A novela Amor à
Vida da TV Globo exibiu uma cena no estacionamento do Hospital San Magno, em
que aparece o personagem Alfredo Gentil/Atílio, sendo assaltado, interpretado
pelo ator Luís Melo, que perde a memória e, depois, volta a viver com a Márcia,
a vendedora de lanche, no papel da atriz Elizabeth Savalla.
Alfredo Gentil
vive uma vida simples, muito diferente daquela em que tinha a personalidade de
Atílio, administrador do hospital, divertindo-se das atrapalhadas de Valdirene,
a filha de Márcia, que está interessada em casar, buscando um homem rico, muito
rico, assim como se expressava ao falar.
Decorrido
algum tempo, vamos assistir a uma festa de forró na qual a Valdirene,
interpretada pela atriz Tatá Werneck, buscava um encontro com o cantor da
noite, houve uma confusão com os homens-seguranças e o penetras do camarim.
Nessa confusão, Alfredo Gentil/Atílio recebeu uma coronhada na cabeça e
recobrou um pouco os sentidos de outrora.
Atílio está de
volta ao lar onde encontra a esposa Vega, papel da atriz Christiane Tricerri. A
primeira providência dele foi dormir, assim como fez na vez anterior, pois o
sono permite recobrar os sentidos arquivados na memória.
Interpelado,
ele dispensou o tratamento médico, pois já estava em perfeito domínio de seus
atos que se configuram normais. A esposa dele mostrou-lhe a roupa que ele
vestia ao retornar ao lar e ele disse que jamais usaria a aquela indumentária,
classificada de péssimo gosto.
Em atitude
inusitada, ele diz à esposa que estava com muita vontade de comer hot-dog e
escolheu um restaurante para servi-lo. A esposa ficou atônita com a surpresa. O
que importava é comer o hot-dog, sem saber o por quê.
Quando volta
ao trabalho, aquela simplicidade de estilo de viver de Alfredo Gentil é
esquecida. Ele entra em atrito com Félix, administrador do hospital, no papel
do ator Mateus Solano, na entrevista em que são mostrados, no notebook à mesa
da sala de recepção, arquivos de seu casamento com a Márcia, usando falsa
ideologia em crime de bigamia.
Na
interpretação de nosso texto, podemos ver que há uma crise de identidade vivida
por uma só pessoa. A escolha de estilo de vida atual se mescla no passado
configurando-se no presente aturdido. A escolha é fundamental para se
configurar a sanidade mental. No entanto, há lembranças do passado
introjetando-se na mente uma realidade.
Não há como
definir o caminho a ser escolhido por Atílio, a busca terapêutica pode
tornar-se um fracasso se essa realidade não for mostrada às claras.
Retomar ao
sono, como ele fez durante duas vezes do mesmo jeito, e perceber o que os
sinais íntimos lhe estão mostrando. Só o Atílio pode fazer isto. A Psiquiatria
ainda não tem os recursos de ler a alma, tal como é projetada, os sintomas são
apenas indícios a serem pesquisados com maior atenção.
Assim como nos
sonhos podemos perceber a realidade que nos envolve sem precisar de alguém que
nos explique o que está acontecendo, o homem que alcançar a ascensão para a consciência
unificada, que está sendo implantada na Terra, pelos simples e humildes de
coração, terá esses mesmos recursos de percepção.
Nesse novo
patamar de grandeza existencial não haverá mais engano e mentira de qual
espécie, em todas as áreas humanas, e ninguém será ludibriado por sistemas que
o escravizaram, na política, no apelo religioso, nos relacionamentos afetivos e
amorosos.
É o fim do
mito de Prometeu que falsificou tudo no dualismo que congrega o bem e o mal, o
deus e o diabo, em conflitos desse dualismo devastador que um dia, no decorrer
de alguns séculos, será extinto do planeta Terra que, como hotel planetário,
ganhará mais uma estrela.
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