Cheguei ao endereço de minha viagem no plano
extrafísico onde estava um grupo de pessoas em frente à porta de um edifício a
lembrar-me como acontecia antigamente no Rio de Janeiro: pessoas em frente de
suas casas, em noites de lua cheia, a conversar, a cantar suas modinhas e
declamar poesias, só com apenas uma diferença: elas estavam paradas e
silenciosas.
Perguntei-lhes, apenas para confirmar, onde
ficava o nome da rua e o número do logradouro que estava procurando. Seria
aqui? Recebi apenas um leve aceno de cabeça de uma senhora atenciosa ligada, no
passado, por liames afetivos com uma das pessoas presentes.
Em seguida, segui o grupo, subindo um
elevador que me levou à cobertura do prédio, vi que a área estava coberta de
vegetação, um convite para pensar na natureza. O líder do grupo se encaminhou à
frente, fazendo-me conhecer o acesso que dava ao outro ambiente. Até brinquei
com ele: você sabe o segredo do cofre e o dinheiro escondido! Ele não pôde
responder pela impossibilidade da situação em que estava.
Quando cheguei a um salão, vi uma professora
dando uma aula, era a mesma aula que ela proferia quando estava no plano
físico. Ninguém era aluno de ninguém, como se vê aqui na Terra, eles mesmos nem
estavam ouvindo ou entendendo o que dizia a professora, com o mesmo modo
austero em que desempenhava as funções quando estava na Terra.
A essa altura, estava acompanhado de um antigo
servidor da empresa que trabalhei, prestigiando a minha presença no local.
Aliás, quando ele estava, no plano físico, era sempre atencioso naquilo que eu
dizia.
Lembro-me de um fato ocorrido quando ele
desempenhava as funções de representante de entidade do funcionalismo: mostrei-lhe
uma foto que tinha do casamento de Ovídio Cunha, o primeiro funcionário a
exercer o cargo de presidente do Banco do Brasil. O então representante me
disse que Sílvio Piza Pedrosa é muito querido pelo povo potiguar assim como JK
em Minas Gerais.
Foto n° 75 – ARAXÁ–MG – 22/3/1952 –
Solenidade do casamento do deputado federal OVÍDIO DE ABREU, presidente do
Banco do Brasil (29/7/1949 a 18/12/1950) com a Srta. JÚLIA SANTOS DE ABREU. –
Ao centro, Dom CARLOS CARMELO DE VASCONCELOS MOTA, cardeal–arcebispo de São
Paulo, ladeado (E) pelos governadores SÍLVIO PIZA PEDROSA (Rio Grande do Norte)
e ARNON AFONSO DE FARIAS MELO (Alagoas) e o deputado federal BENEDITO
VALADARES, e à direita por JUSCELINO KUBITSCHEK, governador de Minas Gerais. –
Cópia do original (dimensão 30 x 24 cm). – Autorização concedida, em 21/1/2008,
por Júlia Santos de Abreu, viúva de Ovídio Xavier de Abreu, ao escritor
Fernando Pinheiro. – Acervo: Academia de Letras dos Funcionários do Banco do
Brasil.
A maioria das pessoas naquela colônia,
com aspecto de gente idosa, parecia com os internos das casas de repouso, aqui
no plano terreno, não falava, apenas assistia ao que estava ocorrendo em
silêncio.
Um minuto pensei na possibilidade, em
outra ocasião, voltar a essa colônia, a fim de proferir palestra, ou apenas
revê-la, dando o meu carinho e afeto, mas o convite seria impossível, aliás
ninguém teria condições de me convidar, pois não dispunha mais do colapso da
função de onda, vivendo apenas de resultados, é o que sobra da morte no plano
terrestre.
No final de minha visita aquelas
paragens, assisti a um coral uniformizado, também de passagem como eu encarnado
na matéria, tendo à frente uma orquestra sinfônica, suspensa no ar, que apresentou
um barítono interpretando Sogni d´amore e, em seguida, um tenor que cantou Quando
nascesti tu, árias da ópera Lo Schiavo, de Carlos Gomes. Essas músicas eu as
ouvi primeiro em sonho, identificadas no próprio sonho e depois no Youtube.
Observando o estado de torpor dos
moradores da colônia, veio-me a ideia de transmitir aos meus leitores a importância
das horas que têm os viventes do plano físico, a fim de aproveitar a
oportunidade em fazer o colapso da função de onda, recurso inefável que lhe
trarão luz, o equivalente a fabricar fótons, usando expressão da física
teórica.
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