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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

CANTO ÁRCTICO

Escrito por Einojuhani Rautavaara, compositor finlandês, nos idos de 1972, Cantus Arcticus, op. 61, apresenta três movimentos: “o pântano abre com uma flauta, em dueto, depois por outros instrumentos de sopro, seguido por aves. O segundo movimento, Melancolia, apresenta o canto da cotovia costeira. O movimento final, a emigação de cisnes toma a forma de um longo crescendo para orquestra, com os sons de cisnes selvagens.” [Da Wikipédia, a enciclopédia livre].
Depois de Sibelius, o compositor Einojuhani Rauatavaara se destaca como um dos nomes exponenciais da música finlandesa, sendo que Terceiro Concerto para Piano, escrito por ele, foi muito divulgado pelo lendário pianista e maestro russo Vladimir Ashkenazy que esteve em visita ao Brasil, em junho de 1995, fazendo apresentações solo de piano no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e Theatro Municipal de São Paulo.
O maestro Vladimir Ashkenazy retornou ao Brasil em setembro de 2014 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro que abriu o programa com The lark ascending, de Vaughan Williams, com a participação da violinista americana Esther Yoo. O pianista brasileiro Nelson Freire fez o solo de O Imperador, de Beethoven.
No programa do Cantus Arcticus – Concerto para pássaros e orquestra – op. 61: think of autumn and of Tchaikovsky – a música começa descrevendo o pântano e termina com a migração de cisnes. É uma música da natureza com influência humana, assim como está nos poemas sinfônicos de Sibelius, conterrâneo de Rautavaara.
O murmúrio do mar Egeu é apresentado no Prelúdio do III Ato da ópera O Corsário, depois desdobra-se a cena da ária Eccomi Prigioniero, de Giuseppe Verdi. [ECCOMI PRIGIONIERO – 13 de março de 2014 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Há ressonância magnética quando ouvimos pessoalmente as ondas do mar ou em vídeos do YouTube da internet. O que o mar nos dá, nós lançamos em pensamentos que vagueiam por aqui e alhures, estamos bem e esse bem-estar circula em espaços que se agregam em egrégoras afins. [ECCOMI PRIGIONIERO – 13 de março de 2014 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
A oportunidade é o vento que nos acaricia. Uma sensação de leveza nos embala aos grandes voos como se fôssemos pássaros que batem as asas e, quando atingem as alturas, planam suavemente. [OS PÁSSAROS – 8 de julho de 2012 – blog Fernando Pinheiro, escritor].  
Enquanto o homem não sentir o momento oportuno em que deve fluir nas energias dos seus sonhos, será sempre um pássaro batendo asas. Depois, muito depois flutuar observando as paisagens que ficaram lá embaixo. [OS PÁSSAROS – 8 de julho de 2012 – blog Fernando Pinheiro, escritor].  
Os pássaros de Respighi, em que ele buscou inspiração para compor uma pequena suíte para orquestra, certamente estavam fazendo acrobacias, em voos rasantes para encantar as pessoas e batendo asas para ganhar altura e, bem no alto, sustentados pelas correntes de ar, deslizavam espalhando seus cantos de alegria. [OS PÁSSAROS – 8 de julho de 2012 – blog Fernando Pinheiro, escritor].  
Além da influência de Sibelius, o compositor Rauavaara pede aos instrumentistas pensar no outono e em Tchaikovsky. A música russa tem influência nas composições de Rautavaara, principalmente Tchaikovsky, Mussorgsky e Borodin, é tanto que a sua ópera Rasputin é sobre o místico russo, sendo que grande parte da sua música, conforme observado pelo jornal Telegraph (edição 01/08/2016), tinha uma dimensão etérea, espiritual.

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