Banqueiro paulista assume a Presidência
do BB.
Ao assumir o cargo de presidente do
Banco do Brasil, no dia 15 de maio de 1964, Luiz de Moraes Barros proferiu
o discurso de posse, saudando, de início, Arnaldo Walter Blank, presidente
interino, relembrando os dias em que pôs em funcionamento, “com outros bons e
dedicados companheiros, a Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil”.
Em oportuno elogio ao presidente
interino, Luiz de Moraes Barros demonstrou elevada admiração e respeito ao seu
antigo companheiro de trabalho, dentro de uma amizade que já alcançava “dez
anos sem nuvem”.
Dentre as autoridades que assistiram à
solenidade de posse, ressaltamos a presença dos antigos presidentes do Banco do
Brasil: Ricardo Jafet, João Baptista Leopoldo Figueiredo, Marcos de Souza
Dantas, Nilo Medina Coeli e José Adolpho da Silva Gordo (ex-presidente
interino), secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, bem como Rafael
Norchese, presidente da FIESP, Rui Gomes de Almeida, presidente da Associação
Comercial do Rio de Janeiro, Júlio Avellar, diretor do Banco Moreira Sales e
ex-presidente do Instituto Brasileiro do Café [Revista AABB – Rio – 1964].
Após o discurso de posse, o presidente
Luiz de Moraes Barros fez uma declaração informal aos funcionários que
estavam no recinto:
“Escolhi para chefia do meu gabinete um
funcionário de méritos inegáveis, o Sr. Charles Hargreaves, e para preencher os
altos postos de superintendente e gerências do Banco serão convocados elementos
cuja competência e probidade se tornaram símbolo de galardão de honra de todo o funcionalismo do
Banco do Brasil.”
(149) LUIZ DE MORAES BARROS, presidente do Banco do Brasil (15/5/1964 a 20/3/1967) – Revista AABB – Rio – 1964.
(149) LUIZ DE MORAES BARROS, presidente do Banco do Brasil (15/5/1964 a 20/3/1967) – Revista AABB – Rio – 1964.
Tivemos a satisfação de conhecer pessoalmente Charles Hargreaves, à época, aposentando do Banco do Brasil, em almoço de confraternização, na AABB–Rio, onde proferimos, em 1993, discurso acerca da trajetória dos patronos da Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, percorrida dentro da Empresa. Ele sentia–se muito feliz por ouvir recordações gratas.
Em ritmo crescente de atividades,
empenhado em promover a racionalização e mecanização de serviços, com a
utilização de máquinas de contabilidade e acessórios, o Banco do Brasil
realizou, no período de 19 a 30 de outubro de 1964, o 1° Curso sobre
Mecanização de Serviços [Revista AABB – Rio – 1964]. O presidente Luiz de
Moraes Barros, ao dirigir-se aos administradores participantes do curso,
afirmou que “a mecanização marcará nova etapa de progresso no serviço do
Banco.”
A Revista Boletim – edição 1975 – Ano X
– N° 1, editada pelo Banco do Brasil, confirma as palavras do presidente:
“Em 1964, o Banco do Brasil instalou o
terceiro conjunto de computadores pelo equipamento Gamma–30, da Bull, com
20.000 posições de memória, colocado na Agência Centro de São Paulo. O
computador que servia à Carteira de Câmbio teve a sua capacidade ampliada de
8.000 para 12.000 posições de memória e foi absorvido pelo Centro de Mecanização da Direção
Geral (CEDIR)”.
Erguido, com o projeto do DEPIM –
Departamento de Administração do Patrimônio Imobiliário do Banco do Brasil,
pela empresa Cia. Moraes Rego, o novo edifício da Agência de Ribeirão Preto –
SP, foi inaugurado, no dia 31 de outubro de 1964, pelo presidente Luiz de
Moraes Barros, acompanhado dos diretores Severo Fagundes Gomes (CREAI) e
Antônio José Loureiro Borges (CREGE) [Revista AABB – Rio – 1964].
Na ocasião, fizeram o uso da palavra o
diretor da CREGE, em nome do presidente do Banco do Brasil, e os oradores
Welson Gasparini, prefeito de Ribeirão Preto, Dário de Oliveira e Silva, em
nome das classes produtoras, e Ignácio Ferrero, gerente da Agência [Revista
AABB – Rio – 1964].
A permanência de Severo Gomes no Banco
do Brasil durou um pouco mais de dois anos (21/05/1964 a 12/08/1966), quando se
retirou para substituir Ney Braga na pasta da Agricultura, que se afastara para
concorrer, no Paraná, à eleição para o Senado Federal. A interinidade se
estendeu até 15/3/1967. Posteriormente, ei-lo no cargo de ministro da Indústria
e Comércio (15/3/1974 a 8/2/1977).
Com a bagagem rica de serviços
prestados à Nação brasileira, Severo Gomes cumpre o mandato de senador da
República no período 1983/1991. Em 12/10/1992, essa trajetória terrena,
gloriosa e feliz, é bruscamente interrompida, com o desastre que o vitimou nas
águas do litoral paulista, em acidente aéreo com helicóptero Esquilo,
acompanhado de Ulysses Guimarães e respectivas esposas.
No governo de Castello Branco, e na
gestão Luiz de Moraes Barros, foi editada a Lei n° 4.595, de 31/12/1964, que
promoveu a Reforma Bancária no Brasil, extinguindo a SUMOC – Superintendência
da Moeda e do Crédito e transformando-a em autarquia denominada Banco Central
do Brasil.
Essa lei estabeleceu a criação da CVM – Comissão de Valores
Mobiliários, em substituição do Conselho da SUMOC, ao tempo em que incorporou a
Caixa de Mobilização Bancária e a Carteira de Redescontos do Banco do Brasil.
A Lei 4.595, de 31/12/1964, criou ainda
o Conselho Monetário Nacional com o objetivo de supervisionar o sistema
financeiro do País e assegurar os recursos específicos para o Banco do Brasil.
A essa mesma lei retirou do Banco do
Brasil a condição de emissor de papel–moeda, que vinha exercendo desde o
Império, e, ao mesmo tempo, o permitiu movimentar a conta denominada
“Conta-Movimento” junto ao Banco Central, com a finalidade de suprir as
necessidades de caixa, dentro das atividades consideradas prioritárias pelo Governo.
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