Ao dar prosseguimento à Série Pégaso,
vale assinalar os 4 primeiros parágrafos, constantes do início desta série, com
o propósito de revelar aspectos do mundo astral:
A ideia ideoplástica é a matéria-prima usada pela mente
humana que a transforma ao seu bel-prazer. O pensamento é o condutor que plasma
as formas figuradas e elaboradas na projeção do propósito alcançado. A arte
vive nesse meio.
O pensamento é um atributo do espírito e flui em
correntes de variadas expressões que se modificam de acordo com o comando
recebido.
O pensamento plasma a beleza como também pode criar
modificações diferentes da beleza original em circunstâncias que a degeneram.
Em nossas andanças astrais passamos por lugares que
passam a ser estudo para a observação da vida que ultrapassa os limites da matéria
conhecida, entrando em espaços além do planeta Terra, embora esteja
circunscrito na psicosfera terrestre, esse espaço onde abriga os pensamentos e
os espíritos em trânsito pela transmutação das formas almejadas.
Ao chegar ao pequeno auditório onde estava reunida uma
seleta plateia composta por intelectuais, todos vivos, inclusive alguns que já
estavam numa dimensão mais sutil, a oradora abordava temas poéticos e todos
estavam concentrados na palestra. Ao lançar o olhar para frente, identifiquei
alguns conhecidos meus da esfera acadêmica, principalmente uma linda poetisa e
declamadora de versos que, por alguma razão do destino, tinha algo que me
aproximava no terreno físico.
Nela o interesse de conhecer um escritor era notado, ao
mesmo tempo em que demonstrava desinteresse por não compreender totalmente esse
vasto campo de observação e porque estava concentrada nos interesses da matéria
que requer aparência e conteúdo que despertem a atenção, um pouco mais além.
O clima era agradável pela mensagem transmitida pela
oradora e completamente aceita por todos da plateia, sem nenhum resquício de
indagação como o aroma de lavanda campesina que agrada a todos que o sentem.
Logo ao chegar, sentei-me na segunda fila, ao lado
uma cadeira vazia e, ao ver a poetisa se
levar da cadeira, pensei ela virá sentar na que está vazia ao meu lado, pensei,
apenas pensei, sem demonstrar ansiedade por isto. Se ela sentasse na cadeira
vazia era a prova de que estava ao meu lado e eu poderia apresentá-la, quando
acabasse a palestra, a todos como minha namorada. Mas, isto não aconteceu.
Ela concentrada em seus pensamentos não me olhou tão
perto e nem viu a cadeira vazia, elegantemente como sempre se veste, saiu do
auditório. Não olhei para atrás para vê-la passar, já tinha passado por mim e
isto bastava.
Para nós isto era a realidade última, usando um termo
empregado pelos cientistas que reconhecem que a ciência, com todo o bojo de
informações, ainda é incapaz de apresentar a realidade última. Mas, não existem
mistérios insondáveis. Tudo vem às claras na percepção das coisas que acontecem
conosco.
Isto define também o recente relacionamento, apenas dois
encontros, em que as aparências estavam diante do sonho de olhos abertos em ter
uma pessoa suscetível ao namoro,
lembrando-nos do pensamento filosófico: quando a pessoa vê para fora,
sonha, quando vê para dentro, desperta. “Quem olha para fora, sonha; quem olha
para dentro, desperta” – Carl Gustav Jung. No caso, a palavra ver é mais
profunda do que a palavra olhar.
Como tudo tem uma finalidade, os encontros das pessoas
sempre revelam algo que aprendemos e enriquece a nossa bagagem de
conhecimentos. O importante é semear a semente no campo fértil e caminhar em
frente porque a colheita será em outro tempo.
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