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domingo, 31 de julho de 2016

LEMBRANÇAS AMÁVEIS (IX)

Em janeiro/1949, o escritor Mello Nóbrega (Humberto Galiano de Mello Nóbrega) é designado inspetor do Banco do Brasil, atuando na 14ª Zona de Inspeção. Naquele ano, era membro da Comissão de Estudos Econômicos do Senado Federal. Eram decorridos 10 anos que ele tinha recebido premiação na Academia Brasileira de Letras pela publicação da obra Olavo Bilac (crítica) – 1939, láurea compartilhada com Cecília Meireles (poesia) [Revista AABB – Rio].
José Arraes de Alencar nasceu em 20/11/1896, na Vila do Araripe, Ceará, e faleceu em 6/12/1978, casou–se, em 23/7/1921, em Belém-PA, com Alda Pequeno Arraes de Alencar com que tivera os seguintes filhos: Miguel Alfredo Arraes de Alencar, tenente–coronel; Josaldo Pequeno Arraes de Alencar, engenheiro civil e eletricista, mestre em Engenharia da Produção, licenciado em Letras Clássicas e bacharel em Ciências Econômicas, integrou o quadro de engenheiros do Banco do Brasil; José Pequeno de Arraes Alencar, advogado do Banco do Brasil (Direção Geral – Carteira de Câmbio – década de 60); Alfredo Pequeno de Arraes Alencar, subchefe–de–seção (à época, designação do nível da carreira) do Banco do Brasil, antigo professor do Estado da Guanabara [ALENCAR, 1975].
Outro cearense de boa cepa, fraseado pitoresco e alegre dos bons filhos da terra dos verdes mares: Marcelo Caracas Linhares. Nos idos de 1950, era chefe–de–serviço da CREAI da Agência de Quixadá, sob as ordens do gerente Nemésio Bezerra Filho e do contador Argemiro Luiz de Assis (Revista AABB – Rio – 1950).
A Cadeira patronímica de José Arraes de Alencar, da Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, era ocupada por Marcelo Linhares, conhecido parlamentar que exerceu quatro mandatos consecutivos na Câmara dos Deputados, em Brasília–DF (1971/1987), viajou muito pelo Brasil e pelo exterior, como a indicar o próprio nome Marcelo composto por mares e céus [NOBRE, 2001].
Marcelo Linhares era natural de Fortaleza onde nasceu em 15/3/1924 e faleceu na mesma cidade em 14/8/2007, deixando viúva Irismar Machado Linhares. O casal não teve filhos. Acadêmico, era membro efetivo do Instituto do Ceará – Histórico, Geográfico e Antropológico – Fortaleza – CE, Academia Maçônica de Letras de Brasília – DF, Academia Maçônica de Letras do Estado do Ceará e da Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil.
O jurista Fernando Mendonça exerceu o magistério na Universidade Gama Filho: Professor de Direito Comercial, de Direito dos Transportes e de Direito Agrário, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros e da Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil. Bibliografia do autor: Debêntures, SP, Saraiva, 1988, Direito dos Transportes, SP, Saraiva, 1984 (1ª edição) e 1990 (2ª edição), Títulos de Crédito Rural, Rio de Janeiro, Editora Central da Universidade Gama Filho, 1989, Cédulas de Crédito Comercial e seu Negócio Subjacente, Ed. Lumen Juris, Rio de Janeiro, 1993, Vítima da Ditadura e Mártir da Educação (A Defesa do Prof. Nunes Mendonça), Editora Lumen Juris – 1993.
Fernando Mendonça, presidente do Instituto Carvalho de Mendonça de Direito Comercial, proferiu, em 27/5/1997, na Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, palestra em homenagem a J.X. Carvalho de Mendonça, consultor jurídico do Banco do Brasil (1922/1930) e fez recrudescer, dentro do Banco do Brasil, momentos inesquecíveis do passado.
