Com base no
Censo 2010, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou
no Jornal do Brasil – 31/10/2014, a pesquisa envolvendo o número de “12,8
milhões de brasileiros que declararam ter alguma deficiência severa, mental ou
intelectual, 7,1 milhões são mulheres e 5,7 milhões homens.” Acrescenta a
reportagem do JB que a deficiência mental ou intelectual afastou do mercado de
trabalho 26,4% dos homens e 20,8% das mulheres.
Na pesquisa do
IBGE, a maior incidência de deficiência é a partir de 65 anos de idade, sendo
que uma parcela dos 12,8 milhões de brasileiros, que participavam ativamente da
economia, pertencem a faixa etária de 54 anos de idade, começando a trabalhar
nos idos de 1956, e vejamos qual era a situação do Brasil naquela época, com a
transcrição de textos da HISTÓRIA DO BANCO DO BRASIL, de Fernando Pinheiro,
obra disponibilizada ao público pela internet no site www.fernandopinheirobb.com.br
Raras vezes, a
Presidência do Banco do Brasil foi incendiada pelo verbo inflamante de um
grande orador que fez a exposição do quadro nacional que angustiava milhões de
pessoas. O presidente Mário Brant, no discurso de transmissão de cargo,
denunciou a proliferação das negociatas e os flagelos causados pela inflação:
“No Rio, em
São Paulo, no litoral crescem os arranha–céus. Mas no interior, nas regiões
onde não medra o café e o cacau, cresce a indigência. A inflação galopa, como o
cavalo de Átila, deixando, atrás de si, a pobreza.
O quadro da
inflação pinta–se, debaixo de todos os céus, com as mesmas cores. O
encarecimento da vida, os homens desertando os campos e afluindo às cidades, em
busca de melhor salário. A febre das especulações imobiliárias. Os preços cada
dia subindo, provocando intervenções do Governo, e zombando delas. Arranha–céus
de moradas suntuosas para novos ricos, enquanto os novos pobres são mantidos
debaixo do teto pelo confisco legal do inquilinato. A proliferação das
negociatas.
Os cofres das
autarquias, das empresas, dos bancos, vazados pelos desfalques. O jogo
alastrando–se de dia na praça, de noite no pano verde. Opulência de poucos à
custa da penúria de muitos. Arrivistas estadeando cadillacs, funcionários
pendurados nos bondes. O luxo dos ganhadores afrontando os vexames da classe média.
As privações
nos lares exacerbando o gênio das famílias. Boites regurgitando com festins de
Baltasar, ao lado de famílias com fogão apagado. Ânsia de enriquecer a todo o
transe. Fortunas improvisadas. Erosão dos costumes. Desnivelamentos da
sociedade. Confusão dos espíritos, elegendo inocentes para culpados da aflição
geral. O comércio acusado de rapina. Murmuração de funcionários.
Descontentamento dos militares. A opinião desorientada pelos agitadores.
Sobressaltos, greves, maquinações, desordens – eis aí o cortejo da inflação,
nos países castigados com esse flagelo. Para esse mal os paliativos são
inúteis. Agem como sedativos passageiros. Só um remédio existe, amargo, mas
único, a resubmissão às leis econômicas.” (111)
(111) MÁRIO
BRANT, presidente do Banco do Brasil (4/11/1930 a 5/9/1931 e 16/11/1955 a
16/2/1956) – Discurso de transmissão de cargo, em 19/2/1956 – Autorização
concedida, em 26/9/2006, por Sara Caldeira Brant ao escritor Fernando Pinheiro.
Não há nada a
comentar, pois a nossa atenção está centrada nas possibilidades que fazem
diminuir o contingente de milhões de brasileiros detentores de alguma
deficiência severa, mental ou intelectual que, nos idos de 2010, era de 12,8
milhões (7,1 milhões são mulheres e 5,7 milhões mulheres – IBGE – Censo 2010).
