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sábado, 5 de outubro de 2013

CANÇÃO DO MAR (II)

Canção do Mar, na voz de Dulce Pontes, cantora portuguesa de mil talentos, charme, graça e leveza pairando sobre um encantamento que dança em nossa frente e segue em rumo da linha do horizonte onde o mar tem seus mistérios.
A canção diz que ela foi bailar num pequeno barco, um batel, além do mar cruel, que ao chegar perto foi reprimida pelo barulho do mar que a fez notar roubando a luz sem par de um olhar tão lindo.
Quando se obtém algo ou alguém dentro de circunstâncias que ainda não favorecem uma realização perseguida, temos veladamente a presença de um roubo, isto porque o ciclo do tempo tem etapas que são interligadas entre si. Não concordamos com a pedofelia, embora seja aceita no fundamentalismo religioso, onde milhões de crianças são vítimas da barbárie, este é o mundo em que vivemos.
Não concordamos com o adultério, pois o ciclo em que é buscado o relacionamento amoroso, em outra raia, está sob pesada cadeia de compromissos, pois a maioria dos casamentos na Terra tem esta característica da prisão. Cada um carregando a sua cruz que não é apenas no casamento, mas em todas as circunstâncias sociais em que somos convidados a participar. Aqui é o vale da sombra e da morte.
Aqueles que estão se libertando de suas algemas podem sorrir felizes que um novo tempo já está surgindo no planeta com a ascensão de consciência planetária dissociada para a consciência unificada, aquele dito “todos somos um” ou mais abrangente do profeta crucificado: “vós sois deuses”, falando para que aquela geração e as que iriam surgir até hoje, pudessem compreendê-lo.
Amar nunca foi censurado nem mesmo quando amamos os amores ditos proibidos, isto mantendo-nos fora da cadeia aprisionante.
Canção do Mar, de Dulce Pontes, sintetiza toda uma postura de comportamento humano na qual o recato, a prudência falam mais alto: “Se eu bailar no meu batel, não vou ao mar cruel, e nem lhe digo aonde eu fui cantar, sorrir, bailar, viver, sonhar contigo.”
Enquanto vivendo no plano mental que está indo embora do planeta com a chegada da vivência do plano supramental, há o discernimento do que antes era discutido como razão e sentimento. A letra é bem explícita: “Vem saber se o mar terá razão, vem cá ver bailar meu coração”.
O coração, símbolo de nosso ser profundo, o ser que se conecta com a luz, já ultrapassou a fase do julgamento de regras transitórias e todo o legado de ensinamentos em que os códigos de conduta se sustentam que eram necessários dentro do parâmetro do mental.
Um ser multidimensional, em que todos nós estamos a caminho, vive apenas na luz e é o que basta. Tudo que nos chega vem com uma mensagem para o amor, pois é o amor que vivemos e por afinidade fazemos parte de tudo que nos chega, sem separatividade, outra característica do plano mental.
Abandonemo-nos à luz e a luz se fará dentro de nós porque o nosso ser é luz, e a atração e ressonância, a nova roupagem da lei de causa e efeito, gera apenas luz, e é o que basta.
Nada supérfluo repetir que este abandono é apenas à nossa transitória personalidade, tão importante nos cometimentos da vida, com a consciência de que somos um ser profundo e não mais transitório, que se liga à fonte.
Nessas circunstâncias, o mar e o mundo, como um todo, não irão mais nos arguir e podemos cantar: “E nem lhe digo aonde eu fui cantar, sorrir, bailar, viver, sonhar contigo.”

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