Relembrou os dias ditosos em que trabalhou na COJUR – Consultoria Jurídica do Banco do Brasil, à época localizada na Rua Primeiro de Março, 66, na cidade do Rio de Janeiro, onde Carvalho de Mendonça exerceu o cargo de consultor jurídico (20/3/1922 a 20/10/1930) e se emocionava a olhar o busto em bronze de Carvalho de Mendonça que ornamentava o gabinete da COJUR.
O acadêmico Fernando Mendonça ressaltou que, inúmeras vezes, quando substituia o chefe–de–gabinete da Consultoria Jurídica, à época, Clóvis Gomes de Souza, sentia–se emocionado em sentar à mesma mesa redonda ocupada anteriormente pelos antigos consultores jurídicos em despachos com seus chefes–de–gabinete.
Acrescentou que não conheceu pessoalmente o consultor jurídico Carvalho de Mendonça, mas teve a satisfação de ser amigo dos descendentes dele (filho e neto): Roberto Carvalho de Mendonça, chefe do antigo DEJUR – Departamento do Contencioso, e José Roberto Carvalho de Mendonça, advogado lotado na Assessoria Jurídica Regional – Rio de Janeiro, à época, sob a chefia de Roberto Figueira de Mello.
Orgulhoso em possuir os retratos de Cesare Vivante e de Carvalho de Mendonça, ambos inspiradores de suas elucubrações jurídicas, colocados defronte da escrivaninha de trabalho, em sua bela residência na Ilha do Governador, o acadêmico Fernando Mendonça enfatizou: “Carvalho de Mendonça é – sem favor – o mais importante comercialista brasileiro de nosso século, em pé de igualdade, por orgulho nosso, com grandes especialistas do mundo, como Cesare Vivante e Alfredo Rocco, na Itália; George Rippert, Lyon Caen, na França; Endemann, na Alemanha, e Rivarola, na Argentina.” (192)
(192) FERNANDO MENDONÇA, presidente do Instituto Carvalho de Mendonça de Direito Comercial – in Carvalho de Mendonça – Homo Nobilis, palestra proferida, em 27/5/1997, na Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil.
Antônio Ferreira Rodrigues, funcionário que tomou posse, em 19/12/1936, na Agência do Recife, dois anos mais tarde, nos idos de 1938, com a peça O Coração, é laureado com o prêmio do concurso de peças teatrais, no júri composto por Cláudio de Souza (Academia Brasileira de Letras), Jarbas de Carvalho (Associação Brasileira de Imprensa), J. A. Batista Júnior (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais), Hernani Cardoso (Sociedade Mantenedora do Teatro Nacional), e ainda os Professores Oduvaldo Viana e Olavo de Barros [Revista AABB – Rio – 1938].
Em 16/9/1938, com a inauguração da nova sede do Club Ginástico Português, na Esplanada do Castelo, no Rio de Janeiro, a peça O Coração sobe ao palco sob a direção de Djalma de Castro Vianna [Revista AABB – Rio – Rio – 1938].
A bibliografia do autor pernambucano inclui, ainda, as seguintes obras: Gente Modesta (comédia em 3 atos), Raio de sol (comédia em 1 ato), Viagem de núpcias (vaudeville em 3 atos), e Alta Sociedade (comédia em 4 tempos cênicos) [Revista AABB – Rio – 1938].
Nessa mesma década, outro notável dramaturgo (autor e ator), funcionário do Banco do Brasil, radicado no Recife, José Hermógenes de Araújo Vianna (posse no BB: 8/9/1920, apos.: 1/11/1950), sócio da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (novembro/1937), membro da Academia Pernambucana de Letras (posse em 26/7/1938), faz subir no palco do Theatro Santa Isabel, naquela capital, Silêncio, uma de suas obras dramáticas, encenada posteriormente no Theatro Deodoro, de Maceió – Alagoas.
