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sábado, 1 de novembro de 2014

DEMÊNCIA PRECOCE (II)

Com base no Censo 2010, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou no Jornal do Brasil – 31/10/2014, a pesquisa envolvendo o número de “12,8 milhões de brasileiros que declararam ter alguma deficiência severa, mental ou intelectual, 7,1 milhões são mulheres e 5,7 milhões homens.” Acrescenta a reportagem do JB que a deficiência mental ou intelectual afastou do mercado de trabalho 26,4% dos homens e 20,8% das mulheres.
Na pesquisa do IBGE, a maior incidência de deficiência é a partir de 65 anos de idade, sendo que uma parcela dos 12,8 milhões de brasileiros, que participavam ativamente da economia, pertencem a faixa etária de 54 anos de idade, começando a trabalhar nos idos de 1956, e vejamos qual era a situação do Brasil naquela época, com a transcrição de textos da HISTÓRIA DO BANCO DO BRASIL, de Fernando Pinheiro, obra disponibilizada ao público pela internet no   site www.fernandopinheirobb.com.br
Raras vezes, a Presidência do Banco do Brasil foi incendiada pelo verbo inflamante de um grande orador que fez a exposição do quadro nacional que angustiava milhões de pessoas. O presidente Mário Brant, no discurso de transmissão de cargo, denunciou a proliferação das negociatas e os flagelos causados pela inflação:
“No Rio, em São Paulo, no litoral crescem os arranha–céus. Mas no interior, nas regiões onde não medra o café e o cacau, cresce a indigência. A inflação galopa, como o cavalo de Átila, deixando, atrás de si, a pobreza.
O quadro da inflação pinta–se, debaixo de todos os céus, com as mesmas cores. O encarecimento da vida, os homens desertando os campos e afluindo às cidades, em busca de melhor salário. A febre das especulações imobiliárias. Os preços cada dia subindo, provocando intervenções do Governo, e zombando delas. Arranha–céus de moradas suntuosas para novos ricos, enquanto os novos pobres são mantidos debaixo do teto pelo confisco legal do inquilinato. A proliferação das negociatas.
Os cofres das autarquias, das empresas, dos bancos, vazados pelos desfalques. O jogo alastrando–se de dia na praça, de noite no pano verde. Opulência de poucos à custa da penúria de muitos. Arrivistas estadeando cadillacs, funcionários pendurados nos bondes. O luxo dos ganhadores afrontando os vexames da classe média.
As privações nos lares exacerbando o gênio das famílias. Boites regurgitando com festins de Baltasar, ao lado de famílias com fogão apagado. Ânsia de enriquecer a todo o transe. Fortunas improvisadas. Erosão dos costumes. Desnivelamentos da sociedade. Confusão dos espíritos, elegendo inocentes para culpados da aflição geral. O comércio acusado de rapina. Murmuração de funcionários. Descontentamento dos militares. A opinião desorientada pelos agitadores. Sobressaltos, greves, maquinações, desordens – eis aí o cortejo da inflação, nos países castigados com esse flagelo. Para esse mal os paliativos são inúteis. Agem como sedativos passageiros. Só um remédio existe, amargo, mas único, a resubmissão às leis econômicas.” (111)
(111) MÁRIO BRANT, presidente do Banco do Brasil (4/11/1930 a 5/9/1931 e 16/11/1955 a 16/2/1956) – Discurso de transmissão de cargo, em 19/2/1956 – Autorização concedida, em 26/9/2006, por Sara Caldeira Brant ao escritor Fernando Pinheiro.
Não há nada a comentar, pois a nossa atenção está centrada nas possibilidades que fazem diminuir o contingente de milhões de brasileiros detentores de alguma deficiência severa, mental ou intelectual que, nos idos de 2010, era de 12,8 milhões (7,1 milhões são mulheres e 5,7 milhões mulheres – IBGE – Censo 2010).
Como temos enfatizado em várias crônicas: o pensamento plasma a beleza como também pode criar modificações diferentes da beleza original em circunstâncias que a degeneram. [Série PÉGASO – Blog Fernando Pinheiro, escritor].
Vale transcrever a nossa crônica DEMÊNCIA PRECOCE – 07 de setembro de 2014 – que aborda assuntos que finalizam a abordagem do tema:
Um dos recursos que os manipuladores de massas humanas têm para manter o controle é através do medo. Assim, nas mídias sociais, na televisão e na tela grande os filmes abarrotam o mercado consumidor induzindo sempre terror, catástrofe, em cenas verídicas e de ficção.
Além disso, o medo já se incorporou na vida cotidiana das pessoas que sempre são acometidas por doenças dos mais variados matizes. A fé no ser profundo que somos, esse ser profundo que se conecta com a fonte, é o antídoto que elimina esse campo magnético onde a antimatéria se fez presente através do medo. Em outras palavras, a luz elimina a escuridão.
Em depoimento no jornal britânico, The Telegraph, edição de 06/09/014, Jeremy Hugles, chefe-executivo da Sociedade de Alzheimer, disse que a demência por muito tempo era vista como um processo natural que atingia as pessoas mais velhas da sociedade. Ele finalizou: imagine você se alguém falar a palavra Alzheimer a uma pessoa frágil que vive num lar para idosos?
O matutino londrino revelou o resultado de pesquisa: “a demência é a doença mais temida entre aqueles com idade entre 55 anos ou mais.” Sem dúvida, o medo exacerba os sintomas da doença.
A demência precoce, atingindo também os mais novos, é causada por excesso de medicação de drogas lícitas e o uso de drogas ilícitas. O álcool, por ser uma droga, também provoca o surgimento dessa doença, conforme demonstrado por pesquisa revelada por aquele matutino.
O que não é divulgado é o lado positivo existente no processo em que se desenvolve a doença, é claro que o corpo fica mutilado de suas funções físicas. No entanto, há benefícios que repercutem no mundo íntimo do paciente. A cultura oriental é mais suscetível de compreensão deste aspecto do que a ocidental.
Quanta bagagem de detritos mentais foi acumulada ao longo da vida em hábitos que continham a antimatéria (medo, desamor, saudades aflitivas de amores que partiram, sentimentos de culpa que engendram comportamentos depressivos, e outros lixos mentais), tudo isso fervilhando em pensamentos, por ser energia, causando circuitos que destroem neurônios! Em consequência, o sistema imunológico é afetado e a doença se instala de vez.
Ao invés de observar a Alzheimer e as formas mais raras de demência (doença de Parkinson, doença de Huntington, doença de Creutzfeldt-Jakob), como algo desagradável, pensemos que há o esquecimento de algo que não nos convém falar, como o sono que faz adormecer as horas agitadas com benefício para o corpo físico, onde se recompõe de energias gastas.
Imaginemos que alguém fosse embarcar de avião e tivesse conduzindo 500 quilos num carrinho de mão, seria barrado no balcão do check in da companhia aérea e levaria apenas 20 quilos permitidos e alguns a mais na cota de excesso de bagagem a pagar. Todos lucrariam, a tripulação e os passageiros, bem como os amigos e familiares que saberiam que o avião irá decolar com segurança para chegar ao destino.
A nossa solidariedade aos portadores de demência precoce, aos médicos que os acompanham, aos cuidadores de home care  que prestam relevantes serviços, aos familiares que estão mais próximos para ajudá-los em suas necessidades de higiene e de conforto.
Em tudo vemos a beleza, no sono e nas horas acordadas, todas são importantes em seus devidos espaços de aproveitamento.
Sigamos com leveza.

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