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terça-feira, 6 de novembro de 2012

DERRUBAR O GIGANTE - Parte 7



A luz que vem do céu brilhou, nos idos de 2012, na Escola de Samba Grande Rio, como também brilhou, antes, no olhar do papa Pio XII (Cardeal Eugênio Pacelli) que ouviu notícias do gigante ser derrubado, a partir do dia D, em 6 de junho de  1944 que culminou com o desfecho final da  II Guerra Mundial.
No conflito mundial, o papa manteve-se muito bem na neutralidade. O Vaticano foi até protegido pelas forças nazistas que não tocou em nenhuma relíquia histórica da Igreja. Anteriormente, dez anos antes, ele esteve no Brasil na condição de Cardeal Eugênio Pacelli, de passagem para a Argentina.
Há pouco tempo, estivemos no Museu do Palácio da República, o antigo Palácio do Catete, e ficamos alguns minutos no quarto  onde o cardeal passou a noite do dia 20 de outubro de 1934. Vimos a mesma vista que ele encontrou deleite: a alameda de palmeiras imperiais ao centro dos jardins do Palácio, a brisa refrescante vinda do mar e um romântico lago de cisne que escorria levemente águas tranquilas.
No Brasil, onde é sempre lembrado com lembranças amáveis, o papa Pio XII recebeu homenagens póstumas, em outubro de 1958, em discurso na tribuna na Catedral da Sé de São Luís do Maranhão, proferido pelo orador sacro Pe. Fernando Carlos Abel Tachard, CM (1915/1978), professor de Português do aluno Fernando Pinheiro, à época, seminarista no Seminário Arquidiocesano de São Luís do Maranhão.
De todos os discursos que ouvimos, em nossa vida, foi o mais brilhante. Daí nasceu o despertar da nossa vocação para a     seara acadêmica que se afirmou quando fomos elogiados em discurso proferido, em 28/9/1993, pelo presidente do Banco  do Brasil, Synval Guazzelli (1930/2001), o último estadista a dirigir o Banco do Brasil, em caráter interino, no Auditório      do Edifício Sede III do Banco do Brasil – Brasília – DF – in História do Banco do Brasil – pp. 979, 980, de Fernando Pinheiro, disponibilizada ao público, pela internet, no site www.fernandopinheirobb.com.br  
Ao invés de olhar o gigante derrubado, trazemos ao leitor,       que nos acolhe com o coração, o singelo ensaio, em prosa poética, sobre o cenário evolutivo:
As primeiras horas do amanhecer são antecedidas pelas neblinas;  são  restos  de  noite  que  o  tempo  leva;  e  a  cada  minuto que passa a claridade ganha espaço porque a luz do sol  é  soberana.
No homem os acontecimentos que se envolvem nas camadas obscuras têm o destino das neblinas das madrugadas. Logo, a claridade iluminará o seu caminho, onde deve prosseguir as etapas.
Se o planeta está sujeito a modificações do tempo dia-noite, seus habitantes sentem a influência das paisagens nebulosas que estão em todos os ambientes por onde passam.
Na caminhada milenar do homem, ele chegará em corpos     sutis a esferas que brilham dentro da eternidade, as estrelas. Nessas paragens, receberá influência do meio que lhe trará o tempo numa eterna primavera.
Seus sonhos pela imortalidade não estarão tão longe como as estrelas que via quando andava no caminho de pedras que   fortalecia seus pés, ainda nos ciclos da morte.
As algemas do reajuste harmonioso das leis soberanas não  prenderão mais suas mãos, antes sujas pelo sangue, suor            e lágrimas de irmãos que oprimiu, hoje limpas pela devoção ao ritmo que vem da natureza.
A transmutação é feita pelo tempo e espaço que se associam para criar as idades, as distâncias e as saudades dos amores incompreendidos. No reino da luz, o mundo que vem das estrelas, o homem não sofre e nem se debate com as       amarras que lhe impediam o avanço.
Segue o ritmo da evolução como a gota d'água que se incorpora ao oceano, viajará em todos os continentes, molhará todas as plantas, será orvalho nas madrugadas e  subirá aos céus nos beijos da luz do sol, descerá em pingos de chuva para alimentar as nascentes, escorrerá nos córregos e rios e voltará ao mar onde tem o seu ninho maior.
O homem em sofrimento é como as águas que estão retidas na lama e nos pântanos. É necessário que haja condições que favoreçam a subida, em formas sutis, a planos onde há movimentação intensa de energias. Depois, no choque das pressões, é preciso seguir o destino das nuvens negras, desfazendo-se em prodígios para beneficiar as nascentes        que escorrem em direção das searas.
E, por último, voltar ao oceano para servir de caminhos de    embarcações, residência dos grandes peixes e mistérios de profundezas que o homem ainda não descobriu.
É importante pensarmos na gota d'água que está mergulhada no oceano. A energia que a absorve forma uma massa de gigantesca proporção. Assim o cosmos, envolvendo o homem, supre-lhe de energias que eliminam a fragilidade de todos os temores.
Refletir sempre que somos integrantes do cenário evolutivo, suprindo lacunas que se convertem em pontos de observação valiosa ao nosso estudo da vida humana.
Quando compreendermos o segredo das mutações, a alquimia dos opostos que se convergem ao ponto em comum, a  necessidade de acompanhar o ritmo da natureza, então, teremos uma roupagem mais brilhante em nossos corpos sutis que poderão visitar, dentro das leis planetárias, o mundo das estrelas, no sonho ou no desligamento total do  corpo  físico.    


Blog Fernando Pinheiro, escritor
Site  www.fernandopinheirobb.com.br

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