Na cena teatral, Hermógenes Viana representou, no Teatro Santa Isabel – Recife–PE, as seguintes peças: “A morgadinha de Valflor”, de Júlio Dantas (22 a 24/09/1945), coadjuvado com os atores Eunice Torres, José Orlando Leça, Milton Persivo Cunha, Reginalda Luna e Jovelino de Brito Silva; “A sombra”, de Dário Ricodemi (9/1/1949), no personagem Gerardo, contracenando com Reginalda Luna, Aurenita Neves, José Orlando Leça, Helena Ferraz e Estevan Torres. Iconografia: Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil.
Em pleno sucesso teatral, em 11/1/1949, Hermógenes Viana, diante de uma seleta plateia de intelectuais, fez a apresentação do Teatro dos Bancários, criado por ele, no Teatro Santa Isabel, prestigiado pela presença do delegado do Ministério do Trabalho e por dirigentes sindicais. Intelectual de grande prestígio nacional, o dramaturgo Hermógenes Viana recebeu justa homenagem de Antônio Corrêa de Oliveira, membro da Academia Pernambucana de Letras, nos idos de 1993, enaltecendo–lhe vida e obra.
Em março/1930, Alcebíades França de Faria está na Agência do Recife–PE, exercendo as funções de inspetor do Banco do Brasil. Na ocasião, encontra um seleto grupo de funcionários dedicados ao trabalho e, nas horas vagas, amantes das letras e das artes, entre os quais, destacamos:
Raymundo Mendes Sobral, gerente da Agência do Recife. Nos idos de 1939, aos domingos, dedica–se ao estudo e tradução da Doutrina Secreta, de Madame Blavasky, da qual é o tradutor, obra composta por 6 volumes.
Joaquim Ignácio Cardoso, conferente da Seção de Contas Correntes da Agência do Recife. Líder comunitário, inteligência brilhante e orador consagrado. Mais tarde, exerceu o cargo de chefe do DEPIM – Departamento de Administração do Patrimônio Imobiliário do Banco do Brasil (12/12/1957 a 2/5/1961).
Hermógenes Viana, ajudante–de–serviço da Seção de Contas Correntes da Agência do Recife. Bacharel de Direito pela Universidade de Coimbra, Portugal. Desde os idos de 1925, é vidraceiro de Taças, pois nesse ano publica a obra Taças (contos). Nas horas do cansaço, depois de ter dado as melhores horas ao Banco do Brasil, escreve crônicas para os jornais do Recife e atua, como ator, em peças para o teatro. Iconografia em nosso poder. Nesse ano, publica Silêncio!... (comédia em três atos), passando a ser ator e autor.
Antônio Ferreira Rodrigues, funcionário lotado na Agência do Recife, teatrólogo de notoriedade nacional. Um ano antes, em 16/9/1938, o Club Ginástico Português, no Rio de Janeiro, inaugura a nova sede, apresentando a peça O Coração, de Antônio Rodrigues.
Francisco Magalhães Martins, contador formado pela Faculdade de Comércio e escriturário da Agência do Recife. Três anos mais tarde, em 1942, é transferido em cargo comissionado para instalar em, 15/7/1942, a Dependência do BB em Sorocaba, interior paulista. Contista e poeta. Obra-prima: Delmiro Gouveia, Pioneiro e Nacionalista – Editora Civilização Brasileira - Rio – 1963.
Nos idos de 1975, Honório Onofre de Abreu (posse no BB: 23/7/1953) era chefe–de–serviço da Agência Centro de Belo Horizonte–MG. No ano seguinte, encarregado até 14/11/1977, quando se aposenta. À época, o BB em Belo Horizonte era constituído de 982 funcionários, sendo que 755 eram lotados na Agência Centro e 227 na Metr. Barro Preto – MG. Estava sendo implantada 1 unidade do CESEC. Autor da obra Luz Imperecível, Honório Onofre de Abreu presidiu a União Espírita Mineira (2003/2007).
In HISTÓRIA DO BANCO DO BRASIL, DE FERNANDO PINHEIRO, obra disponibilizada ao público, pela internet, no site www.fernandopinheirobb.com.br

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