Anteriormente,
esta música tinha recebido o título Solidão, na voz de Amália Rodrigues, é
tanto que é conhecida também com 2 títulos: Canção do Mar/Solidão. A cantora
portuguesa Dulce Pontes gravou também Canção do Mar, em belíssima
interpretação, com a letra diferente daquela gravada por Amália Rodrigues.
Em virtude da
abordagem da solidão na Canção do Mar, de Amália Rodrigues, iremos abordar
somente a letra desta canção e como o tema está tão perto da solitude, na
crônica Solitude do blog Fernando Pinheiro, escritor – 23 de agosto de 2013,
demonstramos a diferença entre ambas, mencionada nos dois parágrafos seguintes,
depois iremos retomar o nosso tema central.
A solitude é o
momento, a ocasião ou a circunstância em que a pessoa pode desfrutar para viver
sozinha, isto sem denotar obrigatoriamente a possibilidade de solidão. Pode
participar de eventos sociais ou pessoais, com eventuais encontros amorosos ou
namoros, conservando-se sempre independente de algum vínculo estabelecido no
jogo social onde há um compromisso.
É o estilo de
vida que se ampliou em toda a convivência social da sociedade humana planetária
que vive a experiência da troca de impressões ou sentimentos afetivos onde
busca se encontrar. Este modelo é o resultado de agonias em busca do que se propala
sobre felicidade momentânea, uma vez que o sentido eterno está muito longe
daqueles que não se doam.
Dona de um
vasto repertório de álbuns que vendeu tanto, numa tiragem superior a 3 vezes a
da população de Portugal, Amália Rodrigues é o ícone do fado, a música
portuguesa, reconhecida em seu país e além mar, inclusive no Brasil onde se
casou pela segunda vez, em 26/4/1961, numa união que durou até os idos de 1997,
quando ficou viúva, falecendo em 6/10/1999.
Enquanto a
solidão é abordada como observação da Psiquiatria que pode prescrever receita
destinada à venda de psicóticos que levam sempre ao risco de dependência
química, excetuando-se o tratamento de terapias que afastam dessa dependência,
que pode ser ministrado por psicólogos e pelos próprios psiquiatras, vamos
apreciar os dois lados da questão.
Será que os
remédios farmacêuticos, receitados por médicos, estimulam o funcionamento dos
neurotransmissores que estão no cérebro? Os laboratórios que vendem em cifras
gigantescas não têm dúvida em vender mais.
Mas, é bom
notar que o acompanhamento dos pacientes se agita na área da subjetividade,
pois o cérebro ainda não está totalmente desvendado em seus segredos milenares.
É largamente difundido que usamos apenas 8 a 12% de nossa capacidade, sendo que
o cientista Alberto Einsten usou a capacidade de 12%.
Segundo a
tradição religiosa, Jesus passou 40 dias no meio do deserto, será que ele teve
solidão? Os eremitas, os jornadeiros que passam à noite, nas várzeas e nos
montes, conduzindo rebanhos de um lugar para outro, será que têm solidão?
Será que
aquele homem, abandonado por mulher, em Buenos Aires, quando era um jovem
leigo, conforme ele mesmo declarou, atualmente tem solidão em Roma? Esse homem
reuniu, em julho/2013, a maior concentração de pessoas já ocorrida, no Brasil,
na praia de Copacabana.
Canção do Mar,
música de Amália Rodrigues, tem o encontro do eu superior, aquele ser profundo
que todos somos e sofremos por não ativarmos essa realidade de luz. Vale
mencionar o texto musical: “Solidão de quem tremeu a tentação do céu e dos
encantos, o que o céu me deu, serei bem eu sob este véu de pranto.”
Por que chorar
o pranto? Chorar enquanto catarse, depois o movimento interno para a descoberta
de si mesmo. Jamais sentir-se abandonado, quando o outro amor se tem abandonado,
como diz a canção, porque o abandono a si mesmo não aconteceu.
Todos nós
temos necessidade do encontro conosco mesmos, não é tristeza ouvir música que
derrama suave lirismo, tanto na música clássica, com destaque aos prelúdios e
árias de ópera, como na música popular que também possui lirismo que nos
encanta a alma.
No blog
Fernando Pinheiro, escritor, fizemos o post da crônica O QUINTO ELEMENTO – 23
de junho de 2012, onde pode ser encontrada, no final do texto, uma seleção de
músicas que alcançam uma variedade de opções, que estão disponíveis ao público
no Youtube.
A música
portuguesa de Amália Rodrigues é fantástica: “serei bem eu sob este véu de
pranto”. Somente têm valor aquilo que damos peso e referência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário