Este enredo de sonho compõe-se de três partes
distintas: a primeira é ambientada na praia onde um grupo de mulheres estão
tomando banho de sol. De repente, eis-me em pé, observando o mar que empurrava
ondas que morriam e ressuscitavam ao influxo da maré numa cantilena imortal que
desafiam a inspiração dos poetas.
A jovem mulher, que está se encaminhando à
velhice, chegou-se a mim a dar boas-vindas em silêncio. É que o pensamento diz
mensagem imediata mais rápida que a palavra falada que é uma consequência desse
fluxo do pensar. Os animais se entendem sem que haja necessidade da palavra
articulada, embora a palavra esteja revestida do pensamento.
Era a mesma mulher que, na noite passada,
entrou no pequeno chalé, onde moro na Mata Atlântica, e deixou no banheiro um
biquíni com desenhos verdes, demonstrando que estava interessada em tomar banho
de cachoeira, próximo da residência. [PÉGASO (LXV) – 26 de dezembro de 2016 –
blog Fernando Pinheiro, escritor].
Uma cadeira vazia em outro grupo vizinho a
das mulheres foi o recurso que a jovem mulher colocou à minha disposição,
trazendo para perto de mim, a fim de que pudesse sentar. Como a cadeira foi
ocupada por um homem desconhecido que foi embora da praia, notei que era
inadequado aceitar o convite para estar junto ao grupo de mulheres e saí à
francesa.
A segunda parte do sonho é ambientada numa
bela residência vazia, à minha disposição em ocupá-la, significando que o lar
está presente nessa ideia ideoplástica que se materializa em construção civil.
Na sala-de-estar observei uma jovem mulher
com o filho no colo, chorando e fazendo-o chorar. É que frequência de onda que
emitimos atinge o alvo almejado pela mesma frequência de onda que é recebido.
Mãe e filho em simbiose.
Quando saí ao encontro da mãe desamparada, a
vi sendo socorrida pela jovem mulher, que está se encaminhando à velhice, que
demonstrou sinais de conforto e carinho. Quando a mãe ficou sozinha, perguntei
a ela o que a senhora que saiu disse a ela? A resposta foi INSS, questão de
assistência social. Sinal de benemerência que me une as pessoas.
Voltei à residência luxuosa e entrei em seus
aposentos. Numa frequência de onda que os animais nos ensinam a comunicar,
observei que a jovem mulher entrou pela porta da frente, sem que me pedisse
licença como se o lugar também estivesse à sua disposição. Se ela sentiu assim
era que deveria ser mesmo assim.
Outro sinal que ela está voltando a mim, sem
que eu tivesse pensado ou aguardado. Aceito tudo que é espontâneo dentro da
mesma frequência de onda que os animais se comunicam e que os humanos absorvem
esse conhecimento, praticando-o, entrosando-se com os afins, criando o destino.
A jovem mulher foi feliz ao fazer o colapso
da função de onda no plano fora matéria, onde o sonho se expandiu, o sonho era
meu, mas ela estava presente participando do mesmo sonho. Se isto não fosse
feito, essa lacuna a acompanharia dentro do tempo em que já não seria possível
fazer o colapso da função de onda porque, naquele estado que todos vão se
defrontar, vive-se apenas de resultados.
Observando o estado
de torpor dos moradores da colônia, veio-me a ideia de transmitir aos meus
leitores a importância das horas que têm os viventes do plano físico, a fim de
aproveitar a oportunidade em fazer o colapso da função de onda, recurso
inefável que lhe trarão luz, o equivalente a fabricar fótons, usando expressão
da física teórica. [PÉGASO (LXVI) – blog Fernando Pinheiro, escritor – 27 de
dezembro de 2016].
A terceira cena do
sonho se desenvolve nos preparativos das bodas. Ei-la, em pé, acompanhada de
costureiras a ajustar os últimos pontos do vestido de noiva. Tudo nela era
alegria somente, sem nenhuma expectativa comum nessas horas das noivas vivendo
nesse clima denso do planeta.
Um detalhe que ela
deixou transparecer: o vestido de noiva era longo e com decote no busto,
realçando os seios em forma de pera. A forma original ela perdera com os tempos
vividos, mas há indícios de silicone em operação plástica. Com os pensamentos,
ela os recriou perfeitos.
No
mundo físico em que a realidade é sentida pelos cinco sentidos, o sonho, nas
camadas do inconsciente, traz sempre uma relação do que estamos vivendo. Existe
essa oportunidade de sentir a real necessidade em tudo que nos cerca e manter o
ânimo firme em toda circunstância que nos chega como aprendizado e revelação. [PÉGASO
(LX) – 25 de setembro de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
A importância dos sonhos é infinitas
possibilidades, corroborando os postulados quânticos de que a vida possui
infinitas possibilidades. Isto frisando que não é apenas quando estamos em
estado de vigília, acordados.
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