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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

CANÇÃO DO MAR

Anteriormente, esta música tinha recebido o título Solidão, na voz de Amália Rodrigues, é tanto que é conhecida também com 2 títulos: Canção do Mar/Solidão. A cantora portuguesa Dulce Pontes gravou também Canção do Mar, em belíssima interpretação, com a letra diferente daquela gravada por Amália Rodrigues.
Em virtude da abordagem da solidão na Canção do Mar, de Amália Rodrigues, iremos abordar somente a letra desta canção e como o tema está tão perto da solitude, na crônica Solitude do blog Fernando Pinheiro, escritor – 23 de agosto de 2013, demonstramos a diferença entre ambas, mencionada nos dois parágrafos seguintes, depois iremos retomar o nosso tema central.
A solitude é o momento, a ocasião ou a circunstância em que a pessoa pode desfrutar para viver sozinha, isto sem denotar obrigatoriamente a possibilidade de solidão. Pode participar de eventos sociais ou pessoais, com eventuais encontros amorosos ou namoros, conservando-se sempre independente de algum vínculo estabelecido no jogo social onde há um compromisso.
É o estilo de vida que se ampliou em toda a convivência social da sociedade humana planetária que vive a experiência da troca de impressões ou sentimentos afetivos onde busca se encontrar. Este modelo é o resultado de agonias em busca do que se propala sobre felicidade momentânea, uma vez que o sentido eterno está muito longe daqueles que não se doam.
Dona de um vasto repertório de álbuns que vendeu tanto, numa tiragem superior a 3 vezes a da população de Portugal, Amália Rodrigues é o ícone do fado, a música portuguesa, reconhecida em seu país e além mar, inclusive no Brasil onde se casou pela segunda vez, em 26/4/1961, numa união que durou até os idos de 1997, quando ficou viúva, falecendo em 6/10/1999.
Enquanto a solidão é abordada como observação da Psiquiatria que pode prescrever receita destinada à venda de psicóticos que levam sempre ao risco de dependência química, excetuando-se o tratamento de terapias que afastam dessa dependência, que pode ser ministrado por psicólogos e pelos próprios psiquiatras, vamos apreciar os dois lados da questão.
Será que os remédios farmacêuticos, receitados por médicos, estimulam o funcionamento dos neurotransmissores que estão no cérebro? Os laboratórios que vendem em cifras gigantescas não têm dúvida em vender mais.
Mas, é bom notar que o acompanhamento dos pacientes se agita na área da subjetividade, pois o cérebro ainda não está totalmente desvendado em seus segredos milenares. É largamente difundido que usamos apenas 8 a 12% de nossa capacidade, sendo que o cientista Alberto Einsten usou a capacidade de 12%.
Segundo a tradição religiosa, Jesus passou 40 dias no meio do deserto, será que ele teve solidão? Os eremitas, os jornadeiros que passam à noite, nas várzeas e nos montes, conduzindo rebanhos de um lugar para outro, será que têm solidão?
Será que aquele homem, abandonado por mulher, em Buenos Aires, quando era um jovem leigo, conforme ele mesmo declarou, atualmente tem solidão em Roma? Esse homem reuniu, em julho/2013, a maior concentração de pessoas já ocorrida, no Brasil, na praia de Copacabana.
Canção do Mar, música de Amália Rodrigues, tem o encontro do eu superior, aquele ser profundo que todos somos e sofremos por não ativarmos essa realidade de luz. Vale mencionar o texto musical: “Solidão de quem tremeu a tentação do céu e dos encantos, o que o céu me deu, serei bem eu sob este véu de pranto.”
Por que chorar o pranto? Chorar enquanto catarse, depois o movimento interno para a descoberta de si mesmo. Jamais sentir-se abandonado, quando o outro amor se tem abandonado, como diz a canção, porque o abandono a si mesmo não aconteceu.
Todos nós temos necessidade do encontro conosco mesmos, não é tristeza ouvir música que derrama suave lirismo, tanto na música clássica, com destaque aos prelúdios e árias de ópera, como na música popular que também possui lirismo que nos encanta a alma.
No blog Fernando Pinheiro, escritor, fizemos o post da crônica O QUINTO ELEMENTO – 23 de junho de 2012, onde pode ser encontrada, no final do texto, uma seleção de músicas que alcançam uma variedade de opções, que estão disponíveis ao público no Youtube.
A música portuguesa de Amália Rodrigues é fantástica: “serei bem eu sob este véu de pranto”. Somente têm valor aquilo que damos peso e referência.

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