A solitude é o
momento, a ocasião ou a circunstância em que a pessoa pode desfrutar para viver
sozinha, isto sem denotar obrigatoriamente a possibilidade de solidão. Pode
participar de eventos sociais ou pessoais, com eventuais encontros amorosos ou
namoros, conservando-se sempre independente de algum vínculo estabelecido no
jogo social onde há um compromisso.
É o estilo de
vida que se ampliou em toda a convivência social da sociedade humana planetária
que vive a experiência da troca de impressões ou sentimentos afetivos onde
busca se encontrar. Este modelo é o resultado de agonias em busca do que se
propala sobre felicidade momentânea, uma vez que o sentido eterno está muito
longe daqueles que não se doam.
A experiência
humana, nos dias atuais, acumula frustrações e busca renovada daquilo que foi
descartado por não servir ao que é idealizado dentro de uma sociedade de
consumo de bens transitórios.
Dessa forma, o
acompanhante da parceria momentânea é descartado não porque ele não corresponda
a um convívio salutar, mas porque a parceira não soube definir a sua própria
escolha que muda de acordo com aquilo que pensa ser a bola da vez. Os
interesses são maleáveis ao padrão do momento em que a cultura hedonista pensa
ser o melhor.
Não há a busca
de si mesmo como um referencial que estabeleça a estabilidade do casal mas um
olhar ao outro como se ele viesse preencher a lacuna que pode ser unicamente
preenchida por quem busca se conhecer, a nível de alma ou interiorização de
sentimentos profundos.
Antes de
conhecer alguém é necessário que a pessoa busque saber as suas necessidades e
idealizações no campo sentimental, a não ser que despreze os sentimentos e
busque se concentrar unicamente nos apelos da atração física que é de grande
importância entre os casais.
A
independência, em todos os níveis, é fundamental na convivência a dois como
também é importante no estado de solitude. É, em outras palavras, a busca da
vivência do momento feliz em que o outro parceiro, homem ou mulher ou na união
gay, não pode ameaçar ou interferir.
A solitude é
apenas no campo material refratário à convivência social, mas isto é apenas um
esforço para se viver em solidão, mesmo não a sentindo nos momentos de festa
social ou de encontros casuais amorosos que podem ser frequentes na variação de
parcerias diferentes.
Em termos
transcendentes o estilo de vida que caracteriza a solitude não existe porque
estamos sempre acompanhados daqueles que nos acompanham de perto ou de longe ou
em outras esferas onde o pensamento viaja em busca de uma ligação de
sentimentos.
Por
desconhecer essas esferas onde o pensamento flui em viagens, a criatura humana
não sabe as implicações daquilo que buscou e recebe as energias que podem se
infiltrar no seu comportamento diário provocando-lhe sérios embaraços, como é o
caso de obsessão de almas errantes que têm afinidade com o interlocutor.
Nos apelos
religiosos é altamente louvável a comunicação que se estabelece entre esses
dois planos dentro das correntes do amor, mas fora dessa vibração amorosa a
comunicação passa a ser um distúrbio grave que a Psiquiatria busca encontrar um
meio de devolver ao paciente o direito de escolha.
Na novela Amor
à Vida o paciente Thales, no papel do ator Ricardo Tozzi, vivenciando a
solitude, mesmo acompanhado da namorada Leila, na vida real a atriz Fernanda
Machado, vai ao consultório do psiquiatra Renan, vivido pelo ator Álmo Facó,
para saber o que fazer diante de uma situação que sente a presença de Nicole,
já falecida, interpretada pela atriz Marina Ruy Barbosa.
A palavra do
psiquiatra é que o medo pode criar alucinações. Este sentimento é o único que
dificulta a comunicação entre os dois planos e principalmente impossibilita a
ascensão de consciência fragmentada para a consciência unificada em que o
planeta está alcançado a passos de galope. Somente o ser profundo, que todos
somos, pode alcançar esse patamar de grandeza.
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