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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

S.PAULO GALANTE (XI)


No dia 2 de fevereiro de 1951, o advogado Ricardo Nami Jafet toma posse no cargo de presidente do Banco do Brasil, prestigiado pela presença de João Café Filho, vice-presidente da República, Horácio Lafer, ministro da Fazenda, Adhemar de Barros, governador do Estado de São Paulo (1947/1951 e (1963/1966), Nelly Maluf Jafet, esposa do presidente, acompanhada de algumas distintas senhoras que usavam vestidos elegantes e joias preciosas [Revista AABB–Rio – 1951].    

Chapéus da moda feminina não lhes tiravam de vista os lindos penteados: eram de cabelos de cor natural, sem pintura. Na sequência da iconografia do evento, vemos que, quando iniciou a cerimônia de posse, elas retiraram da cabeça os chapéus, conservando o charme e a beleza. Autoridades presentes trajavam ternos brancos, traje comum da época [Revista AABB – Rio – 1951].  
 
Obra de arte de grande valor é o semblante clássico de Nelly Jafet, à época esposa do presidente, pintado por Cândido Portinari, retrato que adorna o salão da biblioteca da residência da bela senhora viúva que nos recebeu para uma visita de cortesia. 

Fazendo uma retrospectiva histórica sobre o desenvolvimento do Banco do Brasil na vida econômica do País, desde os tempos idos do Império até o início da segunda metade do século XX que se abria, Ricardo Jafet pronunciou o discurso de posse.  

Ao final do discurso, saudou Jorge Dodsworth, que vinha exercendo, interinamente, o cargo de presidente, e se dirigiu aos demais membros da Diretoria e a todos funcionários revelando que seu programa de trabalho se resumia na palavra trabalhar  e enfatizou os objetivos comuns capazes de suavizar as mais  árduas tarefas [Revista AABB – Rio – 1951]. 

Na sessão da Assembleia de Acionistas, realizada em 30 de abril de 1951, sob a presidência de Ricardo Jafet, com a presença de Haroldo Renato Ascoli, representando o Tesouro Nacional, foram eleitos, por unanimidade, os diretores: general Anápio Gomes (Carteira de Agências do País), José Estefno (Carteira de Crédito Comercial) e Egídio da Câmara Souza (Carteira de Crédito Geral) [Revista AABB – 1951].

Vale ressaltar que o diplomata Hugo Gouthier, na obra Presença – Editora Record – 1982, publica retrato de Egídio da Câmara Souza, ministro dos Assuntos Econômicos da Embaixada do Brasil em Londres – Governo Dutra.   

Por ato do presidente da República, foram nomeados os seguintes diretores, com a presença de representantes do Governo: José Loureiro da Silva (Carteira de Crédito Agrícola e Industrial), Fernando Drumond Cadaval (Carteira de Câmbio), Armando Almeida Alcântara (Carteira de Redescontos), Luiz Simões Lopes (Carteira de Importação e Exportação) e Walter Moreira Salles (SUMOC – Superintendência da Moeda e do  Crédito) [Revista AABB – 1951].

Nessa sessão foram eleitos os membros do Conselho Fiscal do Banco do Brasil: Argemiro de Hungria Machado, Carloman da Silva Oliveira, João Daudt de Oliveira, Pedro de Magalhães Corrêa e Zózimo Barroso do Amaral [Revista AABB – 1951].

A equipe de Moreira Salles era constituída de elementos de elevada formação profissional, destacando–se os economistas Sidney Latini e Casimiro Ribeiro, além do advogado Herculano Borges da Fonseca, estudioso e ensaísta dos assuntos econômicos. Mais tarde, esses profissionais foram assessores de vários ministros de Estado [RIBEIRO, 1981].

Na primeira quinzena de abril de 1951, o presidente do Banco do Brasil, Ricardo Jafet, em companhia de Armando Alcântara, diretor da Carteira de Redescontos, visita a Agência de São Paulo. Recebido pelo gerente Adão Pereira de Freitas (posse no BB: 3/11/1923 – apos.: 23/4/1958) e pelo inspetor Jorge Máximo Teixeira (posse no BB: 8/9/1918 – apos.: 3/7/1955). Na pauta, o assunto do momento: mecanização de serviços.

Aliás, a matéria já era objeto de estudo no BB, desde os idos de 1941 e, a partir do ano seguinte, foi criada a Seção Serviços Mecanizados, implantando o Plano Racionalização e Mecanizações dos Serviços de Contabilidade que tinha por objetivo absorver os serviços de várias seções numa única seção, com a finalidade de dar maior rapidez e segurança nos serviços [Revista AABB – Rio – 1951].

A Agência de São Paulo, pioneira nesse sistema operacional, operava com as máquinas Hollerith e National. As principais tarefas executadas: controle das contas de depósitos, cobrança, folhas de pagamento, registro de títulos da praça, num total de 5.000 documentos por dia. Esse sistema foi, posteriormente, adotado por outras agências de grande porte que começaram a melhorar as rotinas de serviço [Revista AABB – Rio – 1951].

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