seres em forma de olorum, oxalá,
oxum, iemanjá, festejada em revéillon de cada ano nas areias das praias, iansã,
oxóssi caçador, ossanha, ogum, veneráveis da Mãe-África que o Brasil
reverencia.
Os seres
multidimensionais podem se apresentar em aspectos de comovente beleza, eles
possuem esse recurso de criar a beleza da forma como quiserem, podem usar asas,
vestir-se de luminosas roupagens que criam e têm o dom de modificar em outros
aspectos de beleza fulgurante. A luz cria imagens transcendentes. Somos
testemunhas em sonhos.
Os puxadores
de samba, aqui mesmo no Rio de Janeiro, lançam na atmosfera terrestre: “Nas
águas a felicidade... Vermelho e branco é axé pra dar um banho de amor na
humanidade, purificando o coração de quem tem fé.”
A música
Yemanya, na voz da cantora espanhola Isabel Pantoja, a viúva de Espanha, é de
comovente beleza: “Yemanya esta en el cielo la luna llena, Yemanya, vestido
blanco de frente al mar, Yemanya, los pies descalzos sobre la arena, Yemanya,
las olas vienen, las olas van.”
Salgueiro bem
diz o ar que se respira... e o vento a soprar, são forças da natureza que
dulcificam as paisagens íntimas do ser humano, elevando-o ao que ele realmente
é, em essência, um ser de luz que tem movimento e beleza.
O canto de
Salgueiro vai tocar o seu coração porque é o canto de Escola de Samba, marca
registrada da vida do Rio de Janeiro, esplendor que se irradia pelo infinito,
egrégora de cidade e de reino onde os guardiões da natureza moram.
No fundo dos
mares existem embarcações afundadas, existem prisões de prisioneiros rebeldes,
na mesma dimensão trina que está indo embora do planeta, em rescaldos da última
hora para ascender à quinta dimensão unificada, a mesma que os habitantes da
superfície terrena estão começando a entrar.
A Gaia é a
Terra, no canto do Salgueiro. Os reinos do mar ainda são desconhecidos pelos
homens que os vêem em forma de lendas e crendices do apelo religioso. Em São
Luís do Maranhão há a crença de que no fundo do mar existe o palácio de cristal
de São Sebastião.
A vida em
nossas mãos é a afirmação do Salgueiro destinada à preservação de nossos rios,
nossas matas, nossas cachoeiras que derramam águas que produzem iluminação de
energia elétrica. O que se planta nasce nesse chão.
“Meu samba vai
tocar seu coração” percebo ouvindo na plateia as mulheres lindas, enfeitadas de
vermelho e branco, sorridentes de uma alegria que nasce no coração, a bateria
sustenta o enlevo que o enredo transmite em luzes, som e cores deslumbrantes. É
o Salgueiro brilhando na avenida e nos corações dos sambistas e dos aficionados
do samba.
Escola de
Samba Acadêmicos do Salgueiro dividindo espaço no meu coração com a Estácio de
Sá (A Dança da Lua - 1993), Portela, Acadêmicos da Rocinha (A Borboleta
Encantada vai voar) e a Grande Rio que tivemos a honra de escrever nove
crônicas sobre o enredo Derrubar o Gigante, constante do blog Fernando
Pinheiro, escritor, nos meses de outubro e novembro de 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário