Casablanca evoca o clima romântico de um casal
de atores, imortalizado pelo cinema: Humphrey Bogart (Rick) e Ingrid Bergman
(Ilsa). Hoje é manchete no mundo inteiro como uma das cidades de Marrocos,
incluindo Rabat, Marrakesh, Tetuan e Tânger, como também as cidades autônomas espanholas,
Ceuta e Melilla, situadas no norte da África, que realizam a himenoplastia.
Segundo
o doutor Mansur, a reconstituição do hímen veio atender à necessidade de
devolver à mulher africana a dignidade tirada no estupro, pois o repúdio da
população não se restringe apenas à vítima, mas à família inteira, pois fica
impossibilitada de arranjar casamento para filha. [El Pais – 26 de julho de
2016].
No
sistema de crença existente a obrigação da mulher ser pura, conceito que
abrange a parte física. Nos tempos da virgindade no Brasil, ocorrida antes da
chegada da pílula anticoncepcional, ser pura é ser virgem. Há muitos boleros da
época que confirmam essa assertiva. Mas, para muita gente a virgindade
continua.
Embora
não tenha valor jurídico, o certificado de virgindade da mulher é muito
solicitado, nos países africanos, pelas noivas para atender ao pedido do noivo.
Segundo o doutor Mansur, as reconstituições de hímen são “uma passagem simples,
rápida e barata rumo à liberdade da mulher”. Conclui o médico que, em 90% dos
casos a operação funciona. [El Pais – 26 de julho de 2016].
O
edital do concurso público para admissão de mulheres no Corpo de Bombeiros
Militares do Distrito Federal – CBMDF –, Brasília causou repercussão a nível
nacional, em decorrência da exigência dos exames de colpocitologia oncótica,
popularmente conhecido como Papanicolau (prevenção ao câncer do colo do útero)
e HPV. Ainda de acordo com o edital, “estariam dispensadas da obrigatoriedade
do teste as mulheres que possuírem “hímen íntegro”. [Pragmatismo Político –
28/07/2016].
Assim
como os médicos ginecologistas africanos emitem atestado médico comprovando a
virgindade, a pedido da paciente por exigência do parceiro que pretende se
casar, aqui no Brasil, o CBMDF exige esse mesmo atestado, constrangendo as
mulheres a se expor em situação bastante desconfortável.
A
manchete “Bela, Recatada e do Lar” surgiu, em abril de 2016, na revista Veja.
Isto fez criar uma polêmica com o público como se fosse um vínculo da mulher a
padrões que a fazem ficar submissa ou apoderada a valores do passado que
repercutem atualmente ou do próprio homem que a tem com direitos adquiridos na
lei ou no recinto religioso, conhecidos com o nome de casamento ou união
estável. [BELA, RECATADA E DO LAR – 24 de abril de 2016 – blog Fernando].
Na
década de 50, nas regiões Norte e Nordeste, as filhas dos senhores abastados de
riqueza e prestígio social quando perdiam a virgindade eram deportadas para
cidade do Rio de Janeiro, a capital da República, em navios a vapor, tomavam um
ita no Norte ou seguiam de avião.
O tempo
da virgindade no modelo do passado mudou, embora continue recrudescido nas
mulheres que pretendem se proteger contra as intempéries do tempo, mesmo assim
estão abertas ao relacionamento. [AMORES GRIS – 12 de julho de 2015 – blog
Fernando Pinheiro, escritor].
www.fernandopinheirobb.com.br
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