Páginas

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

TERAPIA DE RISCO

Nos idos de 2013, o cineasta Steven Soderbergh dirigiu Terapia de Risco que aborda tema de psiquiatria e, ao mesmo tempo, revela um aspecto da indústria farmacêutica denunciada pela imprensa, no filme, ao publicar a manchete “The Killer Pill” (a pílula assassina) que, na verdade, Ablixa é nome fictício, assim como a propaganda nele inserida: “recupere o amanhã”.
O enredo é sobre Emily (Rooney Mara), uma jovem que sente depressão pelo retorno do marido Martin (Channing Tatum), depois de cumprir pena sobre negócio ilícito na Bolsa de Valores de Nova York. Ele a trata com carinho e afeto.
Ao bater com o carro na parede da garagem, ela se mostra fragilizada. Então, consulta dois psiquiatras, distintamente, Dra. Vitória e o Dr. Jonathan (Jude Law) que lhe receitam Ablixa, um novo medicamento lançado no mercado. Sob o efeito da medicação, e em estado de letargia, Emily crava uma faca no marido, assassinando-o. Não houve agressão.
O diretor Soderbergh leva ao público a atuação profissional dos psiquiatras, sendo que a Dra. Victoria (Catherine Zeta-Jones), é presa pela polícia, nos momentos finais do filme e, segundo o jornal O Globo – 15/05/2013, “o diretor expõe a impunidade de um mercado que manipula a ansiedade alheia – e ganha milhões com isso”. 
Como houve crime, o Dr. Jonathan é questionado pela polícia, argumenta sobre o estado psíquico da paciente, concluindo: “sem consciência não há intenção”. O título original do filme é “Side effects” (Efeito Colateral) justifica a medicação, embora o crime não possa ser justificado. Na física quântica, como temos demonstrado, a consciência está em tudo, inclusive nos insetos.
Diferente de outros exames médicos que comprovam a existência da doença, através de laboratórios e de raios-X, o diagnóstico do médico psiquiatra é sempre questionável, pois se dá na área da subjetividade e corroborando o pensamento da médica Adriane Fugh-Berman, contido na referida matéria da Viomundo: “Outro exemplo é a doença da ansiedade social. É bom notar que a psiquiatria é a profissão mais suscetível a diagnósticos questionáveis porque todos os diagnósticos são subjetivos.” – PÍLULA ADOCICADA – 22 de agosto de 2015.
A 5ª e última versão do DSM – Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais está em vigor desde maio de 2013, elevando o número de patologias mentais a 450 categorias diferentes que eram 182, nos idos de 1968, no Manual DSM–2 [Folha de S.Paulo – 14/05/2013].
Com o apoio da mídia, a indústria farmacêutica joga pesado e faz convencer os médicos e a sociedade em geral que os problemas psicológicos são resolvidos com remédios de sua fabricação.
Em alguns casos, sim, são úteis, mas o excesso provoca dependência, inclusive está havendo “mais mortes por abuso de medicamentos do que por consumo de drogas”, segundo o Dr. Allen Frances, Catedrático emérito da Universidade Duke, Carolina do Norte, EE.UU., na entrevista concedida em 27/09/2014, ao Jornal El Pais – Madri, Espanha. – PÍLULA ADOCICADA – 22 de agosto de 2015.
Vale citar o pensamento de Carol Sonenreich, Giordano Estevão e Luiz de Moraes Altenfelder Silva Filho:
"Entretanto, no relacionamento com os outros, na organização das condutas, aliás, no que constitui o campo das alterações mentais, o essencial não está no que as limitações determinam, mas no que pertence à liberdade de escolhas." - in Doença mental e perda de liberdade - Revista TEMAS - Teoria e Prática do Psiquiatra - v. 35, n. 68-69, p. 4 - Jan/Dez 2005 – Apud Os domínios da psiquiatria – In Blog Fernando Pinheiro, escritor. – PRIVAÇÃO DO SONO – 10/09/2015. 
Quanto vale esse conhecimento? Muito dinheiro. A nível mundial, estima-se em torno de US$ 14 bilhões por ano de faturamento para a indústria farmacêutica e aos profissionais da área de saúde. Na palestra Evolução Aprenda, o Prof. Hélio Couto comentou: “essas pessoas não tem o menor interesse em você fabricar em seu cérebro a serotonina quando você quiser.” [ASYLUM – 19 de maio de 2014 – blog Fernando Pinheiro, escritor] – Apud ALÉM DA LOUCURA – 02/11/2015.
Há uma cena no filme Terapia de Risco em que Emily diz: “preciso correr na esteira, estimulando a serotonina”. Há também um lance de ciúme na casa do pediatra, onde a esposa Dierdre (Vinessa Shaw), recebe do Correio uma foto da paciente no sofá com o marido e outra em que a paciente aparece com lingerie, sem a presença do médico. A esposa dele, saiu de casa e, mais tarde, vendo a inocência do marido, ela volta.
Terapia de Risco tem muito de psiquiatria, de investigação policial e de júri, onde a acusada é libertada. Mas, diante de uma recaída, o médico a interna na clínica. Como temos demonstrado, anteriormente, a internação é o fracasso da terapia.
Outros personagens que compõem o filme: a mãe de Martin (Ann Dowd), a patroa de Emily (Polly Draper), juíza (Davenia McFadden), oficial de polícia (James Martinez), detetive de polícia (Scott Shepherd II), entre outros.
À noite, tivemos um sonho em que buscamos fazer catarse dos momentos em que assistimos ao filme, passando por um salão onde se encontravam pessoas vestidas a passeio (terno e vestido longo), nós que estávamos apenas de um calção de praia, caminhando num corredor que acabara de ser limpo, ainda com os produtos de limpeza à flor da superfície.
Isto nos leva a pensar no miasma que as pessoas recebem ao ficar sobrecarregadas pelas cenas produzidas para cinema e televisão nos filmes de violência e terror, do mesmo modo que é necessário uma limpeza astral para eliminar as substâncias tóxicas que contêm na medicação de tarja preta.
Concluindo a nossa apreciação, todos têm o direito de ser feliz, não importa as circunstâncias adversas que tendem a se modificar à medida em que conseguimos mudar de frequência de onda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário