Dois Casamentos, filme de longa metragem de Luiz Rosemberg
Filho, classificação 14 anos, ano de 2014, é estrelado por Patrícia
Niedermeier, no papel de Carminha, e Ana Abbott, vivenciando Jandira,
ambientado no lugar escuro, onde apenas as atrizes, vestidas de noivas, sem
véu, são focalizadas.
Todo o
transcurso do filme é abordado o tema casamento na vida das pessoas, tendo como
condutora do diálogo Carminha que mostra um discurso acerca da condição da
mulher perante o marido e a monotonia do casamento, no dizer dela, entre os
casais. Jandira a ouve atentamente, sem compreender o pensamento da amiga que
está ao lado, na mesma condição de noiva.
Com o desenrolar
da cena, em diálogo, Carminha vai tentando convencer Jandira sobre os seus
pontos-de-vista que a faz pensar um pouco e com certa desconfiança em contraste
com a ideia que ela alimenta do casamento.
Há uma
aproximação propositada de conquista amorosa que, a princípio, Jandira acha
esquisito, mas como a forma de se aproximar é com leveza e elegância, aos
poucos vai se entregando ao que ouve e sente. Com as mãos nos cabelos de
Jandira, Carminha diz que está a fim dela.
Sozinha,
Carminha solta os cabelos e começa a dançar com o olhar de encantos em cima de
Jandira que, achando natural dançar, dança também acompanhando a amiga, ambas
dançando separadas em seus rodopios sensuais.
Após a dança,
Carminha toca os cabelos de Jandira e fala dos homens que não sabem se
aproximar das mulheres, nem pegar mesmo sabem, no entanto, pegam as mulheres
sem que as mulheres descubram que há um toque mais encantador de pegada.
A conquista vai
prosseguindo sem artimanhas ou malícias, pois deixa a amiga se aperceber que
gosta do que ela fala, sem buscar convencê-la, deixando ela se convencer à
vontade. Era como uma isca lançada na água, sem a preocupação de pescar.
Ao que pudemos
perceber, Carminha usou uma tática utilizada muito por quem pratica taoísmo. Na
última parte do filme, Carminha tem condições adequadas de tirar aos poucos a parte
superior do vestido e Jandira faz o mesmo. Ambas, sem roupa, se tocam e a
escuridão do cenário não permite a visão do que estão fazendo, ouve-se apenas
Jandira dizer é assim, deste jeito ou de outro jeito, qual é o que você gosta?
O filme acaba nesse clima.
Não nos cabe
aqui fazer crítica ao filme, nem aos personagens envolvidos, no entanto é
oportuno transcrever o que sentimos dos mundos felizes nas duas crônicas abaixo
mencionadas:
O amor percorre o
mundo em núpcias dançantes, renascendo as flores que se multiplicam em
florestas, aumentando a população de nações e mundos desconhecidos. No céu
bilhões de olhos iluminados fazem a festa das galáxias em fenômenos
indescritíveis.
Sem perceberem o
movimento que distribui a beleza dos planos mais sutis, os casais que levam a
vida em comum longe do amor – casamento branco – vão sentir algum dia, em
algum lugar, a vontade de amar.
Sabemos que há
beleza inefável que vem das esferas resplandecentes como o sol que se reflete
na lua derramando orvalhos de prata e na harmonia sincronizada dos anéis
de Saturno com dezoito luas conhecidas a iluminar aquele planeta em
noites alaranjadas, azuladas, cores de poente e das madrugadas que
anunciam uma luz maior. [CASAMENTO BRANCO
– 10 de dezembro de 2012 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
A canção espalha a realidade
que se espraie nos espaços sacralizados do planeta, levando os sorrisos delas
que são mais notórios e acolhedores, “os sorrisos do mundo esparramando as
sementes que brilham na imensidão” –
Mulheres, música de Zé Ramalho. Tudo isto porque foram bem amadas pelo
amor que deram, desde o segredo até a revelação das horas do amor. [MULHERES – 15 de setembro de 2013 – blog Fernando Pinheiro,
escritor].
A crônica SEM VÉU
está em sintonia com os quatro pilares que mantemos em nossa vida:
simplicidade, humildade, transparência e alegria. A fim de ressaltar o que é
taoísmo, vale transcrever textos de O CHI DO TAO – 8 de janeiro de 2014 – blog
Fernando Pinheiro, escritor:
Atraímos sempre
o que pensamos, nas máscaras em que usamos para disfarçar situações ou agradar
pessoas que não estarão conosco nas horas da solidão. Este é o reflexo do
dualismo humano que se encaminha para o abismo, na postura daquilo que é
considerado certo em que fica mascarado o que não nos convém em termos de alma
que busca outro referencial onde a felicidade é indestrutível.
Beber vinho,
beber champanhe, assistir a cenas de violência na televisão, comentar assuntos de
corrupção, criticar posturas ou condutas que são diferentes do nosso modo de
viver, namorar com pessoas que nem as conhecemos, aceitar convites em que não
podemos comparecer, eis algumas observações que devemos ter cuidado em
participar.
Vivamos o nosso
ser profundo, o que acham de errado naquilo que não compreendem em nós, é
apenas as pessoas determinando o caminho que seguirão e nós seguiremos o nosso.
Não criticar nada, nem mesmo curtir comentários ou dizeres em que suscitam a
crítica nas redes sociais da internet.
Para conquistar
um amor não é preciso nem falar, basta ter a vibração saindo de nosso coração
que sai, no espaço que alcança quem está dormindo em outro lugar onde moramos.
É assim que os animais têm o amor de seus donos e seus admiradores, os seres
multidimensionais recebem essa corrente que se espalha pelo espaço e estão
sempre perto, embora estejam longe.
Quem ama não
sente solidão, a solidão é uma ilusão de quem pensa que está só. Ninguém está
só. Estamos interligados com os amores que nos acolhem, tanto desta esfera
física como nas esferas resplandecentes onde o amor se faz sentir mais
presente.
Se os amores
terrenos não nos amarem, eles terão outros tipos de amores que escolheram e nós
teremos sempre aqueles que decidimos ter, estes sim fazem parte de nossas
decisões.
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