Em 30/11/1937, João Marques dos Reis assume o
cargo de presidente do Banco do Brasil. No dia seguinte, Ruy Carneiro está
investido nas funções de secretário da Presidência do Banco do Brasil. Ambos já
se conheciam, anteriormente, no trabalho, quando Marques dos Reis era o
ministro da Viação e Obras Públicas (25/7/1934 a 29/11/1937) e Ruy Carneiro,
secretário do ministro.
Nos idos de 1937, o gabinete do presidente
João Marques dos Reis era constituído dos seguintes executivos: Álvaro
Henriques de Carvalho, Oliveira Lima, Zeferino Contrucci. Completavam o staff Ruy Carneiro e Mário Neiva de Lima
Rocha, oriundos do Ministério da Viação e Obras Públicas [Revista AABB – Rio –
1937].
Três anos mais tarde, convocado por Getúlio
Vargas, e licenciado pelo Banco do Brasil, Ruy Carneiro governa, no período de
1940/1945, o Estado da Paraíba, sendo substituído pelo interventor Samuel Vital
Duarte que, mais tarde, viria a ocupar o cargo de diretor do Banco do Brasil
(9/11/1961 a 20/7/1963).
Em 1946, Ruy Carneiro recebe do povo
paraibano aclamação popular, conquistada através das urnas eleitorais. Mas a
ditadura de Getúlio Vargas fecha o Congresso Nacional, tornando–se
desnecessária a passagem do deputado pelos corredores da Câmara dos Deputados,
que se tornaram, naqueles tempos, completamente vazios. O amor pelo Banco do
Brasil fala mais alto e ele retorna aos pagos nas funções de advogado.
Com a volta de Getúlio Vargas ao poder, na
década 50 do século XX, o Congresso Nacional é reaberto.
Nessa conjuntura política, Ruy Carneiro
consegue uma façanha, à época de difícil realização na Paraíba: senador da
República durante 4 legislaturas (1951/1959, 1959/1967, 1967/1974, 1975/1977),
falecendo em pleno mandato nos idos de 1977.
A trajetória de Ruy Carneiro no Banco do
Brasil (1/12/1937 a 14/1/1960), advogado de carreira que alcançou a promoção de
advogado letra “G”, foi um funcionário que muito honrou a Empresa, quando
exercia o mandato de senador da República, estava transferido para o Quadro
Suplementar sem proventos [Almanaque do Pessoal – 1964].
Amado pelo muito que amou, com dedicação ao
BB, inclusive o apoio pela criação da Cassi – Caixa de Assistência dos
Funcionários do Banco do Brasil, projeto de vida inaugurado na gestão do
presidente João Marques dos Reis (30/11/1937 a 6/11/1945), o advogado Ruy
Carneiro é uma das glórias nacionais pela manifestação de consciência coletiva
que possuía, reconhecida por multidões que a ele recorriam, chamando–o
carinhosamente: “o escravo branco da Paraíba”.
Pela simplicidade que conservou de menino do
interior, nascido e criado em Pombal–PB, Ruy Carneiro soube alinhar as virtudes
da inocência e da sabedoria oriundas das lides humanas, sempre honradas por
ele, é símbolo de honestidade, pureza de caráter e amor ao próximo, luz imortal
que brilha no BB e no Congresso Nacional, entre tantas outras nascidas de
fontes límpidas.
Em 11/12/2007, o deputado Jorge Khouri (DEM/ BA) profere o discurso em
homenagem póstuma a João Fernandes da Cunha, funcionário do Banco do Brasil
(posse: 20/9/1940, apos.: 15/9/1970), eminente educador, biógrafo e jurista.
Durante mais de 30 anos exerceu o magistério na Faculdade de Ciências
Econômicas da UFBA – Universidade Federal da Bahia. No período de 1970 a 1974
foi diretor dessa Faculdade. Em 21/5/1992, institui e preside a Fundação João
Fernandes da Cunha.
In – HISTÓRIA DO
BANCO DO BANCO DO BRASIL, DE FERNANDO PINHEIRO, obra disponibilizada ao público
pela internet no site www.fernandopinheirobb.com.br
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