Páginas

quinta-feira, 16 de julho de 2015

PÉGASO (XXIII)

Ao dar prosseguimento à Série Pégaso, vale assinalar os 4 primeiros parágrafos, constantes do início desta série, com o propósito de revelar aspectos do mundo astral:
A ideia ideoplástica é a matéria-prima usada pela mente humana que a transforma ao seu bel-prazer. O pensamento é o condutor que plasma as formas figuradas e elaboradas na projeção do propósito alcançado. A arte vive nesse meio.
O pensamento é um atributo do espírito e flui em correntes de variadas expressões que se modificam de acordo com o comando recebido.
O pensamento plasma a beleza como também pode criar modificações diferentes da beleza original em circunstâncias que a degeneram.
Em nossas andanças astrais passamos por lugares que passam a ser estudo para a observação da vida que ultrapassa os limites da matéria conhecida, entrando em espaços além do planeta Terra, embora esteja circunscrito na psicosfera terrestre, esse espaço onde abriga os pensamentos e os espíritos em trânsito pela transmutação das formas almejadas.
Ao chegar ao pequeno auditório onde estava reunida uma seleta plateia composta por intelectuais, todos vivos, inclusive alguns que já estavam numa dimensão mais sutil, a oradora abordava temas poéticos e todos estavam concentrados na palestra. Ao lançar o olhar para frente, identifiquei alguns conhecidos meus da esfera acadêmica, principalmente uma linda poetisa e declamadora de versos que, por alguma razão do destino, tinha algo que me aproximava no terreno físico.
Nela o interesse de conhecer um escritor era notado, ao mesmo tempo em que demonstrava desinteresse por não compreender totalmente esse vasto campo de observação e porque estava concentrada nos interesses da matéria que requer aparência e conteúdo que despertem a atenção, um pouco mais além.
O clima era agradável pela mensagem transmitida pela oradora e completamente aceita por todos da plateia, sem nenhum resquício de indagação como o aroma de lavanda campesina que agrada a todos que o sentem.
Logo ao chegar, sentei-me na segunda fila, ao lado uma  cadeira vazia e, ao ver a poetisa se levar da cadeira, pensei ela virá sentar na que está vazia ao meu lado, pensei, apenas pensei, sem demonstrar ansiedade por isto. Se ela sentasse na cadeira vazia era a prova de que estava ao meu lado e eu poderia apresentá-la, quando acabasse a palestra, a todos como minha namorada. Mas, isto não aconteceu.
Ela concentrada em seus pensamentos não me olhou tão perto e nem viu a cadeira vazia, elegantemente como sempre se veste, saiu do auditório. Não olhei para atrás para vê-la passar, já tinha passado por mim e isto bastava.
Para nós isto era a realidade última, usando um termo empregado pelos cientistas que reconhecem que a ciência, com todo o bojo de informações, ainda é incapaz de apresentar a realidade última. Mas, não existem mistérios insondáveis. Tudo vem às claras na percepção das coisas que acontecem conosco.
Isto define também o recente relacionamento, apenas dois encontros, em que as aparências estavam diante do sonho de olhos abertos em ter uma pessoa suscetível ao namoro,  lembrando-nos do pensamento filosófico: quando a pessoa vê para fora, sonha, quando vê para dentro, desperta. “Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta” – Carl Gustav Jung. No caso, a palavra ver é mais profunda do que a palavra olhar.
Como tudo tem uma finalidade, os encontros das pessoas sempre revelam algo que aprendemos e enriquece a nossa bagagem de conhecimentos. O importante é semear a semente no campo fértil e caminhar em frente porque a colheita será em outro tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário