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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

PÉGASO (LXII)

O ambiente em que estava era o ambiente em que vivo no momento atual cercado de muito verde e pássaros ao redor, só que em dimensão planetária diferente da conhecida e vivenciada por milhões de pessoas.
Nas camadas do tempo, uma fase desabrochou como desabrocham as flores do campo carregando sutilmente o perfume. Era que a realidade feminina veio a mim para que pudesse desfrutá-la como se saboreia uma fruta madura. Apenas um toque, entre as pernas, a despertou para o envolvimento que nos unia.
Nesse enlevo aconchegante, preferi comemorar o sucesso da hora que viria, sem ansiedade, sem buscas, por milhões de segundos que o meu coração acalentava. Saí do ambiente acolhedor, usando apenas um calção e comecei a correr pelos caminhos da mata em direção à cidade.
Era que o meu contato com a natureza tinha uma percepção mais acentuada do que a agitação de pessoas nas ruas, em busca de comprar presentes neste final de ano. A minha corrida era em passos firmes e velozes.
Corri, corri e, quando me dei conta, estava na cidade circulando nas avenidas, viadutos, pontes e veredas que se interligam a lugares afastados do que normalmente costumo transitar.
Pressenti a necessidade de retornar ao ambiente campestre em que saí e busquei um retorno que me indicasse a direção. Avistei uma pequena alameda que era o local próprio do retorno. Preferi ir mais a frente, pensando logo retornar ali e cheguei ao fim da rua, onde pude ver na colina onde estava a parte da cidade que abrigava igrejas e monumentos, área de estudo e observação.
Reconheci o lugar onde antes já tinha estado em excursões anteriores. Lembra-me de outras épocas, de outras circunstâncias em que o tempo guarda em suas memórias. Já não mais precisava rever ambientes que passei, embora sabendo que de lá há amáveis lembranças que não mais precisam ser relembradas porque a vida continua em descobertas sempre alvissareiras.
Retornei ao ponto do retorno e comecei o caminho de volta, correndo em velocidade máxima de automóvel. No campo físico, não tenho essa condição física em correr tão rápido, mas no plano etéreo posso correr, voar e estar em lugares longínquos em fração de segundos ou num piscar de olhos.
Há situações especiais em que preferimos deixar a pessoa amada curtir a impressão comovedora que lhe deixamos para que possa avaliar a profundidade do que sentimos por ela. Nesse caso, ficando a sós, é uma meditação contemplativa em que somente quem sente pode avaliar a grandeza que a cerca.
Nesse campo fértil está preparado a receber um plantio que irá gerar ótima colheita, embora não pensamos em colheita quando estamos no momento de semear. Apenas, para explicar que inevitavelmente acontecerá o que pensamos ser realidade a acontecer.
Se mundo físico tivesse a percepção da realidade que o envolve, tudo seria mais fácil de ser conseguido em todas as áreas, em todos os momentos em que sentimos a vida ser mais amena e acolhedora em nossos sonhos que nascem em nosso ser profundo.
Caminhemos com leveza, embora haja a rapidez dos automóveis em velocidade extrema, como aconteceu comigo em sonhos em que nos sentimos confortáveis em percorrer por caminhos que nos levam à realidade sonhada.

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