A música na voz
de Zé Ramalho, conforme ele mesmo falou, sob os aplausos de uma multidão de
pessoas, num grande show, é o Brasil [Vídeo Ninaionara – 09/04/2013].
A música
serviu de trilha da novela O Rei do Gado, de autoria de Benedito Ruy Barbosa
(tema do núcleo dos Sem-Terra), levada ao ar em junho/1996 a fevereiro/1997,
pela TV Globo. No elenco: Antonio Fagundes, Patrícia Pillar, Letícia Spiller,
Tarcísio Meira, Glória Pires, Raul Cortez, Fábio Assunção, Carlos Vereza,
Cláudio Corrêa e Castro, Oscar Magrini, Eva Wilma, Marcello Antony, Stênio
Garcia, Vera Fischer, Sílvia Pfeifer, Bete Mendes, Guilherme Fontes, Almir
Satter, Pedro Paulo Rangel, Lavínia Vlasak, Sérgio Reis, Ney Latorraca, Jackson
Antunes, entre outros atores.
A caminhada é
árdua na demonstração de coragem mesmo no que possa acontecer e revela a
realidade que se consome: “E ver que toda essa engrenagem, já sente a ferrugem
lhe comer. Eh, ôô, vida de gado, povo marcado, ê povo feliz”.
Quando o povo
é governado pela mídia vira gado marcado e, dentro do bucolismo e da brejeirice
é povo feliz, demorando-se “na beira da estrada, e passa a contar o que
sobrou”.
O cantador
nordestino desfia o novelinho: fuga da ignorância que o cerca, sonho com
melhores dias e, mesmo numa cela, vislumbra nova possibilidade de ver esse
mundo se acabar. Mas, na arca de Noé, o dirigível, ninguém voa e nem se pode
flutuar.
Apenas na área
da saúde mental, no Brasil as cifras crescem alarmantes:
“Vale
assinalar os números apresentados pela Gazeta do Povo: R$ 1,85 bilhão arrecadado,
nos idos de 2012, na venda de 42,3 milhões de caixas de medicamentos
antidepressivos. Ressalta a Gazeta que o aumento do número das prescrições de
remédios tem colocado em alerta especialistas e entidades, pois está
evidenciada a hipermedicalização de pacientes [MEDICAÇÕES – 28 de julho de 2013
– Blog do site www.fernandopinheirobb.com.br].”
Segundo ainda
a Gazeta do Povo nos idos de “2016 o total movimentado com a venda de
medicamentos no país pode ultrapassar a marca de US$ 42 bilhões – o equivalente
a R$ 93 bilhões”. A música de Zé Ramalho é tão elucidativa quanto aos números
apresentados: “E ver que toda essa engrenagem, já sente a ferrugem lhe comer.”
Houve
manifestações populares nas ruas, em diversas ocasiões e localidades, buscando
sempre as melhorias para saúde, o que mobilizou o governo a importar médicos
cubanos, objeto de nossas crônicas O Brasil nas Ruas – 29 de junho de 2019
[blog do site www.fernandopinheirobb.com.br e Ajuda Bem-Vinda – 25 de agosto de
2013 - facebook]. Essa foi a hora demorada “na beira da estrada, e passa a
contar o que sobrou”.
Sair do
cárcere de dor que a doença gera sob o comando da mente encarcerada é um
desafio em que há apenas uma nova possibilidade de ver este mundo se acabar. A
mídia já promoveu muito o fim-do-mundo, em muitas ocasiões, apenas promovendo a
instabilidade que promove doença.
Este plano
mental, onde há oscilações do dualismo humano em todas as áreas, inclusive nas
áreas de saúde, onde se busca fora o que deve ser de dentro, já durante cerca
de 26.000 anos quando foi instituída a consciência planetária dissociada.
Quando este
percurso do tempo esteve há 2.000 anos, o libertador da Terra, o verbo
encarnado, veio pessoalmente dizer qual é o caminho, a verdade e a vida. Ele é,
todos somos, desde que o ser profundo, que todos temos, se ligue a fonte, para
ser também caminho, verdade e vida.
Dentre do
dualismo humano tudo é fragmentado, a separatividade é a única referência entre
os comportamentos humanos que abrange todas as áreas, inclusive as do apelo
religioso.
Vejamos o que
nos disse o Dr. Amit Goswami, Ph.D., Professor aposentado do Departamento de
Física Teórica da Universidade de Oregon, USA.: “Or else, we make a
discontinuous leap to the supra mental, glimpse at an archetype, and map it in
the mind, a map that we never had before.” [Facebook].
Em resposta à
mensagem da psicóloga Avani Rodrigues, leitora de nossos textos, dissemos que o
supramental, reconhecido pelo Dr. Amit Goswami, e por toda a comunidade
científica que descortina o novo paradigma da ciência dentro da consciência,
nos dá condições de ampliar aquilo que o mental não pode conseguir. O mental
foi muito útil à nossa civilização, nos deu todo esse conforto que o progresso
material exibe, mas está sendo substituído pelo supramental, onde a
transparência a nível de alma será conhecida por todos.
Como nos
sonhos, saberemos tudo através do supramental. Ninguém enganará mais ninguém.
Como todos serão sadios, não haverá mais necessidade de médicos nem de
remédios. Esta é a paisagem que descortinará o Terceiro Milênio que será
implantado daqui a alguns séculos. A Terra está sendo sacralizada dentro da
profecia da separação do joio e do trigo.
O Brasil,
cantado na música Admirável Gado Novo, passa por esse aperreio, porque está
aperreado, ôxente, mas por ser bucólico e brejeiro, tem um povo feliz, e,
estendendo o nosso olhar para fora, faz um tempo confortável, como confortável
é o canto do cantador.
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