Nos idos de
1839, nas Ilhas Galápagos, Charles Darwin observou o hábito das fragatas que
mergulham no mar, sem molhar as asas. No mesmo lugar, nos idos de 2016, uma
equipe de observadores, liderada pelo Niels Rattenborg do Instituto Max Planck
de Ornitologia, Alemanha, registrou que as aves dormem quando estão voando,
resultado da pesquisa com as aves equipadas com registrador de dados montado na
cabeça contendo sensores de eletroencefalograma miniaturizados e um acelerômetro
[The Guardian – 5/8/2016].
Nesses aparelhos pode ser medido a capacidade das aves ter sono REM,
revelando a destreza de navegação aérea em manobras ou em linhas retas em dias,
semanas, sem parar. Inúmeras vezes, as fragatas entram em sono de ondas lentas
por vários minutos, enfatiza o jornal.
No entanto, no voo dos pássaros esse sono dura 5 a 7 minutos, é
relativamente muito pouco, mas comprova que as aves dormem. Em média, as
fragatas dormem cerca de 40 minutos por dia, enquanto o ser humano cerca de 8
horas diárias.
O sono de qualidade é comum nas aves e não é, em geral, com os seres
humanos, daí outra pesquisa divulgada pelo The Guardian que as mulheres
preferem ter sono de qualidade do que satisfação sexual. É que o sexo está
incluído na relação afetiva que pode ser conturbada prejudicando o sono.
Os estímulos da vida moderna, onde as tarefas para atingir determinada
meta ou projeção são cobradas e fiscalizadas, tiram muito da pessoa a
capacidade de ter uma qualidade de sono satisfatório. No entanto, a afetividade
e o carinho contribuem bastante para que isso aconteça.
Não é que devemos ter dependência de outrem naquilo que diz respeito ao
nosso mundo íntimo, ao contrário a independência em todos os aspectos é fator
que possibilita ter uma vida saudável. A vida em solitude, como vimos
escrevendo, é tão saudável quanto a daquela em que a pessoa está acompanhada ou
vivendo uma vida a dois.
Manter a paz e direcionar a
vida num propósito que alcance aquilo que está no íntimo tem um significado
profundo que irá repercutir definitivo em sua felicidade permanente e
inalterável, já que as injunções ligadas ao parceiro podem levar situações que
ficarão sempre algo a completar. [SOLITUDE (II) – 3 de junho de 2016, blog
Fernando Pinheiro, escritor].
As mulheres sabem que não é fácil dormir no clima em que a saudade é
atroz ou outro acontecimento impedindo o eclodir da estabilidade emocional. As
pessoas portadoras de depressão encontram dificuldade para conciliar o sono, e
quando vem, vem aos poucos, dormindo pouco.
Acrescenta aquela pesquisa científica que, quando o sol se põe, as aves
param de voar em busca de comida, depois prosseguem a jornada de voo de
corrente em corrente de ar.
Em pesquisa levantada por cientistas europeus, usando scanners de laser, foram observadas as
mudanças que revelam uma sonolência noturna em árvores [Frontiers in Plant
Science] – Apud AS PLANTAS DORMEM –
10 de maio de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor]
A perda da pressão de Turgor, diminuição na pressão interna de água dentro
da árvore, foi a justificativa dos pesquisadores para esclarecer o
adormecimento nos galhos e ramos, ocorrido à noite, como forma de manter a
conservação de energia da fotossíntese ocorrida no período de luz solar,
durante o dia. As plantas dormem. [AS PLANTAS DORMEM – 10 de maio de
2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
As aragens do mar, carregadas de salutares eflúvios, fortalecem as aves
tanto em terra como no ar, até mesmo as árvores recebem essa energia que vem
dessas correntes de ar.
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