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sexta-feira, 24 de julho de 2015

PÉGASO (XXIX)

Ao dar prosseguimento à Série Pégaso, vale assinalar os 4 primeiros parágrafos, constantes do início desta série, com o propósito de revelar aspectos do mundo astral:
A ideia ideoplástica é a matéria-prima usada pela mente humana que a transforma ao seu bel-prazer. O pensamento é o condutor que plasma as formas figuradas e elaboradas na projeção do propósito alcançado. A arte vive nesse meio.
O pensamento é um atributo do espírito e flui em correntes de variadas expressões que se modificam de acordo com o comando recebido.
O pensamento plasma a beleza como também pode criar modificações diferentes da beleza original em circunstâncias que a degeneram.
Em nossas andanças astrais passamos por lugares que passam a ser estudo para a observação da vida que ultrapassa os limites da matéria conhecida, entrando em espaços além do planeta Terra, embora esteja circunscrito na psicosfera terrestre, esse espaço onde abriga os pensamentos e os espíritos em trânsito pela transmutação das formas almejadas.
O carro em movimento era o máximo em sofisticação e beleza: uma Ferrari esporte, conversível, vermelha saía de um lugar plano no alto de montanha e descia numa estrada desértica, ao lado a romancista fazia-me companhia, sentindo-se feliz.
Ela indicou com a mão esquerda um lugar que eu visualizava ser igual à Praça Gonçalves Dias, em São Luís do Maranhão, terra que nos lembra palmeiras, sabiá, saudades. Nessa praça romântica há gratas recordações de amores que o tempo não apaga.     
Algo me unia com a moça que me acompanhava nesse passeio sem destino definido. Sabia eu que o lugar indicado era um recanto apreciado por namorados. A relação de status não foi definida, assim como se observa quando os casais estão juntos. No plano físico, ela era casada e se desligou dos liames do casamento que não lhe davam liberdade.
No plano astral, esses liames permanecem se houver o vínculo que os une por força coercitiva, numa obrigação que deve cumprir porque aceitou ser assim desde o momento do enlace matrimonial. E até mesmo depois da morte permanecem jugulados como se fossem condenados a sofrer pelo tempo que se escoa numa eternidade. É horrível a situação de quem está preso em qualquer circunstância.
A Terra, abrigando a maioria de habitantes que está na consciência planetária dissociada, é um planeta-prisão, esse aprisionamento permanece do outro lado da matrix, na mesma situação em que se encontra aqui, a matrix. A libertação só ocorre aqui, por um princípio quântico: depois da chamada morte não há mais colapso da função de onda.
No plano astral encontra-se a realidade em que vivemos, é a nossa origem; a indumentária carnal é apenas a nossa grande oportunidade de sermos o que, na realidade, somos, seres eternos conscientes com essa realidade que nos envolve. Mas, a grande maioria, cerca de 6 bilhões de pessoas, retorna em estado inconsciente, tudo isto provocado por pensamentos e atitudes em desacordo com a harmonia da natureza.
Sem vivenciar a transparência que está no plano físico, permanece no plano astral, a pessoa parte deste mundo no mesmo estado de inconsciência e mergulho profundo no oblivion, sem se lembrar de nada o que se passou e está se passando.
Sem buscar os recônditos de situações esquecidas, tive em sonho anterior a grata surpresa de assistir à recepção festiva que teve um saudoso cantor brasileiro que desapareceu do meio artístico quando se apresentava no exterior, ocasião em que teve uma parada cardíaca provocada por engramas que o passado fez esquecer.
Fico a imaginar que milhões de pessoas no mundo inteiro que ouviram suas músicas na internet, a exemplo de orações e preces, irradiando amor, contribuíram para o despertar dele no mundo de beleza em que se encontra. O amor transcende tudo, inclusive as sombras, como luz irradiando um novo dia.
Muitos perdem a memória em doenças graves, bastante conhecidas, atingindo todas as classes sociais, em circunstâncias que a ciência busca desvendar. O que será que eles perderam? Não seria melhor para eles o esquecimento de todas as tragédias e desgraças que o planeta está envolvido e que, de alguma forma, nos atingem? Na televisão passa tudo isto. Não guardemos vibrações que não dizem respeito com o nosso mundo íntimo. [VERDADE CHINESA – 20 de março de 2012 – Blog Fernando Pinheiro, escritor]. 
Mais uma vez é oportuno ressaltar a conveniência de adotar os cinco pilares que estruturam o nosso comportamento de viver salutar: simplicidade, humildade, transparência, alegria e gratidão.
No sonho compreendi o gesto feminino, embora comprometido em outra situação, a me indicar um lugar  romântico para passar essas horas felizes que os namorados buscam encontrar.
Olhando a linda mulher que me acompanhava no carro, disse a ela em tom que é submetido à apreciação para que haja a aquiescência: vamos subir pelo caminho à direita e veremos o que nos aguarda. Na plataforma ao lado na direção em que seguimos, embora seja um lugar romântico e aprazível, já sabemos, eu e você, o que é, conclui com um sorriso que foi correspondido.
No plano mental ou intelectual, a escritora narrou em belo romance de ficção a trajetória de dois casais que se separam depois de um deles, personagens Fernando e Ly, viver uma aventura amorosa que culminou em união estável, em cenas ambientadas em Lisboa, São Luís do Maranhão e Alcântara.  
“A vida imita a arte”, será? É o que dizem. Seja o que for, é agradável a citação, em situações distintas, de dois escritores maranhenses:
“Os fatores que impedem a união dos amores verdadeiros são múltiplos, desde uma pequenina desatenção numa oportunidade rara, até nos caprichos do destino que aproxima pessoas de idades desiguais ou em situações de estado civil diferentes.” [A SARÇA ARDENTE, p. 119, de Fernando Pinheiro].
“Fernando e Ly entraram em um carro e se foram estrada afora, já estava quase no fim da tarde, os dois não cabiam em si de felicidades.” [COMENSAIS, p. 319, de Eliane Morais Araújo].
No sonho quando estamos com o olhar voltado ao lugar que está mais alto onde nos encontramos sempre é melhor do que apreciar o caminho que fica numa plataforma distante e de realização duvidosa. No lugar mais alto, a paisagem é descerrada com maior amplidão, isto se o tempo permanecer bom como aquele que nos favorecia o encontro.

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