Após seis meses no cargo, despede-se, em
15/10/1955, da Presidência do Banco do Brasil, Alcides Vidigal, substituído
pelo diretor Arthur Santos. A interinidade no cargo se estendeu até 16/11/1955
[Revista AABB – Rio – 1955].
No discurso de
despedida, o presidente referiu-se à conjuntura econômica nacional e aos seus
atos na Presidência. E ressaltou, com destaque, a colaboração recebida da
Diretoria e dos funcionários do Banco do Brasil, e frisou o feliz reencontro do
seu companheiro de juventude, Arthur Santos, que ora recebia de suas mãos a
Presidência [Revista AABB – Rio – 1955].
Em seguida,
fez o uso da palavra Arthur Santos ao assumir interinamente a Presidência do
Banco do Brasil, elogiando a atuação eficiente de seu antecessor e a honradez
de seus pares, e afirmou:
“funcionário
da Casa, a cujos quadros me ufano de pertencer, saberei preservar, no posto a
que fui alçado pela confiança do eminente Senhor Presidente da República, as
tradições de honradez, compostura e pundonor, que tem sido o apanágio dos bons
brasileiros que aqui mourejam e que construíram, através de mil vicissitudes,
esta gloriosa instituição que é o Banco do Brasil”. (109)
(109) ARTHUR SANTOS, presidente (interino) do
Banco do Brasil (15/10/1955 a 16/11/1955) – in Discurso de posse – Revista AABB
– Rio – 1955].
Finalizando, o
presidente interino, Arthur Santos, expôs colocar em prática, no Banco do
Brasil, o programa de restauração nacional fixado pelo governo da República, no
tocante à produção e à circulação da riqueza. Na curta gestão do presidente
interino, assumiu o cargo de chefe-de-gabinete da Presidência do Banco do
Brasil, Miguel Soares da Silva [Revista AABB – Rio – 1955].
No Gabinete da
Presidência destacamos, ainda, a presença de José Aragão de Carvalho, João
Paulo dos Reis Veloso (ministro do Planejamento – 30/10/1969 a 14/3/1979),
Carlos Alberto Vieira e Júlio Marques Luz (tempos depois, viriam a ser
presidente e diretor– administrativo do BEG – Banco do Estado da Guanabara,
respectivamente). Nazareno Paranhos e Paulo Guajará da Cruz Saldanha que foram
designados para assumir o cargo de gerente nas Agência Central – Brasília – DF
e Goiânia – GO, respectivamente [ANDRADE, 1988].
Vale destacar
a retrospectiva sobre a vida e a obra de Arthur Ferreira dos Santos: acadêmico,
ingressa em 13/4/1946, na Academia Paranaense de Letras, recebido por Laertes
Munhoz, em solenidade presidida por Oscar Martins Gomes, prestigiado pela
presença de Oscar Borges de Macedo, ex–interventor (interino) do Paraná,
desembargador Clotário Portugal, presidente do Tribunal de Apelação, e Dom
Ático Euzébio da Rocha, arcebispo metropolitano de Curitiba – PR.
Na ocasião,
afirmou: “A minha produção intelectual nasceu dos imperativos da advocacia e da
política. Serviram às causas que eu patrocinava nas tribunas dos Pretórios e do
Parlamento.” (110)
(110) ARTHUR SANTOS – in Apud Discurso em homenagem a Artur Ferreira dos Santos (1894/1972)
proferido, em 11/10/1994, por Mário Diney Corrêa Bittencourt, em sessão solene
promovida pela Academia Paranaense de Letras.
Deputado
Federal constituinte de 1934, professor de Direito Constitucional da Faculdade
de Direito do Paraná (1941/1946), senador da República (1946/1951), Arthur
Santos recebeu do senador Nereu Ramos, presidente do Senado Federal, a honrosa
tarefa de saudar, em setembro/ 1947, no Palácio Monroe, Harry Truman,
presidente dos Estados Unidos, em visita oficial ao Brasil.
Deputado
Federal (1951/1955), Arthur Santos exerce o cargo de presidente da UDN – União
Democrática Nacional no período de 1953/1955. Enfrentou, na tribuna da Câmara
dos Deputados, a irreverência de Carlos Lacerda e a erudição acadêmica de
Aliomar Baleeiro e Afonso Arinos, oradores de reconhecida notoriedade.
Em 16/11/1955,
houve mudança na direção do Banco do Brasil. Com o deslocamento de Arthur
Santos, presidente interino, para o cargo de diretor da CREAI (1955/1961), o
presidente passou a ser Mário Brant, retornando ao cargo que exercera no
período de 4/11/1930 a 5/9/1931. Interinamente, naquele mês, Edmundo Manoel de
Mello Costa respondia pela Consultoria Jurídica [Revista AABB – Rio – 1955].
Designado pelo senador Nereu Ramos,
presidente do Congresso Nacional, em 1947, Arthur Santos, senador da República
(1946/1951), proferiu discurso de saudação a Harry Truman, presidente dos
Estados Unidos, no Palácio Monroe, sede do Senado Federal, no Rio de Janeiro,
em visita oficial ao Brasil [BITTENCOURT, 1994].
Integrante da Delegação brasileira à
Conferência Interamericana de Bogotá, em 1948, o senador Arthur Santos defendeu
a tese do princípio de arbitramento e recebeu elogios de Raul Fernandes,
ministro das Relações Exteriores. Ainda em 1948, proferiu o discurso de boas–
vindas a Manoel Prado, presidente da República do Peru, ressaltando os ideais
pan-americanos, sem dúvida, a ideia germinadora do Mercosul [BITTENCOURT,
1994].
Em 1949, de volta a capital paulista, Arthur
Santos, advogado do BB, proferiu conferência na Faculdade de Direito de São
Paulo, onde se diplomou, pelo transcurso do 30° aniversário de formatura da
turma de 1919. A Revista dos Tribunais, vol. 184, publicou a matéria
[BITTENCOURT, 1994].
Na década de
60, do século XX, além de Arthur Santos, vale salientar as atividades políticas
de dois diretores do Banco do Brasil:
José Ferreira Keffer, diretor da CREGE – 2ª Zona (23/6/1963 a 4/6/1964), vereador da Câmara Municipal de São Paulo, deputado estadual em duas legislaturas e secretário de duas pastas – Trabalho e Governo (gestão governador Lucas Garcez).
José Ferreira Keffer, diretor da CREGE – 2ª Zona (23/6/1963 a 4/6/1964), vereador da Câmara Municipal de São Paulo, deputado estadual em duas legislaturas e secretário de duas pastas – Trabalho e Governo (gestão governador Lucas Garcez).
Samuel Vital
Duarte, advogado do Banco do Brasil, assumiu a direção da CREAI em 9/11/1961.
Deputado Federal (1935 a 1937 e de 1946 a 1954). Participou, como convidado, da
Delegação brasileira na 35ª Conferência Internacional do Trabalho, realizada,
em 1952, em Genebra. Presidente nacional da OAB (1967/1969). Presidente da
Câmara dos Deputados (1947 a 1949).
In HISTÓRIA DO BANCO DO BRASIL, DE FERNANDO
PINHEIRO, obra disponibilizada ao público, pela internet, no site www.fernandopinheirobb.com.br
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