No dia 2 de fevereiro de 1951, o
advogado Ricardo Nami Jafet toma posse no cargo de presidente do Banco do
Brasil, prestigiado pela presença de João Café Filho, vice-presidente da
República, Horácio Lafer, ministro da Fazenda, Adhemar de Barros, governador do
Estado de São Paulo (1947/1951 e (1963/1966), Nelly Maluf Jafet, esposa do
presidente, acompanhada de algumas distintas senhoras que usavam vestidos
elegantes e joias preciosas [Revista AABB–Rio – 1951].
Chapéus da moda feminina não lhes
tiravam de vista os lindos penteados: eram de cabelos de cor natural, sem
pintura. Na sequência da iconografia do evento, vemos que, quando iniciou a
cerimônia de posse, elas retiraram da cabeça os chapéus, conservando o charme e
a beleza. Autoridades presentes trajavam ternos brancos, traje comum da época
[Revista AABB – Rio – 1951].
Obra de arte de grande valor é o
semblante clássico de Nelly Jafet, à época esposa do presidente, pintado por
Cândido Portinari, retrato que adorna o salão da biblioteca da residência da
bela senhora viúva que nos recebeu para uma visita de cortesia.
Fazendo uma retrospectiva histórica
sobre o desenvolvimento do Banco do Brasil na vida econômica do País, desde os
tempos idos do Império até o início da segunda metade do século XX que se
abria, Ricardo Jafet pronunciou o discurso de posse.
Ao final do discurso, saudou Jorge
Dodsworth, que vinha exercendo, interinamente, o cargo de presidente, e se
dirigiu aos demais membros da Diretoria e a todos funcionários revelando que
seu programa de trabalho se resumia na palavra trabalhar e enfatizou os objetivos comuns capazes de
suavizar as mais árduas tarefas [Revista
AABB – Rio – 1951].
Na sessão da Assembleia de Acionistas, realizada em
30 de abril de 1951, sob a presidência de Ricardo Jafet, com a presença de
Haroldo Renato Ascoli, representando o Tesouro Nacional, foram eleitos, por
unanimidade, os diretores: general Anápio Gomes (Carteira de Agências do País),
José Estefno (Carteira de Crédito Comercial) e Egídio da Câmara Souza (Carteira
de Crédito Geral) [Revista AABB – 1951].
Vale ressaltar que o diplomata Hugo Gouthier, na obra Presença – Editora
Record – 1982, publica retrato de Egídio da Câmara Souza, ministro dos Assuntos
Econômicos da Embaixada do Brasil em Londres – Governo Dutra.
Por ato do presidente da República,
foram nomeados os seguintes diretores, com a presença de representantes do
Governo: José Loureiro da Silva (Carteira de Crédito Agrícola e Industrial),
Fernando Drumond Cadaval (Carteira de Câmbio), Armando Almeida Alcântara
(Carteira de Redescontos), Luiz Simões Lopes (Carteira de Importação e
Exportação) e Walter Moreira Salles (SUMOC – Superintendência da Moeda e
do Crédito) [Revista AABB – 1951].
Nessa sessão foram eleitos os membros
do Conselho Fiscal do Banco do Brasil: Argemiro de Hungria Machado, Carloman da
Silva Oliveira, João Daudt de Oliveira, Pedro de Magalhães Corrêa e Zózimo
Barroso do Amaral [Revista AABB – 1951].
A equipe de Moreira Salles era
constituída de elementos de elevada formação profissional, destacando–se os
economistas Sidney Latini e Casimiro Ribeiro, além do advogado Herculano Borges
da Fonseca, estudioso e ensaísta dos assuntos econômicos. Mais tarde, esses
profissionais foram assessores de vários ministros de Estado [RIBEIRO, 1981].
Na primeira quinzena de abril de 1951,
o presidente do Banco do Brasil, Ricardo Jafet, em companhia de Armando
Alcântara, diretor da Carteira de Redescontos, visita a Agência de São Paulo.
Recebido pelo gerente Adão Pereira de Freitas (posse no BB: 3/11/1923 – apos.:
23/4/1958) e pelo inspetor Jorge Máximo Teixeira (posse no BB: 8/9/1918 –
apos.: 3/7/1955). Na pauta, o assunto do momento: mecanização de serviços.
Aliás, a matéria já era objeto de
estudo no BB, desde os idos de 1941 e, a partir do ano seguinte, foi criada a
Seção Serviços Mecanizados, implantando o Plano Racionalização e Mecanizações
dos Serviços de Contabilidade que tinha por objetivo absorver os serviços de
várias seções numa única seção, com a finalidade de dar maior rapidez e
segurança nos serviços [Revista AABB – Rio – 1951].
A Agência de São Paulo, pioneira nesse
sistema operacional, operava com as máquinas Hollerith e National. As
principais tarefas executadas: controle das contas de depósitos, cobrança,
folhas de pagamento, registro de títulos da praça, num total de 5.000
documentos por dia. Esse sistema foi, posteriormente, adotado por outras
agências de grande porte que começaram a melhorar as rotinas de serviço
[Revista AABB – Rio – 1951].
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