Páginas

domingo, 18 de dezembro de 2016

PÉGASO (LXI)

Preliminarmente, antes de abordar o tema do sonho contido na crônica, é oportuno transcrever textos de crônicas anteriores pertinentes a sonhos e a acontecimentos que chamam, distintamente, a atenção de milhões de pessoas:
No mundo físico em que a realidade é sentida pelos cinco sentidos, o sonho, nas camadas do inconsciente, traz sempre uma relação do que estamos vivendo. Existe essa oportunidade de sentir a real necessidade em tudo que nos cerca e manter o ânimo firme em toda circunstância que nos chega como aprendizado e revelação.
A onça-bebê estava ao meu lado, enquanto a onça-mãe tinha saído para caçar. Sabia que a mãe tinha ciência de que eu estava perto da filha, através do colapso da função de onda que a filha fazia em permanente pensamento na mesma sintonia que a mantinha ligada à mãe.
Logicamente, a mãe sabia que a filha não corria perigo, senão interromperia a caça e viria protegê-la. Esta conexão também existe entre os humanos, desde que entre eles existam o mesmo modus operandi dos animais. A busca de caminhos diferentes do seu mundo interno não permite perceber essa conexão.
A onça-bebê veio a mim, buscando proteção e, ao mesmo tempo, brincar de criança, deixando a espontaneidade fluir, sem temores. Quanto a mim, educado numa cultura que prevê medidas de segurança, eu me afastei da onça-bebê, e ela se encaminhou em minha direção.
Não corri, fiquei parado para sentir o que estava havendo entre nós. Havia reciprocidade em doar-se, com maior intensidade nela e aceitei estar perto para apreciá-la melhor e me entregar pensando no doce enlevo que nos envolvia.
Olhei a onça-bebê, a senti como se fosse uma gatinha, uma dessas que enternecem os lares das mulheres que lhes dão assistência e proteção. Não há diferença no modo de ser entre uma onça e uma gatinha, são iguais em tudo. É o que senti dentro do sonho. [PÉGASO LX – 25 de setembro de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Em dia de tela quente, 28/11/2016, a Rede Globo de Televisão exibiu o filme russo Voo de Emergência. Um dos episódios mais envolventes ocorre numa ilha ameaçada pela erupção de vulcão. Na pista do aeroporto, duas aeronaves à disposição dos sobreviventes que estavam fugindo da calamidade. Muito fogo e larva ameaçam a decolagem.
Poucas horas depois da exibição do filme, já na madrugada do dia seguinte, um voo de emergência foi notícia no mundo inteiro, com o avião Avro RJ–85, da empresa boliviana LaMia, saindo de Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, com destino a Medellin, Colômbia, conduzindo o time Chapecoense que tinha jogo programado com o Nacional da Colômbia pela final da Taça Sul-Americana de Futebol. Do trágico acidente 6 feridos e 71 mortos. (...)
No filme russo Voo de Emergência, título original Flight Crew, a dianteira e a cauda do avião UTair saindo do Aeroporto de Moscou com destino a Munique estampa o desenho de uma figura mitológica, Pégaso, com apenas a cabeça e o tronco do cavalo alado. Pégaso é o nome da série de sonhos (I a LX) narrados por nós no blog Fernando Pinheiro, escritor.
O piloto do avião comparece ao gabinete do dono da empresa aérea para ser admoestado: “como você deixou o estagiário sair da cabine, uma briga no avião. O vídeo está na internet.” Isto ocorreu porque o estagiário pediu a um passageiro apagar o cigarro no momento antes da decolagem. Um dos aviões da companhia é fretado e o dono encarrega o comandante a missão de realizar outra viagem, atribuindo a ele a escolha dos copilotos.
Na cena de amor na cama, Leonid, interpretado pelo ator Vladimir Mashkow, está acompanhado de Alexandra, papel da atriz Agne Grudyte, que lhe diz: “é tão complicado ser piloto, você não acha? Ainda mais piloto mulher. É tão cansativo, a gente tem que trabalhar muito para ser tratada com igualdade, senão somos humilhadas.”
Por ironia do destino, os dois amantes vão ser os copilotos escolhidos pelo comandante do avião para trabalhar juntos no voo com destino a uma ilha na Ásia para resgatar passageiros em desespero.
Quando o avião chega ao aeroporto da ilha vulcânica, o quadro é desolador: uma multidão está ávida para embarcar. Outro avião está também fazendo o resgate no meio de fogo e labaredas que se alastram a todo vapor.
Depois da decolagem, a viagem é realizada em cenas que mostram o traslado de passageiros de um avião para o outro, em pleno voo, por meio de um cabo de aço que sustenta uma rede de salvamento. A operação é realizada com sucesso, embora haja uma perda de um dos grupos de pessoas no traslado.
Apreciamos a coragem dos pilotos em resgatar os passageiros que saíam da ilha vulcânica, destacando a espera dos carros que foram buscar os moradores do lugarejo perto do vulcão, arriscando a própria vida diante da iminência de erupção, com pouco tempo de agir, aliás a saída deles é no meio do fogo.
Uma parte dos passageiros conseguiu embarcar e ser salva da catástrofe. No traslado em pleno voo de uma aeronave a outra, alguns conseguiram ser resgatados, outros passageiros morreram na tentativa de fazer a baldeação no ar com a ruptura da rede de salvamento.
No elenco do filme Voo de Emergência os principais artistas: Agne Grudyte (Alexandra), Vladimir Mashkow (Leonid), Sergey Shakurov (Nikolai), Sergey Gazarov (Shestakov), Yang Ge (Liu), Irina Pegova (Lena), Katerina Shpitsa (Vika), Elena Yakovleva (Irina). A música é de Artem Vassiliev. [VOO DE EMERGÊNCIA – 5 de dezembro de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
A realidade existencial, que ultrapassa a condição física na Terra, surgiu no ambiente que conheci, quando estava em atividade profissional, agora apresentada no duplo que a ciência comprova existir.
Esse campo etérico era onde estava seguindo de carro no trecho perto do Consulado do Estados Unidos na cidade do Rio de Janeiro. Atravessei o sinal que estava apagado, sem nenhum veículo próximo, seguindo em frente, quando estava para atravessar o final da Av. Rio Branco em direção da Praça Paris, o carro parou, apesar de apertar o acelerador.
Estava com R$ 1.050,00 na carteira do bolso e, como era madrugada, sem trânsito de pessoas, surgiu em minha frente um homem noctívago que se apraz em assaltar quem passa por aquela área. Ele viu que o carro parou e veio correndo em minha direção.
Então, dei marcha a ré no carro com velocidade em que o noctívago não podia me alcançar, aliás ele desistiu e fiz a curva a caminho da Av. Beira Mar, onde havia famílias reunidas e um clima de segurança estava presente.
De repente, passa um ônibus especial, onde a porta abria como se fosse vans de passageiros. Fiz um sinal, ele parou um pouco adiante e o motorista me esperou embarcar. Disse-lhe parar perto do metrô onde poderia seguir viagem a caminho de casa.
Este sonho é um aviso a quem está ligado a mensagens de cinema e de televisão que abordam temas de catástrofe, escândalos políticos, violência de modo geral como aparecem nos programas Tela Quente e Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão, embora haja abordagens de jornalismo investigativo e de utilidade pública.

Nenhum comentário:

Postar um comentário