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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

DERRUBAR O GIGANTE - Parte 8


“Das cinzas renascer” é a sugestão do samba-enredo da Escola de Samba Grande Rio 2012 e que nos remete aos escombros desta civilização que chega ao final, sustentada   pelo peso e pela referência de bilhões de espectadores.
A mídia ainda a sustenta, diariamente, em noticiário, que a faz crer que só existe isto e nada mais. No entanto, a Terra, sob a evidência dos sinais do céu, e com a participação dos simples e humildes, já está sacralizada.
Quando a luz surge, tudo fica claro. Assim é aquele que encontra a verdade dentro de si. Não é mais preciso recorrer a terceiros que lhe indiquem aquilo que sente.
O despertar da criatura humana para suas reais necessidades é o mesmo que o florescer das plantas na primavera. Um clima de festa e de esperança se faz presente.
No reino vegetal as folhas de outono são levadas pelo vento para compor adubos que revigoram novas plantas.
Acontece o mesmo no reino animal, que abrange o homem, as lembranças que não estimularam a saudade são levadas pelo tempo que as encobre em seus véus de mistério.
A saudade só é válida quando acompanha o ritmo da vida, atualizando-se no momento presente para criar novas formas  de viver feliz.
Nesse clima de um novo tempo, novas forças são revigoradas, no íntimo de cada um, delineando espaços bloqueados pela emoção desfigurada e abrindo perspectivas no caminho.
Indomável pelos laços que prendem a sua liberdade, a mulher revolta-se contra toda tentativa daqueles que desejam apenas usufruir de sua parte apodrecível pelo tempo (corpo físico).
Onde ficam a alma, o lirismo, o romance, a poesia, a ternura, o carinho de um olhar e a confiança de quem espera?
Tantos sons desconcertantes, tanta violência nas telas de televisão e cinema, nas casas, nas ruas e ainda persistem os ruídos de tanques blindados e aviões assustando os camelos que caminham nos desertos.
A vibração, que vem dos camelos, dos cisnes e dos albatrozes, parece ser pequenina demais para renovar o clima de instabilidade que passa o planeta, mesmo ascensionado.
Os tóxicos, os vícios de toda embriaguez, a ideia fixa de posse sobre pessoas e coisas são caminhos paralelos que conduzem ao mesmo lugar.
A vida nos chama, queiramos ou não, a participar da grande encenação teatral nos palcos de nossas atividades, onde somos protagonistas revelando papéis importantes para que o cenário de comovente beleza seja a aspiração de todos.
Muitos permanecem imantados ao ruído mais forte de vozes em delírio como se a convicção da realidade tivesse que ser despertada apenas pelos meios externos.
O silêncio que propicia a identificação dos valores eternos tem maior valor do que as palavras tumultuadas que seguem várias direções, se perdendo como as fumaças de aspiral.
A repercussão do pensamento grego se faz presente nos dias atuais, ressoando os apelos das vozes do Olimpo e do oráculo de Delfos que, por terem um sentido universal, permanecem atualizados.
É claro que esses deuses que se comunicavam com os filósofos e pitonisas, daquela época, estavam ainda ligados à atmosfera espiritual da Terra que se move entre o conhecido e o desconhecido.
A mitologia grega, com seus heróis e mitos, sempre foi a  verdade revelada em véus de mistério, encobrindo a beleza da vida como foi a beleza de Helena.  
A fênix lendária e a lua de carneiro (a lua de abril, a lua do mês da ressurreição), congregando uma forte egrégora,  estimulam-nos a cantar “das cinzas renascer”. 
Recrudesce, nos dias atuais, a lendária fênix, e a expressão máxima que conhecemos que elimina a possibilidade de julgamento: "o que fizerdes ao menor de seus irmãos, é a mim que fazeis". 
A frase citada é de autoria do único ser de luz, em todo o nosso sistema planetário, que tem a capacidade de estar à frente dos destinos dos eventos que irão fazer eclodir o final dos tempos desta densa dimensão dissociada e inaugurar a Era Dourada, a dimensão de consciência unificada, enquanto os primeiros sintomas já foram anunciados pela Escola de Samba Grande Rio, no carnaval 2012. Enquanto isto, só nos cabe observar, em silêncio, a separação do joio e do trigo.

Blog Fernando Pinheiro, escritor
Site  www.fernandopinheirobb.com.br

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