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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

A MORTE DO DINHEIRO


“A vinda do colapso do dólar e do sistema monetário internacional é totalmente previsível. . . . Somente as nações e os indivíduos que fazem disposição hoje vão sobreviver ao turbilhão que há de vir.” [The Death of Money: The Coming Collapse of the International Monetary System – 2014, by James Rickards].
Na referida obra, James Rickards menciona que, nos últimos 100 anos, o sistema monetário internacional entrou em colapso durante 3 vezes: 1914, 1939 e 1971, gerando danos para a estabilidade da economia global em que surgiram  guerras e distúrbios civis. 
Desde o final da Segunda Guerra Mundial, alega o escritor americano, a moeda de reserva global tem sido o dólar, se a moeda americana falhar, todo o sistema monetário desaba. Concorrentes ao mercado do dólar, China, Rússia e as nações produtoras de petróleo no Oriente Médio estão fazendo o possível para ver a derrubada da hegemonia monetária americana. Esta é a característica da consciência planetária que está indo embora: competitividade e separatividade.
“É preciso convir, entretanto, que o capitalismo moderno tem características muito próprias: primeiro é um capitalismo monetário, segundo é altamente competitivo, terceiro é um capitalismo que procura competir por meio de associações econômicas, hoje chamadas boom; é o velho trust, a concentração do capital para poder competir. Não obstante, a característica do capitalismo é, antes de tudo e mais nada, o crédito.” (1)
(1) – in A Evolução da moeda no Brasil e no mundo, de Ovídio da Cunha (1912/1997), ex-Professor de Sociologia da Universidade Federal Fluminense (Niterói – RJ), palestra realizada em 24/11/1995, ao ensejo da realização do 1° Seminário Banco do Brasil e a Integração Social, organizado pela Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, sob a presidência do escritor Fernando Pinheiro.
Observa ainda o sociólogo Ovídio da Cunha que no Egito antigo, assim como os astecas, os incas não tiveram moeda, possuíam o sistema de peso, entre eles não havia escassez. A fome no Egito foi apenas um episódio bíblico. Ele também comentou que a moeda, no dizer de Marx, crítico do capitalismo, nasceu da escassez dos víveres.
Uma ideia que vislumbra reaparecer: Vollgeld (“dinheiro inteiro”), antigo sistema monetário alemão, onde não há bolhas de crédito e crises financeiras Nesse sistema, defendido por Frank Breitenback, os bancos comerciais não terão mais o poder de criar dinheiro. A oferta do dinheiro seria exclusiva do Estado, através de bancos centrais. [Valor Econômico – 17/8/2016].
Quando os bancos e financeiras emprestam dinheiro, esse dinheiro vem do nada, conforme menciona a revista. É um artifício que é aceito pelos mutuários, amparado por lei. Na densa consciência planetária, que está indo embora, o sistema Vollgeld cairá no mesmo caos.      
É oportuno transcrever textos da crônica SISTEMA DE CRENÇAS (II) – 31 de outubro de 2015 – blog Fernando Pinheiro, escritor:
O sistema financeiro, um dos aspectos desse sistema global, será o último a cair na mudança de paradigma desta densa consciência planetária. A propósito, abordamos nos dois parágrafos, a seguir, este aspecto da vida cotidiana da maioria da população mundial, anteriormente publicado em nossa crônica FAMÍLIA SEM FILHOS – 13 de abril de 2015:
O modelo econômico sustentado pelo sistema financeiro internacional que estipula o dinheiro como meio circulante, os sistemas de governo, democratas ou não, estão no paradigma da consciência planetária que se mantém viva pela competitividade e separatividade, intimamente interligadas. Isto abrange a tudo e a todos que precisam de meios para sobreviver.
Com a queda do sistema financeiro no mundo inteiro levará de roldão o dinheiro, os bancos, as empresas, os orçamentos do governo (municipal, estadual, federal) e tudo que está no mercado de moeda comprovando a ineficácia de um sistema que enriqueceu uma pequena minoria, carregando em seu bojo a miséria e a carência de recursos da maioria da população mundial.
A crença no dinheiro e no mundo subjetivo ajudaram bastante a humanidade em seu progresso material, mas da maneira em que foi empregada levou-a à escravidão, roubando a juventude de pessoas que não tiveram tempo para dedicar-se ao lazer e desfrutar de um conforto material. Há leis amparando tudo isto, mas é apenas um lenitivo passageiro onde permanecem os engramas do passado trazendo estigmas.
Quando o mundo era bucólico, corria menos dinheiro em circulação, mas a qualidade de vida era melhor do que no mundo industrializado. O sentido gregário dos animais não foi aplicado na vida comunitária dos povos, os interesses isolados de grupos de pessoas falaram mais alto e deu no que está: uma população mundial doentia e enfraquecida.
Os privilegiados existem, sim, mas em pequena minoria, privilegiados que não perceberam que a consciência está imantada em tudo, porque tudo é energia, é o átomo que está presente em tudo, inclusive no vácuo quântico, onde tudo emana. Como segurar um elétron que corre no endereço astral onde está o sofredor? Elétron que partiu de um pensamento humano dissociado da realidade única que nos une.
Por discordar do paradigma atual, reconhecemos o conceito de Alfred Korzybiski, filósofo, engenheiro e matemático, divulgado ao ensejo da realização de um encontro da American Mathematical Society: “o mapa não é o território.’’
É tempo de reverter tudo isto, simplesmente vivenciado em 5 pilares: simplicidade, humildade, transparência, alegria e gratidão. Outras fórmulas podem conseguir essa reversão, mas levará muito tempo em que para muitos custa uma eternidade. O joio separado também, um dia, no decorrer dos milênios, será transformado em trigo, mas não será mais neste planeta que está sendo sacralizado.

www.fernandopinheirobb.com.br

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