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quarta-feira, 27 de julho de 2016

LEMBRANÇAS AMÁVEIS (V)


Após seis meses no cargo, despede-se, em 15/10/1955, da Presidência do Banco do Brasil, Alcides Vidigal, substituído pelo diretor Arthur Santos. A interinidade no cargo se estendeu até 16/11/1955 [Revista AABB – Rio – 1955].
No discurso de despedida, o presidente referiu-se à conjuntura econômica nacional e aos seus atos na Presidência. E ressaltou, com destaque, a colaboração recebida da Diretoria e dos funcionários do Banco do Brasil, e frisou o feliz reencontro do seu companheiro de juventude, Arthur Santos, que ora recebia de suas mãos a Presidência [Revista AABB – Rio – 1955].
Em seguida, fez o uso da palavra Arthur Santos ao assumir interinamente a Presidência do Banco do Brasil, elogiando a atuação eficiente de seu antecessor e a honradez de seus pares, e afirmou: 
“funcionário da Casa, a cujos quadros me ufano de pertencer, saberei preservar, no posto a que fui alçado pela confiança do eminente Senhor Presidente da República, as tradições de honradez, compostura e pundonor, que tem sido o apanágio dos bons brasileiros que aqui mourejam e que construíram, através de mil vicissitudes, esta gloriosa instituição que é o Banco do Brasil”. (109)
(109) ARTHUR SANTOS, presidente (interino) do Banco do Brasil (15/10/1955 a 16/11/1955) – in Discurso de posse – Revista AABB – Rio – 1955].
Finalizando, o presidente interino, Arthur Santos, expôs colocar em prática, no Banco do Brasil, o programa de restauração nacional fixado pelo governo da República, no tocante à produção e à circulação da riqueza. Na curta gestão do presidente interino, assumiu o cargo de chefe-de-gabinete da Presidência do Banco do Brasil, Miguel Soares da Silva [Revista AABB – Rio – 1955].
No Gabinete da Presidência destacamos, ainda, a presença de José Aragão de Carvalho, João Paulo dos Reis Veloso (ministro do Planejamento – 30/10/1969 a 14/3/1979), Carlos Alberto Vieira e Júlio Marques Luz (tempos depois, viriam a ser presidente e diretor– administrativo do BEG – Banco do Estado da Guanabara, respectivamente). Nazareno Paranhos e Paulo Guajará da Cruz Saldanha que foram designados para assumir o cargo de gerente nas Agência Central – Brasília – DF e Goiânia – GO, respectivamente [ANDRADE, 1988].
Vale destacar a retrospectiva sobre a vida e a obra de Arthur Ferreira dos Santos: acadêmico, ingressa em 13/4/1946, na Academia Paranaense de Letras, recebido por Laertes Munhoz, em solenidade presidida por Oscar Martins Gomes, prestigiado pela presença de Oscar Borges de Macedo, ex–interventor (interino) do Paraná, desembargador Clotário Portugal, presidente do Tribunal de Apelação, e Dom Ático Euzébio da Rocha, arcebispo metropolitano de Curitiba – PR.
Na ocasião, afirmou: “A minha produção intelectual nasceu dos imperativos da advocacia e da política. Serviram às causas que eu patrocinava nas tribunas dos Pretórios e do Parlamento.” (110)
(110) ARTHUR SANTOS – in Apud Discurso em homenagem a Artur Ferreira dos Santos (1894/1972) proferido, em 11/10/1994, por Mário Diney Corrêa Bittencourt, em sessão solene promovida pela Academia Paranaense de Letras. 
Deputado Federal constituinte de 1934, professor de Direito Constitucional da Faculdade de Direito do Paraná (1941/1946), senador da República (1946/1951), Arthur Santos recebeu do senador Nereu Ramos, presidente do Senado Federal, a honrosa tarefa de saudar, em setembro/ 1947, no Palácio Monroe, Harry Truman, presidente dos Estados Unidos, em visita oficial ao Brasil.
Deputado Federal (1951/1955), Arthur Santos exerce o cargo de presidente da UDN – União Democrática Nacional no período de 1953/1955. Enfrentou, na tribuna da Câmara dos Deputados, a irreverência de Carlos Lacerda e a erudição acadêmica de Aliomar Baleeiro e Afonso Arinos, oradores de reconhecida notoriedade.
Em 16/11/1955, houve mudança na direção do Banco do Brasil. Com o deslocamento de Arthur Santos, presidente interino, para o cargo de diretor da CREAI (1955/1961), o presidente passou a ser Mário Brant, retornando ao cargo que exercera no período de 4/11/1930 a 5/9/1931. Interinamente, naquele mês, Edmundo Manoel de Mello Costa respondia pela Consultoria Jurídica [Revista AABB – Rio – 1955].
Designado pelo senador Nereu Ramos, presidente do Congresso Nacional, em 1947, Arthur Santos, senador da República (1946/1951), proferiu discurso de saudação a Harry Truman, presidente dos Estados Unidos, no Palácio Monroe, sede do Senado Federal, no Rio de Janeiro, em visita oficial ao Brasil [BITTENCOURT, 1994].
Integrante da Delegação brasileira à Conferência Interamericana de Bogotá, em 1948, o senador Arthur Santos defendeu a tese do princípio de arbitramento e recebeu elogios de Raul Fernandes, ministro das Relações Exteriores. Ainda em 1948, proferiu o discurso de boas– vindas a Manoel Prado, presidente da República do Peru, ressaltando os ideais pan-americanos, sem dúvida, a ideia germinadora do Mercosul [BITTENCOURT, 1994].
Em 1949, de volta a capital paulista, Arthur Santos, advogado do BB, proferiu conferência na Faculdade de Direito de São Paulo, onde se diplomou, pelo transcurso do 30° aniversário de formatura da turma de 1919. A Revista dos Tribunais, vol. 184, publicou a matéria [BITTENCOURT, 1994].
Na década de 60, do século XX, além de Arthur Santos, vale salientar as atividades políticas de dois diretores do Banco do Brasil: 
José Ferreira Keffer, diretor da CREGE – 2ª Zona (23/6/1963 a 4/6/1964), vereador da Câmara Municipal de São Paulo, deputado estadual em duas legislaturas e secretário de duas pastas – Trabalho e Governo (gestão governador Lucas Garcez).
Samuel Vital Duarte, advogado do Banco do Brasil, assumiu a direção da CREAI em 9/11/1961. Deputado Federal (1935 a 1937 e de 1946 a 1954). Participou, como convidado, da Delegação brasileira na 35ª Conferência Internacional do Trabalho, realizada, em 1952, em Genebra. Presidente nacional da OAB (1967/1969). Presidente da Câmara dos Deputados (1947 a 1949).
In HISTÓRIA DO BANCO DO BRASIL, DE FERNANDO PINHEIRO, obra disponibilizada ao público, pela internet, no site www.fernandopinheirobb.com.br

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