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domingo, 6 de janeiro de 2013

S.PAULO GALANTE (VII)


Os funcionários da Agência São Paulo, a única do Banco do Brasil existente na capital paulista, em 12/8/1939, promoveram homenagem, no Salão Monte Carlo, ao Dr. Gerson de Almeida (posse no BB: 11/12/1913, apos.: 1/3/1948), assistente da Contadoria, nomeado inspetor da 8ª Zona, com sede em  Ribeirão  Preto – SP.

No ágape, estavam presentes: Ruy Dantas Bacellar, gerente; Izalco Sardenberg, contador (posse no BB: 2/2/1918, apos.: 23/3/1948); Genaro Pilar do Amaral, antigo gerente da Agência; e os inspetores: Clarindo de Salles Abreu (posse no BB: 22/8/1908, apos.: 13/3/1948), David Antunes (posse no BB: 12/6/1916, apos.: 1/8/1947); Roberto de Carvalho (posse  no  BB:  13/2/1918, apos.: 27/12/1945), e Ivan D´Oliveira (posse no BB: 28/4/1925 – apos.: 11/2/1961)  [Revista  AABB –  Rio  –  1939;   Almanaque  do  Pessoal  –  1964].      

David Antunes (1891/1969) exerceu os cargos de gerente e inspetor de serviço (5ª Zona – DG), a partir de nov/1939, nas agências de Campinas, Piracicaba e Pirassununga. Durante a II Guerra Mundial, foi interventor do Banco Alemão Transatlântico, em São Paulo. Na literatura David Antunes (novelista e romancista), adotou o pseudônimo de Iago Joe.

Diversos oradores usaram da palavra, enaltecendo a vida e a trajetória de trabalho do homenageado. Dentre eles, destacamos: Orlando Rodrigues de Medeiros, gerente da Agência de Araguari – MG (posse no BB: 15/6/1927, apos.: 21/1/1959); Hélio Corrêa Lima, encarregado da Seção da  Carteira Agrícola (posse no BB: 23/5/1932, apos.: 21/5/1962) [Revista AABB–Rio – 1939; Almanaque do Pessoal – 1964].

Vale ressaltar trechos do discurso de Manoel Victor de Azevedo (1898/1988), escritor, jornalista, jurista, radialista, funcionário lotado na Seção do Contencioso da Agência São Paulo:

“Há uma real alegria residindo em nossa opinião ao constatarmos que o prêmio do cumprimento do dever é o dever cumprido. É o merecimento que se galardoa dos seus justos títulos, e aí temos o resultado claro da justiça que soube apor o galão de inspetor.

Temos em vossa longa vida bancária um exemplo para a nossa, certos de que nem o tempo nem as dificuldades ambientes, nem as razões extemporâneas, deixarão de fazer justiça à própria justiça do  merecimento.

Tenhamos fé, portanto, no grande Instituto a que servimos. Sua diretoria tem demonstrado saber encontrar nos velhos batalhadores os esteios seguros da sua atividade, e onde beber a seiva nova de sua  vida.

Aqui vemos nesta mesa, honrando-nos com autoridade da sua experiência, aqueles a quem o Banco tem chamado para os postos de comando, não porque se embarace nos direitos de antiguidade, mas porque lhes aplaude o caráter, lhe premeia o valor. É para essa falange gloriosa que se engalana dos louros autênticos da sua vitória conquistada através de uma jornada de dedicação e sacrifício, que acabais de entrar, Dr.Gerson de Almeida”

(40) MANOEL VICTOR DE AZEVEDO, funcionário do Banco do Brasil (posse: 7/11/1927, apos. 1/1/1960), deputado federal (1946/1950) – Discurso proferido, em 12/8/1939, no Salão Monte Carlo – São Paulo – SP, em homenagem a Gerson de Almeida. – Autorização concedida, em 4/9/2007, ao escritor Fernando Pinheiro pelo Prof. Luiz Carlos de Azevedo (Universidade de São Paulo), filho de Manoel Victor. 

Ao agradecer a homenagem recebida, Gerson de Almeida manifestou sentir orgulho por fazer parte desta exemplar coletividade em que o Banco do Brasil reúne em torno de si, e revelou sentir aumentar fé nos destinos do Brasil “que tem a ventura de cristalizar em seu seio uma gema tão perfeita quanto é nosso Banco.” 

O orador que o procedeu, Manoel Victor de Azevedo, recebeu homenagem, em dez/1998, na Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, ao ensejo das comemorações do 1° centenário de nascimento, por Luiz Carlos de Azevedo, Professor de Direito Processual da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, filho de Manoel Victor, e por Durval Ciamponi, que vieram especialmente da capital paulista para o evento.  

Da trajetória terrena (28/05/1898 a 25/01/1988) de Manoel Victor, podemos ressaltar as palavras do ilustre Professor Luiz Carlos de Azevedo:

“Desde cedo, trabalhou no Banco do Brasil, ali permanecendo por vários anos, licenciando-se somente durante o período parlamentar, para depois volver aos seus pagos, junto ao Contencioso, até sobrevir a aposentadoria.

Escritor e jornalista, desde a mocidade, foi redator do Correio Paulistano e cronista diário na Folha da Noite e Diário de S.Paulo, reunindo-se, mais tarde, todas estas crônicas em dois livros publicados na década de trinta. O Colecionador de Sensações e Os Três Tinteiros. Na verdade, muitas seriam as obras que deixou, diversificadas desde o romance, até o ensaio, desde a crítica, até a exposição histórica, revelando o seu pendor e versatilidade para as letras. 

[...]
Dele se disse que, como conferencista e orador, o seu estilo, tanto na prosa escrita, como na oratória, sempre se revelou por elegante forma literária, levando-o a integrar várias academias de letras e institutos de S.Paulo e de outros estados do Brasil.

Católico fervoroso viu-se agraciado por várias comendas papais, destacando-se por ser o fundador do primeiro programa de difusão do pensamento católico, a Hora da Ave Maria, a qual, por várias décadas, era transmitida nas emissoras de São Paulo; e pela sua voz ergueram-se igrejas, fortaleceram-se orfanatos, seminários, escolas, deu-se regular desenvolvimento a uma campanha de distribuição de auxílios, em especial, cadeiras de rodas aos necessitados.

Constituinte de 1946, como deputado federal teve atuação remarcada em inúmeras medidas de interesse social, lembrando-se, entre outras, o projeto que se aprovou e se converteu em lei a respeito da liberação dos bens dos então chamados súditos do eixo. Assim prosseguiu a sua atuação política na Assembleia Legislativa de São Paulo, da qual ocupou por várias vezes a Presidência.”

(41) LUIZ CARLOS DE AZEVEDO, Professor de Direito Processual da USP – Universidade de São Paulo – in Centenário de Manoel Vitor (1898/1998), conferência apresentada em 9/12/1998, ao ensejo da realização do 2° Seminário Banco do Brasil e a Integração Social, promovido pela Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, sob a presidência do escritor Fernando Pinheiro.

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