A luz que vem
do céu brilhou, nos idos de 2012, na Escola de Samba Grande Rio, como também
brilhou, antes, no olhar do papa Pio XII (Cardeal Eugênio Pacelli) que ouviu
notícias do gigante ser derrubado, a partir do dia D, em 6 de junho de 1944 que culminou com o desfecho final da II Guerra Mundial.
No conflito
mundial, o papa manteve-se muito bem na neutralidade. O Vaticano foi até
protegido pelas forças nazistas que não tocou em nenhuma relíquia histórica da
Igreja. Anteriormente, dez anos antes, ele esteve no Brasil na condição de
Cardeal Eugênio Pacelli, de passagem para a Argentina.
Há pouco
tempo, estivemos no Museu do Palácio da República, o antigo Palácio do Catete,
e ficamos alguns minutos no quarto onde
o cardeal passou a noite do dia 20 de outubro de 1934. Vimos a mesma vista que
ele encontrou deleite: a alameda de palmeiras imperiais ao centro dos jardins
do Palácio, a brisa refrescante vinda do mar e um romântico lago de cisne que
escorria levemente águas tranquilas.
No Brasil,
onde é sempre lembrado com lembranças amáveis, o papa Pio XII recebeu homenagens
póstumas, em outubro de 1958, em discurso na tribuna na Catedral da Sé de São
Luís do Maranhão, proferido pelo orador sacro Pe. Fernando Carlos Abel Tachard,
CM (1915/1978), professor de Português do aluno Fernando Pinheiro, à época,
seminarista no Seminário Arquidiocesano de São Luís do Maranhão.
De todos os
discursos que ouvimos, em nossa vida, foi o mais brilhante. Daí nasceu o
despertar da nossa vocação para a
seara acadêmica que se afirmou quando fomos elogiados em discurso
proferido, em 28/9/1993, pelo presidente do Banco do Brasil, Synval Guazzelli (1930/2001), o
último estadista a dirigir o Banco do Brasil, em caráter interino, no
Auditório do Edifício Sede III do
Banco do Brasil – Brasília – DF – in História do Banco do Brasil – pp. 979,
980, de Fernando Pinheiro, disponibilizada ao público, pela internet, no site
www.fernandopinheirobb.com.br
Ao invés de
olhar o gigante derrubado, trazemos ao leitor, que nos acolhe com o coração, o singelo
ensaio, em prosa poética, sobre o cenário evolutivo:
As primeiras
horas do amanhecer são antecedidas pelas neblinas; são
restos de noite
que o tempo
leva; e a cada minuto que passa a claridade ganha espaço
porque a luz do sol é soberana.
No homem os
acontecimentos que se envolvem nas camadas obscuras têm o destino das neblinas
das madrugadas. Logo, a claridade iluminará o seu caminho, onde deve prosseguir
as etapas.
Se o planeta
está sujeito a modificações do tempo dia-noite, seus habitantes sentem a
influência das paisagens nebulosas que estão em todos os ambientes por onde
passam.
Na caminhada
milenar do homem, ele chegará em corpos
sutis a esferas que brilham dentro da eternidade, as estrelas. Nessas
paragens, receberá influência do meio que lhe trará o tempo numa eterna primavera.
Seus sonhos
pela imortalidade não estarão tão longe como as estrelas que via quando andava
no caminho de pedras que fortalecia
seus pés, ainda nos ciclos da morte.
As algemas do
reajuste harmonioso das leis soberanas não
prenderão mais suas mãos, antes sujas pelo sangue, suor e lágrimas de irmãos que oprimiu,
hoje limpas pela devoção ao ritmo que vem da natureza.
A transmutação
é feita pelo tempo e espaço que se associam para criar as idades, as distâncias
e as saudades dos amores incompreendidos. No reino da luz, o mundo que vem das
estrelas, o homem não sofre e nem se debate com as amarras que lhe impediam o avanço.
Segue o ritmo
da evolução como a gota d'água que se incorpora ao oceano, viajará em todos os
continentes, molhará todas as plantas, será orvalho nas madrugadas e subirá aos céus nos beijos da luz do sol,
descerá em pingos de chuva para alimentar as nascentes, escorrerá nos córregos
e rios e voltará ao mar onde tem o seu ninho maior.
O homem em
sofrimento é como as águas que estão retidas na lama e nos pântanos. É
necessário que haja condições que favoreçam a subida, em formas sutis, a planos
onde há movimentação intensa de energias. Depois, no choque das pressões, é
preciso seguir o destino das nuvens negras, desfazendo-se em prodígios para
beneficiar as nascentes que
escorrem em direção das searas.
E, por último,
voltar ao oceano para servir de caminhos de
embarcações, residência dos grandes peixes e mistérios de profundezas
que o homem ainda não descobriu.
É importante
pensarmos na gota d'água que está mergulhada no oceano. A energia que a absorve
forma uma massa de gigantesca proporção. Assim o cosmos, envolvendo o homem,
supre-lhe de energias que eliminam a fragilidade de todos os temores.
Refletir
sempre que somos integrantes do cenário evolutivo, suprindo lacunas que se
convertem em pontos de observação valiosa ao nosso estudo da vida humana.
Quando
compreendermos o segredo das mutações, a alquimia dos opostos que se convergem
ao ponto em comum, a necessidade de
acompanhar o ritmo da natureza, então, teremos uma roupagem mais brilhante em
nossos corpos sutis que poderão visitar, dentro das leis planetárias, o mundo
das estrelas, no sonho ou no desligamento total do corpo
físico.
Blog Fernando Pinheiro, escritor
Site www.fernandopinheirobb.com.br
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