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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

SOFRER E NÃO SOFRER

Diferente do modo de sentir dos seres humanos, os animais ditos irracionais não vivem o sofrimento diante da morte. Os seres que pensam, desde o início de sua manifestação, fazem o colapso da função de onda.
Assim como a consciência e a informação estão em tudo, os seres vivos da natureza se expandem através do colapso da função de onda até quando surge a presença da morte. Esses animais, pressentindo que seus filhotes ou outros parentes e semelhantes vão falecer, não permanecem nessa frequência de onda.
Nos seres humanos esse sofrimento repercute além da morte, pois a vida continua sempre em outros estágios, estagnando o percurso em ascensão a outros patamares de beleza edificante tanto de quem partiu nesse estado como também aqueles que permanecem imantados no sofrimento pela perda terrena de seus entes amados.
No entanto, a consciência nunca morre, embora haja entorpecimento causado pelo sofrer. Em tempo do porvir, em que não podemos precisar quando irá ocorrer, pois depende da postura de quem vive essa experiência, a consciência ressurge resplandecendo a informação, pois ambas permanecem sempre juntas.
Essa postura de quem partiu em sofrimento é semelhante a quem desce a correnteza de rio abaixo por causa de que não pode mais fazer o colapso da função da onda, a morte corta esse recurso valioso em que temos enquanto estamos vivos. Aliás, a pessoa vai para onde a sua vibração lhe conduz.
No entanto, as preces e outros pensamentos de amor, os fazem despertar para caminhada. Com esses recursos valiosos quem está do outro lado da matrix pode deixar vir à tona os pensamentos que tinha, quando na experiência terrena, fazendo-o viver momentos felizes que voltam recrudescidos pela ideia original de que foi portador.
A matrix vai sempre para o outro lado da matrix, não há morte, apenas uma breve cerimônia nos cemitérios que, por tradição, é carregada de desencantos e de lágrimas. Basta um avião cair para despertar as pessoas ou o próprio mundo para realidade que não morre. [PÉGASO (LXIII) – 21 de dezembro de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Neste fim de ano em que fazemos uma retrospectiva do que passou, vale assinalar duas gratas recordações de amigos que conviveram conosco em nossa infância, na cidade de São Bento – MA, à época, a Suíça maranhense:
Arquimedes Vale – 25/12/2012 – Não sei quantos anos, talvez cinquenta, que esvaiu-se nossa convivência por conta de divergências de caminhos. Estou feliz por encontrá-lo, hoje, num florescente rumo de cultivo das letras. Não por acaso, também venho marcando passo por esse caminho tão gratificante. Isso me entusiasma por descobrir que, talvez, o que nos uniu na infância era a germinação dessa destinação. Tenho uma ligação de amor com o Rio de Janeiro, já que desde 1976, quando comecei a fazer Residência Médica, vou lá com muita frequência. Em média 3 vezes no ano. A última vez foi em novembro último que fui tomar posse na Cadeira nº 18 da Academia Brasileira de Médicos Escritores.
Vale assinalar o poema de Lourival Pinheiro, poeta maranhense, primo amado, postado em 29/12/2016 no facebook:
“Antes que o tempo passe nos iludindo
Ajudem alguém nos seus anseios
Seu desafeto trate sorrindo
Antes que termine este breve passeio”

No momento em que o mundo vive a mulher invisível, o homem invisível, tão comum no relacionamento de casal, como aconteceu com Bec (Emmy Rossum) que cuida de Kate, pessoa que sofre de doença degenerativa, vivida pela atriz Hilary Swank, no filme Um momento pode mudar tudo (título original You´re Not You), dirigido por George C. Wolfe. No final do filme, Kate, no leito de morte, diz a Bec: “você procure casar com alguém que lhe enxergue.”

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