Com a expansão do Banco do Brasil,
além da linha do equador, incrementaram as exportações de bens e serviços,
gerando divisas para o País e, em consequência, os funcionários da Empresa,
possuidores de um cabedal rico de conhecimentos culturais foram enriquecer,
ainda mais, outras culturas onde participaram ativamente.
Poeta, folclorista e dramaturgo, entre tantos
outros funcionários do Banco do Brasil, há de se destacar Wilson Woodrow
Rodrigues (posse em 11/2/1946, apos.: 1/9/1963), que recebeu homenagem de
Solange Rech (1946/2008), gerente da GCOOP – Gerência de Negócios do Sistema
Cooperativista – Brasília – DF, em palestra proferida, em 24/9/1997, na Casa
França–Brasil, Rio de Janeiro.
O poeta Solange Rech comentou que Wilson W.
Rodrigues foi membro da Comissão Nacional de Folclore, e do IBECC–UNESCO e de
várias outras instituições culturais estrangeiras, tendo desempenhado
relevantes funções na Embaixada do Brasil na antiga República da Tchecoslováquia,
no governo de Getúlio Vargas, exercendo ainda o cargo de chefe–de–gabinete do
ministro Ribeiro da Costa, presidente do Superior Tribunal de Justiça.
Como vimos, inúmeros funcionários do Banco do
Brasil, conseguiram projeção internacional, não apenas na esfera empresarial,
mas no campo predominantemente acadêmico. Entre eles, ressalta-se a presença
dos intelectuais Wilson Woodrow Rodrigues, servindo a Embaixada do Brasil na
antiga Tchecoslováquia, e mais recentemente, Afonso Félix de Sousa, assistente
técnico na Embaixada do Brasil em Beirute (1970/1973), Ivo do Nascimento
Barroso, gerente da Agência de Estocolmo, Suécia (17/10/1983 a 30/8/1989),
Francisco Carlos Faria Trigueiro, gerente do BB em Roma (23/7/1990 a
14/4/1991), e Ednaldo Soares, gerente da Agência do BB em Roma (4/1/1994 a
2/7/2000).
Destacamos, na área da poesia traduzida dois autores,
funcionários do Banco do Brasil, que tiveram projeção internacional: Márcio
Cotrim e Ivo Barroso, ambos imortalizados, ainda em vida no plano físico, pela
Pátria e pela Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil:
Intelectual de reconhecido prestígio nacional e
internacional, Márcio Cotrim, cronista, ensaísta e tradutor. Durante 10 anos
(1966/1976) desenvolveu intensa atividade como tradutor das obras de Tyrus
Hillway, Herman Delville, David Ewen, Judith Crist, Daniel Myrus, Robert Dubin,
Alphonse Chapanis, Bernard M. Bass, James A. Vaugh, Manley Howe Jones, William
J. Reddin, Rensis Likert, Cundiff, Still e Govoni, entre outros.
Ao iniciar o Prefácio da obra A caça virtual (e outros
poemas), de Ivo Barroso, Editora Record–2001, o escritor Eduardo Portella,
membro da Academia Brasileira de Letras, comentou: “O trabalho intelectual de
Ivo Barrroso já fora oportunamente reconhecido pelos quatro cantos por onde
andou”.
Na arte de fazer o texto original em poesia, a
concorrência nacional é bem maior, mas vale destacar a poesia do autor como
afirmação de texto seguro que nos faz lembrar algo grego, algo heroico que a
mitologia sugere, embora a musicalidade francesa seja marcante, que nos lembra
Gabriel Fauré.
Escritor de grande prestígio, Ivo Barroso traduziu para
várias editoras (Record, Topbooks, Companhia da Letras, Nova Fronteira, Lacerda
Editora, Delta, Imago, ARX) vários autores consagrados mundialmente, entre
eles, Eugenio Montale, André Malraux, Hermann Hesse, Nikos Kazantzakis, Umberto
Eco, Arthur Rimbaud, Ítalo Svevo, William Shakespeare, André Gide, August
Strindberg, Ítalo Svevo, Jane Austen, Marguerite Yourcenar, Georges Perec, Ítalo
Calvino, Erik–Axel Karfeldt, Romain Rolland, T.S. Eliot, André Breton, Charles
Baudelaire, Giacomo Leopardi.
Ivo do
Nascimento Barroso estagiou na Embaixada do Brasil em Haia (dezembro/1967 a
agosto/1970) cumprindo à risca as disposições do Convênio Itamarati – Banco do
Brasil. Poliglota e redator de vernáculo escorreito, instituiu padronização de
cartas em 56 modalidades e fez pesquisas de mercado e especializou–se em
matéria ligada ao sistema bancário holandês.
Ao retornar
aos pagos, Ivo Barroso exerceu o cargo de gerente–adjunto (1978/1981) na
Agência de Lisboa, Portugal, cidade onde ingressou na literatura ao publicar
“Nau dos náufragos” (1981) e posteriormente gerente do Banco do Brasil em
Estocolmo – Suécia, no período de 17/10/1983 a 30/08/1989.
Em julho/1982, Ivo do Nascimento Barroso,
subgerente da Filial de Lisboa, Portugal, é nomeado subgerente da Agência de
Londres, Inglaterra, e João de Deus Meneses de Araújo, subgerente da Agência
Mendoza, Argentina, é transferido, no mesmo cargo, para aquela filial
portuguesa.
No mês seguinte, procedente de Lisboa, Ivo
Barroso, “o príncipe dos tradutores brasileiros”, no dizer de José Guilherme
Melchior, está em férias, de passagem pela cidade do Rio de Janeiro.
Dezessete anos depois, recebido pelo
acadêmico Francisco Silva Nobre, ingressa na Academia de Letras dos
Funcionários do Banco do Brasil para ocupar a Cadeira patronímica de Mello
Nóbrega, em solenidade presidida pelo escritor Fernando Pinheiro.
As andanças de
Afonso Félix de Sousa no Oriente Médio, acompanhado da poetisa Astrid Cabral
Félix de Sousa, a jovem esposa que lhe fez juras de amor eterno, fizeram–no
passar por experiências das mais encantadoras que o coração de um trota–mundo
pode sentir.
Ela
revelou–nos que ele tinha passado em primeiro lugar em concurso público para o
Banco do Brasil, na cidade de Goiânia–GO. Lá conhecera o inspetor Manoel
Albuquerque Cordovil (posse no BB: 17/2/1922, apos. 24/8/1957) que o estimulou
a pedir transferência para o Rio de Janeiro.
Assim como
Villa–Lobos, no início da carreira, percorreu o Brasil para sentir a alma
brasileira, em sons e evocações brejeiras e sentimentais, o poeta goiano
percebeu as vibrações que vinham em cada paisagem, como se fossem almas a lhe
falar de história, de cultura, de encantamento, de música sensual e lânguida
imortalizada pelas cítaras que vêm desde os tempos bíblicos.
No poema
“Lamentação no porto de Biblos” retratou o mundo de hoje, carregado de
escombros que saltam em caleidoscópio em busca da transmutação. Até mesmo no
submerso mundo invisível dos árabes, sentiu-se caminhando entre rostos de
deuses, decifrando enigmas milenares que hoje são conhecidos como carma (o
cilício, o vício do amor, o suplício) e darma (o amor sem vício, os auspícios).
In HISTÓRIA DO BANCO DO BRASIL, DE FERNANDO
PINHEIRO, obra disponibilizada ao público, pela internet, no site www.fernandopinheirobb.com.br
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