“A vinda do colapso do dólar e do sistema monetário internacional é
totalmente previsível. . . . Somente as nações e os indivíduos que fazem
disposição hoje vão sobreviver ao turbilhão que há de vir.” [The Death of Money: The Coming Collapse of
the International Monetary System – 2014, by James Rickards].
Na referida obra, James Rickards menciona que, nos últimos 100 anos, o
sistema monetário internacional entrou em colapso durante 3 vezes: 1914, 1939 e
1971, gerando danos para a estabilidade da economia global em que surgiram guerras e distúrbios civis.
Desde o final da Segunda Guerra Mundial, alega o escritor americano, a
moeda de reserva global tem sido o dólar, se a moeda americana falhar, todo o
sistema monetário desaba. Concorrentes ao mercado do dólar, China, Rússia e as
nações produtoras de petróleo no Oriente Médio estão fazendo o possível para
ver a derrubada da hegemonia monetária americana. Esta é a característica da
consciência planetária que está indo embora: competitividade e separatividade.
“É preciso convir, entretanto, que o capitalismo moderno tem
características muito próprias: primeiro é um capitalismo monetário, segundo é
altamente competitivo, terceiro é um capitalismo que procura competir por meio
de associações econômicas, hoje chamadas boom; é o velho trust, a concentração
do capital para poder competir. Não obstante, a característica do capitalismo
é, antes de tudo e mais nada, o crédito.” (1)
(1) – in A Evolução da moeda no Brasil e no mundo, de Ovídio da Cunha
(1912/1997), ex-Professor de Sociologia da Universidade Federal Fluminense
(Niterói – RJ), palestra realizada em 24/11/1995, ao ensejo da realização do 1°
Seminário Banco do Brasil e a Integração Social, organizado pela Academia de
Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, sob a presidência do escritor
Fernando Pinheiro.
Observa ainda o sociólogo Ovídio da Cunha que no Egito antigo, assim como
os astecas, os incas não tiveram moeda, possuíam o sistema de peso, entre eles
não havia escassez. A fome no Egito foi apenas um episódio bíblico. Ele também
comentou que a moeda, no dizer de Marx, crítico do capitalismo, nasceu da
escassez dos víveres.
Uma ideia que vislumbra reaparecer: Vollgeld (“dinheiro inteiro”), antigo
sistema monetário alemão, onde não há bolhas de crédito e crises financeiras
Nesse sistema, defendido por Frank Breitenback, os bancos comerciais não terão
mais o poder de criar dinheiro. A oferta do dinheiro seria exclusiva do Estado,
através de bancos centrais. [Valor Econômico – 17/8/2016].
Quando os bancos e financeiras emprestam dinheiro, esse dinheiro vem do
nada, conforme menciona a revista. É um artifício que é aceito pelos mutuários,
amparado por lei. Na densa consciência planetária, que está indo embora, o
sistema Vollgeld cairá no mesmo caos.
É oportuno transcrever textos da crônica SISTEMA DE CRENÇAS (II) – 31 de
outubro de 2015 – blog Fernando Pinheiro, escritor:
O sistema financeiro, um dos aspectos desse sistema global, será o último
a cair na mudança de paradigma desta densa consciência planetária. A propósito,
abordamos nos dois parágrafos, a seguir, este aspecto da vida cotidiana da
maioria da população mundial, anteriormente publicado em nossa crônica FAMÍLIA
SEM FILHOS – 13 de abril de 2015:
O modelo econômico sustentado pelo sistema financeiro internacional que
estipula o dinheiro como meio circulante, os sistemas de governo, democratas ou
não, estão no paradigma da consciência planetária que se mantém viva pela
competitividade e separatividade, intimamente interligadas. Isto abrange a tudo
e a todos que precisam de meios para sobreviver.
Com a queda do sistema financeiro no mundo inteiro levará de roldão o
dinheiro, os bancos, as empresas, os orçamentos do governo (municipal,
estadual, federal) e tudo que está no mercado de moeda comprovando a ineficácia
de um sistema que enriqueceu uma pequena minoria, carregando em seu bojo a
miséria e a carência de recursos da maioria da população mundial.
A crença no dinheiro e no mundo subjetivo ajudaram bastante a humanidade
em seu progresso material, mas da maneira em que foi empregada levou-a à
escravidão, roubando a juventude de pessoas que não tiveram tempo para
dedicar-se ao lazer e desfrutar de um conforto material. Há leis amparando tudo
isto, mas é apenas um lenitivo passageiro onde permanecem os engramas do
passado trazendo estigmas.
Quando o mundo era bucólico, corria menos dinheiro em circulação, mas a
qualidade de vida era melhor do que no mundo industrializado. O sentido
gregário dos animais não foi aplicado na vida comunitária dos povos, os
interesses isolados de grupos de pessoas falaram mais alto e deu no que está:
uma população mundial doentia e enfraquecida.
Os privilegiados existem, sim, mas em pequena minoria, privilegiados que
não perceberam que a consciência está imantada em tudo, porque tudo é energia,
é o átomo que está presente em tudo, inclusive no vácuo quântico, onde tudo
emana. Como segurar um elétron que corre no endereço astral onde está o
sofredor? Elétron que partiu de um pensamento humano dissociado da realidade
única que nos une.
Por discordar do paradigma atual, reconhecemos o conceito de Alfred
Korzybiski, filósofo, engenheiro e matemático, divulgado ao ensejo da
realização de um encontro da American Mathematical Society: “o mapa não é o
território.’’
É tempo de reverter tudo isto, simplesmente vivenciado em 5 pilares:
simplicidade, humildade, transparência, alegria e gratidão. Outras fórmulas
podem conseguir essa reversão, mas levará muito tempo em que para muitos custa
uma eternidade. O joio separado também, um dia, no decorrer dos milênios, será
transformado em trigo, mas não será mais neste planeta que está sendo
sacralizado.
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