Enquanto
existir a necessidade de vivenciar o amor em uma pessoa, um objeto ou objetivo,
uma classe, uma instituição, um ideal nos trabalhos materiais ou mesmo
espirituais, há presença do amor-projeção. Essa projeção ganha espaços maiores
quando sai do exterior e faz a viagem interna ao coração onde se descobre como
ser profundo e passa a vivenciar práticas que levam ao que se chama na Índia de
Bhakti Yoga ou Yoga da Devoção.
A dependência
do aspecto exterior, em decorrência do medo, impossibilita a incursão ao mundo
interno, resultando sempre o confinamento em proporção gigantesca
entidades/aficionados, relação sempre condicionada e condicionante, numa
dependência que não o faz libertar. A libertação é sempre interna e não depende
de um libertador externo.
A busca,
elemento da projeção, é sempre uma falha, pois o amor não deve ser procurado,
mas sentido em todos nós, em nossa essência profunda, esta percepção irá nos
possibilitar a aceitação do amor em outro patamar de grandeza. A busca do amor
de casal traz consigo os apegos, os elementos de interrogação e o medo do
abandono ou da perda, em circunstâncias que podem surgir no luto e na
separação.
O planeta
Terra está passando pelo Kali Yuga, a Era das Trevas, no argumento hindu, em
que presenciamos a humanidade vivenciando profunda degradação nos aspectos
culturais, sociais, ambientais e espirituais. Esse argumento conclui que,
quando acabar essa Era, a Terra será governada pelos brâmanes.
O
Amor-Projeção é o recurso mais comum, nesta transição planetária, em que a
grande maioria da humanidade busca se precaver nessa egrégora coletiva, mesmo
sentindo forte influência dos desencantos que os meios de comunicação divulgam.
O
Amor-Projeção, vivenciando as ideias que alimentam a transitoriedade de todas as
coisas, é mais utilizado por aqueles que estão confinados nos esquemas dos
manipuladores de massas humanas. No final, sempre ocorrem desencantos ao
pressentir a ligação dos ambientes em que viveram com os espaços onde a
sabedoria revela os enigmas que podem ser esclarecidos aqui ou em outra
dimensão maior, mas para eles apenas com flashes de luz.
No terreno das
conquistas amorosas, o parceiro busca a companheira ou vice-versa, no modelo em
que acredita encontrar a felicidade, dentro do amor-projeção de seus
pensamentos condicionados ao que vem sempre em oscilação do querer e do gostar
que é mais o ego que se manifesta. Adaptam-se um ao outro, curtindo as
novidades enquanto não afloram as energias sublimes de cada um, ainda
desconhecidas ou não praticadas.
Na ausência
física há a oportunidade de rever os conceitos que geraram desconfortos e no
reencontro novas possibilidades do viver a dois são colocadas em prática, mas
se ainda permanecerem ligadas ao exterior, ao sentido transitório, a fatalidade
ao fracasso e à separação será a próxima realidade que irão viver, queiram ou
não queiram, é a sementeira.
Amor-Projeção
está a caminho do Amor-Consciência, mas isto não é questão de busca e apreensão
ou busca apreensiva, é a inteligência que se projeta em luz eliminando as
sombras ou penumbras de um amor projetado. Como conseguir isto? O abandono à
luz, o abandono da personalidade que deve ser vivida e transmutada a um patamar
de grandeza superior.
Nesse sentido
sempre estendemos no caminho daqueles que estão conosco os quatro pilares:
simplicidade, humildade, transparência e alegria.
Aqueles outros
que seguem exclusivamente no amor-projeção, deixemos que sigam seus caminhos.
Há flores se abrindo e perfumando os jardins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário