Páginas

sexta-feira, 27 de maio de 2016

NIKIYA VARIATION


A jura de amor eterno é diante do fogo sagrado, ela, Nikiya, uma dançarina do tempo, ele, Solor, um jovem guerreiro, este é o enredo que traz o balé Bayadère, música de Ludwig Minkus, coreografia de Marius Petipa, encenado em três atos.
Nikiya Variation é um encantamento de música e de dança. Corre o tempo, o jovem apaixonado esquece o juramento que fez no momento em que o Rajá lhe oferece a mão de sua filha Gamzatti em casamento.
Na 1ª cena, Nikiya vai ao palácio à procura do Solor e o encontra ao lado de Gamzatti bem na entrada erguida por monumentais colunas. A rival a recebe com desprezo, afastando-a com os braços, mesmo assim lhe oferece jóias e outros presentes. Nikiya não aceita e ameaça com um punhal o seu amado e, sem possibilidade alguma de reaver o amor antigo, ela foge desesperada.   
No 2º ato do balé, surge Nikiya Variation que celebra as bodas de casamento de Solor e Gamzatti. Nikiya é obrigada a dançar  por ordem do Rajá. As dançarinas estão perfiladas, com vestidos de galã e Nikiya entra no imenso salão, soltando o lenço sobre o rosto, em sinal de protesto, usando braceletes, lenço lilás amarrado no meio da cabeça para trás, descendo até à cintura, calça comprida colada ao corpo em tonalidades vermelho e lilás, em cima apenas um sutiã bordado com paetê cobrindo-lhe os seios.
A mando do Raja, uma empregada, acompanhada de um escravo que rasteja pelo chão sem camisa, oferece a dançarina um cesto de flores e ela recebe pensando ser um presente do amado Solor.
Esperançosa num clima sombrio, como se vê na caixa de pandorra, a dança faz movimentar para bem longe temores do futuro e ela pensa em Solor, tão perto dela fisicamente e tão longe por circunstância adversa. Dançarinas, guardas do palácio e convidados da alta casta hindu assistem ao grande espetáculo de gala.  
Observada pela seleta plateia, Nikiya dança expressando arte e beleza, a música evoca uma fantasia musical despertando sonhos de quem a assiste, ela se ajoelha, retira a flor vermelha, olha de longe para seu amado, oferecendo-lhe a rosa, e triste deixa a rosa cair no chão, coloca no pescoço o cesto de flores, como fosse o amado a lhe acariciar, quando uma serpente venenosa a morde no pescoço.
Num gesto rápido, Nikiya arranca do seu pescoço a serpente venenosa e a lança no chão. No mesmo tempo, o escravo corre rápido e pega a serpente retirando-a da vista de todos da plateia.
Nikiya se dirige em direção do trono onde está o amado Solor, a guarda do palácio faz uma barreira impedindo-a de se dirigir a ele, o Rajá está à frente da escolta e faz aceno para que ela não se aproxime. Ela ainda toca no braço dele, como se fosse uma súplica, mas o Rajá é insensível e não deixa que ela se aproxime.
Mordida pela serpente, Nikiya retoma a dança em gestos lânguidos, quase a desfalecer. Um minuto depois, ela cai, o sacerdote brâmane ordena com um gesto a todos os convivas  virar de costas, e se aproxima da dançarina, oferecendo-lhe o antídoto contra o veneno em troca de favores de pertencimento.
Ter muitas mulheres é sinal de prestígio na Índia e na China, brâmane é a casta mais elevada da sociedade hindu. Ela se recusa a tomar o antídoto, levanta-se e, ao recomeçar a dança, cai desfalecida e morre. Quando ela cai no chão, Solor deixa o lugar de honra onde se encontrava, ao lado do Rajá e da filha, e vai ficar junto à desfalecida, com um abraço a mantém junto ao peito. A cena do 2º ato é fechada.   
No 3º ato, vemos o aspecto preocupado de Solor: pesar e remorso assomam-lhe os pensamentos pela morte de Nikiya. Nessa atmosfera sombria, busca um lenitivo para dor, toma ópio, numa tentativa de fugir de si mesmo, é em vão, ao dormir vê os espectros de bailarinas dançando a música da celebração das bodas. 
Um temporal desaba com ventanias fortes que derrubam o templo. Nos escombros surge Nikiya, em corpo astral e, para quem está em outra apreciação, é o espectro da bailarina, assim como existe o espectro da rosa, outro balé, e fica ao lado de seu amado, a fim de tirar-lhe todo o remorso que tinha, evocando cenas em que ambos estavam apaixonados. Os engramas do passado são dissipados. Um novo alento assoma-lhe a fisionomia e ele passa a ter um novo alento para viver.
Tudo se interliga através da ressonância magnética, os pensamentos estão carregados de átomos possuindo densidade, coloração e velocidade, as dimensões estão interligadas e não há separatividade, competitividade no universo, isto só acontece neste paradigma dissociado que está indo embora do planeta. [MUDANÇA DE PARADIGMA – 14 de março de 2014 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Grandes bailarinas dançaram Nikiya Variation do balé Bayadère, vale mencionar: Svetlana Zakharova, Alena Kovaleva, Alina Somova, Altynai Asylmuratova, Anastasia Matvienko Gamzatti, Aurélie Dupont, Charline Giezendanner, Darcey Bussell, Diana Vishneva, Evgenia Obraztsova, Gabriela Komleva, Hannah Kulas, Héloise Bourdon, Isabelle Guerin, Katia Almayeva, Nadezhda Gonchar, Nadezhda Gracheva, Natalia Osipova, Olesya Novikova, Olga Esina, Patricia Zhou, Polina Semionova, Uliana Lopatkina, Sabrina Mallem, Sae Eun Park, Viktoria Tereshkina, Yana Selina, entre outras.
Merece ainda destaque a participação de Samira Crema Faria, funcionária do Banco do Brasil, ex-aluna da Academia Daisa Poltronieri, que se apresentou, nos idos de 1999, no Teatro Calil Haddad – Maringá–PR, dançando Nikiya Variation.   

www.fernandopinheirobb.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário