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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

AMOR-PROJEÇÃO

Enquanto existir a necessidade de vivenciar o amor em uma pessoa, um objeto ou objetivo, uma classe, uma instituição, um ideal nos trabalhos materiais ou mesmo espirituais, há presença do amor-projeção. Essa projeção ganha espaços maiores quando sai do exterior e faz a viagem interna ao coração onde se descobre como ser profundo e passa a vivenciar práticas que levam ao que se chama na Índia de Bhakti Yoga ou Yoga da Devoção.
A dependência do aspecto exterior, em decorrência do medo, impossibilita a incursão ao mundo interno, resultando sempre o confinamento em proporção gigantesca entidades/aficionados, relação sempre condicionada e condicionante, numa dependência que não o faz libertar. A libertação é sempre interna e não depende de um libertador externo.
A busca, elemento da projeção, é sempre uma falha, pois o amor não deve ser procurado, mas sentido em todos nós, em nossa essência profunda, esta percepção irá nos possibilitar a aceitação do amor em outro patamar de grandeza. A busca do amor de casal traz consigo os apegos, os elementos de interrogação e o medo do abandono ou da perda, em circunstâncias que podem surgir no luto e na separação.
O planeta Terra está passando pelo Kali Yuga, a Era das Trevas, no argumento hindu, em que presenciamos a humanidade vivenciando profunda degradação nos aspectos culturais, sociais, ambientais e espirituais. Esse argumento conclui que, quando acabar essa Era, a Terra será governada pelos brâmanes.
O Amor-Projeção é o recurso mais comum, nesta transição planetária, em que a grande maioria da humanidade busca se precaver nessa egrégora coletiva, mesmo sentindo forte influência dos desencantos que os meios de comunicação divulgam.
O Amor-Projeção, vivenciando as ideias que alimentam a transitoriedade de todas as coisas, é mais utilizado por aqueles que estão confinados nos esquemas dos manipuladores de massas humanas. No final, sempre ocorrem desencantos ao pressentir a ligação dos ambientes em que viveram com os espaços onde a sabedoria revela os enigmas que podem ser esclarecidos aqui ou em outra dimensão maior, mas para eles apenas com flashes de luz.
No terreno das conquistas amorosas, o parceiro busca a companheira ou vice-versa, no modelo em que acredita encontrar a felicidade, dentro do amor-projeção de seus pensamentos condicionados ao que vem sempre em oscilação do querer e do gostar que é mais o ego que se manifesta. Adaptam-se um ao outro, curtindo as novidades enquanto não afloram as energias sublimes de cada um, ainda desconhecidas ou não praticadas.
Na ausência física há a oportunidade de rever os conceitos que geraram desconfortos e no reencontro novas possibilidades do viver a dois são colocadas em prática, mas se ainda permanecerem ligadas ao exterior, ao sentido transitório, a fatalidade ao fracasso e à separação será a próxima realidade que irão viver, queiram ou não queiram, é a sementeira.
Amor-Projeção está a caminho do Amor-Consciência, mas isto não é questão de busca e apreensão ou busca apreensiva, é a inteligência que se projeta em luz eliminando as sombras ou penumbras de um amor projetado. Como conseguir isto? O abandono à luz, o abandono da personalidade que deve ser vivida e transmutada a um patamar de grandeza superior.
Nesse sentido sempre estendemos no caminho daqueles que estão conosco os quatro pilares: simplicidade, humildade, transparência e alegria.
Aqueles outros que seguem exclusivamente no amor-projeção, deixemos que sigam seus caminhos. Há flores se abrindo e perfumando os jardins.

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