Como temos
enfatizado em várias crônicas: o pensamento plasma a beleza como também pode
criar modificações diferentes da beleza original em circunstâncias que a
degeneram. [Série PÉGASO – Blog Fernando Pinheiro, escritor].
Vale
transcrever a nossa crônica DEMÊNCIA PRECOCE – 07 de setembro de 2014 – que
aborda assuntos que finalizam a abordagem do tema:
Um dos
recursos que os manipuladores de massas humanas têm para manter o controle é
através do medo. Assim, nas mídias sociais, na televisão e na tela grande os
filmes abarrotam o mercado consumidor induzindo sempre terror, catástrofe, em
cenas verídicas e de ficção.
Além disso, o
medo já se incorporou na vida cotidiana das pessoas que sempre são acometidas
por doenças dos mais variados matizes. A fé no ser profundo que somos, esse ser
profundo que se conecta com a fonte, é o antídoto que elimina esse campo
magnético onde a antimatéria se fez presente através do medo. Em outras
palavras, a luz elimina a escuridão.
Em depoimento
no jornal britânico, The Telegraph, edição de 06/09/014, Jeremy Hugles,
chefe-executivo da Sociedade de Alzheimer, disse que a demência por muito tempo
era vista como um processo natural que atingia as pessoas mais velhas da
sociedade. Ele finalizou: imagine você se alguém falar a palavra Alzheimer a
uma pessoa frágil que vive num lar para idosos?
O matutino
londrino revelou o resultado de pesquisa: “a demência é a doença mais temida
entre aqueles com idade entre 55 anos ou mais.” Sem dúvida, o medo exacerba os
sintomas da doença.
A demência
precoce, atingindo também os mais novos, é causada por excesso de medicação de
drogas lícitas e o uso de drogas ilícitas. O álcool, por ser uma droga, também
provoca o surgimento dessa doença, conforme demonstrado por pesquisa revelada
por aquele matutino.
O que não é
divulgado é o lado positivo existente no processo em que se desenvolve a
doença, é claro que o corpo fica mutilado de suas funções físicas. No entanto,
há benefícios que repercutem no mundo íntimo do paciente. A cultura oriental é
mais suscetível de compreensão deste aspecto do que a ocidental.
Quanta bagagem
de detritos mentais foi acumulada ao longo da vida em hábitos que continham a
antimatéria (medo, desamor, saudades aflitivas de amores que partiram,
sentimentos de culpa que engendram comportamentos depressivos, e outros lixos
mentais), tudo isso fervilhando em pensamentos, por ser energia, causando
circuitos que destroem neurônios! Em consequência, o sistema imunológico é
afetado e a doença se instala de vez.
Ao invés de
observar a Alzheimer e as formas mais raras de demência (doença de Parkinson,
doença de Huntington, doença de Creutzfeldt-Jakob), como algo desagradável,
pensemos que há o esquecimento de algo que não nos convém falar, como o sono
que faz adormecer as horas agitadas com benefício para o corpo físico, onde se
recompõe de energias gastas.
Imaginemos que
alguém fosse embarcar de avião e tivesse conduzindo 500 quilos num carrinho de
mão, seria barrado no balcão do check in da companhia aérea e levaria apenas 20
quilos permitidos e alguns a mais na cota de excesso de bagagem a pagar. Todos
lucrariam, a tripulação e os passageiros, bem como os amigos e familiares que
saberiam que o avião irá decolar com segurança para chegar ao destino.
A nossa
solidariedade aos portadores de demência precoce, aos médicos que os
acompanham, aos cuidadores de home care
que prestam relevantes serviços, aos familiares que estão mais próximos
para ajudá-los em suas necessidades de higiene e de conforto.
Em tudo vemos
a beleza, no sono e nas horas acordadas, todas são importantes em seus devidos
espaços de aproveitamento.
Sigamos com
leveza.
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