Canção do Mar,
na voz de Dulce Pontes, cantora portuguesa de mil talentos, charme, graça e
leveza pairando sobre um encantamento que dança em nossa frente e segue em rumo
da linha do horizonte onde o mar tem seus mistérios.
A canção diz
que ela foi bailar num pequeno barco, um batel, além do mar cruel, que ao
chegar perto foi reprimida pelo barulho do mar que a fez notar roubando a luz
sem par de um olhar tão lindo.
Quando se
obtém algo ou alguém dentro de circunstâncias que ainda não favorecem uma
realização perseguida, temos veladamente a presença de um roubo, isto porque o
ciclo do tempo tem etapas que são interligadas entre si. Não concordamos com a
pedofelia, embora seja aceita no fundamentalismo religioso, onde milhões de
crianças são vítimas da barbárie, este é o mundo em que vivemos.
Não
concordamos com o adultério, pois o ciclo em que é buscado o relacionamento
amoroso, em outra raia, está sob pesada cadeia de compromissos, pois a maioria
dos casamentos na Terra tem esta característica da prisão. Cada um carregando a
sua cruz que não é apenas no casamento, mas em todas as circunstâncias sociais
em que somos convidados a participar. Aqui é o vale da sombra e da morte.
Aqueles que
estão se libertando de suas algemas podem sorrir felizes que um novo tempo já
está surgindo no planeta com a ascensão de consciência planetária dissociada
para a consciência unificada, aquele dito “todos somos um” ou mais abrangente
do profeta crucificado: “vós sois deuses”, falando para que aquela geração e as
que iriam surgir até hoje, pudessem compreendê-lo.
Amar nunca foi
censurado nem mesmo quando amamos os amores ditos proibidos, isto mantendo-nos
fora da cadeia aprisionante.
Canção do Mar,
de Dulce Pontes, sintetiza toda uma postura de comportamento humano na qual o
recato, a prudência falam mais alto: “Se eu bailar no meu batel, não vou ao mar
cruel, e nem lhe digo aonde eu fui cantar, sorrir, bailar, viver, sonhar
contigo.”
Enquanto
vivendo no plano mental que está indo embora do planeta com a chegada da
vivência do plano supramental, há o discernimento do que antes era discutido
como razão e sentimento. A letra é bem explícita: “Vem saber se o mar terá
razão, vem cá ver bailar meu coração”.
O coração,
símbolo de nosso ser profundo, o ser que se conecta com a luz, já ultrapassou a
fase do julgamento de regras transitórias e todo o legado de ensinamentos em
que os códigos de conduta se sustentam que eram necessários dentro do parâmetro
do mental.
Um ser
multidimensional, em que todos nós estamos a caminho, vive apenas na luz e é o
que basta. Tudo que nos chega vem com uma mensagem para o amor, pois é o amor
que vivemos e por afinidade fazemos parte de tudo que nos chega, sem
separatividade, outra característica do plano mental.
Abandonemo-nos
à luz e a luz se fará dentro de nós porque o nosso ser é luz, e a atração e
ressonância, a nova roupagem da lei de causa e efeito, gera apenas luz, e é o
que basta.
Nada supérfluo
repetir que este abandono é apenas à nossa transitória personalidade, tão
importante nos cometimentos da vida, com a consciência de que somos um ser
profundo e não mais transitório, que se liga à fonte.
Nessas
circunstâncias, o mar e o mundo, como um todo, não irão mais nos arguir e
podemos cantar: “E nem lhe digo aonde eu fui cantar, sorrir, bailar, viver,
sonhar contigo.”
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