Páginas

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

AMÉRICA LATINA

A música America Latina, interpretada por Francisco Alves (1898/1952), conhecido no Brasil como o rei da voz, é um prenúncio de que algum dia “os aramados e cancelas, nos limites da fronteira”, deixarão de existir, ao tempo em que “milhões de vozes se erguerão numa só voz”, vislumbrando a unidade de que tanto falamos.
A exploração humana não mais irá existir, em futuro próximo, aqui no continente onde o índio ainda é explorado e expulso de suas terras destruídas pelo fogo e pela motosserra devastando milhares de árvores, plantas medicinais, ainda não catalogadas, eliminando o alimento de aves e animais selvagens, dizimando a flora e a fauna. Os peões, em todas as searas, são também explorados por patrões.
Essa exploração no passado se estendeu em duas grandes guerras mundiais e nos conflitos armados atuais em várias partes do mundo, na presunção de defesa da pátria e dos bens usurpados por facções terroristas, morrendo milhões de pessoas e como diz a música: “os jovens que, sem saber, morrem nas guerras”.
Na América vizinha, o presidente dos EE.UU., Barak Obama pressentiu que o derramamento de sangue na guerra não é mais necessário, na decisão que tomou em não enviar tropas de soldados para combater em solo da Síria, sede do Estado Islâmico, embora haja bombardeios aéreos americanos em coalizão com a França e a Rússia.
Os libertadores da América, tendo à frente Bolivar, que conquistaram a independência política do jugo espanhol são lembrados como justificativa para manter a política sectária que não alcança todo o povo, ficando fora multidões em luta e reivindicação. Esses libertadores são lembrados mais pela mídia que promove a competição mais disputada no futebol das Américas. Qual é o clube brasileiro que não sonha conquistar essa taça? Alguns já conquistaram.
Reiterar assuntos pertinentes é algo que sempre fazemos, com satisfação, buscando apresentar um caminho para solução dos problemas. Isto nos remete aos trechos da crônica VALE RECRUDESCER – 02 de dezembro de 2015:
Recrudescendo o ciclo da mineração que antecedeu a da pecuária, saga narrada pelo romancista Agripa Vasconcelos (1900/1969), médico que serviu ao Banco do Brasil (BB/MEDIC), patrono da Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, autor notabilizado pela obra levada ao cinema e à televisão, notadamente Dona Beija, Chico Rei, Xica da Silva, o Brasil retrocedeu 200 anos.
O rompimento das barragens da mineradora Samarco, subsidiária da Vale do Rio Doce, em Mariana – MG , levando de roldão materiais nocivos à saúde, comprova que a atividade mineradora predatória é prejudicial à população e ao meio-ambiente, afetando meio milhão de pessoas e numa extensa área que alcança a foz do Rio Doce, atingindo o ecossistema marítimo. [Revista Radis – dezembro/2015 – FIOCRUZ].
Como a bacia hidrográfica do Rio Doce é a 5ª maior do Brasil, isto não repercute muito a nível planetário, pois a Amazônia é a grande notícia como a maior reserva de água doce do mundo, no momento em que é discutido o clima da Terra, na Conferência de Paris, com a presença dos principais  governantes de países do mundo inteiro.
A saúde sempre é alvo de nossa atenção e como falamos inicialmente em recrudescimento do ciclo da mineração no Brasil, vale recrudescer o assunto Infecção & Cura, objeto da crônica de 07 de abril de 2015 – blog Fernando Pinheiro, escritor.
Retomando ao tema central, América Latina amada e em busca da libertação total, nos tempos novos que vêm surgindo, teve a apreciação do jornalista Antonio Navalón: “A primeira necessidade da região é o equilíbrio social e a segunda, acabar com a corrupção.” – El Pais – Madri, Espanha, 08/12/2015.
O equilíbrio social de que nos fala Navalón refere-se logicamente ao equilíbrio de Nash, onde todos são beneficiados e não na teoria de Adam Smith, que admite o benefício coletivo, mas até quando isso ocorrerá? Essa teoria está circunscrita no sistema de crenças do planeta, onde tudo está jugulado, cada um fazendo o melhor do seu ego e dane-se o resto, assunto largamente explicitado na crônica UMA MENTE BRILHANTE – 18 de março de 2014 – blog Fernando Pinheiro, escritor.
A transição planetária não se fará através de movimento social que está nesse sistema, a mudança só ocorrerá com a iluminação pessoal que é aceitar a centelha divina, que todos têm, e deixar essa centelha trabalhar, expandindo-se.
Revolucionários a Terra sempre os teve, inclusive os libertadores das Américas que inspiraram e ainda inspiram os governantes latinos, principalmente os da Venezuela e Argentina, mas no paradigma planetário não fazem a libertação. 
Holllywood foi mais longe, apresentando vários episódios da série Star Wars (Guerra das Estrelas), sempre com record de bilheteria, o último Star Wars 7: O Despertar da Força, lançado em dezembro/2015. Em todos eles, a finalidade é salvar a Terra dos ataques alienígenas.     
A letra da música América Latina fala ainda do silêncio dos covardes, pessoas que fazem o jogo unilateral, apenas. As sesmarias de campos e de riqueza, concentradas nas mãos de poucos, serão repartidas em benefício de todos. Compartilhar é a solução.

Nenhum comentário:

Postar um comentário