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sábado, 28 de maio de 2016

RAYMUNDA VARIATION


O balé Raymonda escrito por Lydia Pashkova e Marius Petipa, coreografia de Marius Petipa, música de Alexander Glazunov, encenado em 3 atos.
O 1º Ato possui 3 variações, sendo que Visions Variation é apresentado no 2º quadro do palco no qual Raymonda é conduzida, em sonhos, por Dama Branca, ancestral da família, ao reino da fantasia onde ela é apresentada a um fidalgo sarraceno.
Descendo uma escadaria de um lugar paradisíaco, ambas entram no jardim envolvidas numa atmosfera azulada. Dama Branca apresenta Raymonda a Abderakhhman numa circunstância feliz, onde ele está acompanhado de uma grande comitiva que ostenta os brasões dos antepassados. Ela o vê, dançando, cai-lhe em seus braços, eram como já se conhecessem muito antes do agora.
Abderakhhman ao se apresentar a ela puxa e beija a espada, dobra os joelhos e a oferece a Raymunda que a recebe e começa dançar com a espada.  Ela finca a espada no chão. Ele a observa vir em sua direção, se ajoelha para ela retirar a coroa de louros que está em cima de sua cabeça, e ela coloca a coroa em cima da espada, denotando que aprova a vida guerreira do amado.
Durante a dança, um dos amigos de Abderakhman se aproxima, se ajoelha e oferece a Raymonda um ramo de palmeira, assim como cada participante da ala feminina segura um ramo, símbolo da imortalidade, como se vê na coroa de ramos que os atletas olímpicos ganham ao subir ao pódio.
Raymonda segura o ramo, com as duas mãos levantadas, dança para Abderakhman com olhares de puro enlevo, ele pega o ramo dos braços dela e vai entregar a um companheiro, ele se retira para o lado oposto. Quando ele volta, ela vai ao seu encontro, ele para, ela corre apressada e de um salto se joga de costas em cima dele que a ampara num abraço. Ambos saem de cena.
Ela volta sozinha onde estava há pouco. Eis que surge Jean de Brienne, o noivo de Raymonda querendo tomar-lhe satisfação do ocorrido. Tudo parece desabar, ela encosta as mãos no peito querendo proteger o coração. Raymonda corre pela direita, guardas usando lanças não a deixam fugir, ela tenta pela esquerda, o mesmo obstáculo, se dirige em direção da escadaria, eis que o noivo de braços abertos a impede de  escapar.
A aflição cresce, ele tenta abraçá-la, mas ela recusa o abraço, ele frustrado tira da cintura um sabre e a ameaça de morte. Ela se ajoelha, coloca as mãos para cima, como a pedir ajuda, ele lança ao chão a arma e ela desfalece. Ele se aproxima dela e depois a abandona, deixando-a sozinha.
No chão, ao lado do corpo de Raymonda uma fumaça tênue brota do chão, espalhando-se pelo ar, é percebido por almas errantes que passam perto dela. Dançando, elas se aglomeram ao redor de Raymonda que está adormecida e deixam sobre ela alguma coisa e saem em disparada. Em seguida, chegam seus familiares que a fazem despertar e a levam de volta para casa, encerrando o Ato nº 1.
Nelita está sempre contente ao lado de Orlando, mas depende dele estar na mesma frequência de onda onde ela está para não haver descompasso ou falta de sintonia, pois isto é uma questão de física teórica. Os pensamentos correm em campo eletromagnético onde se irradia a frequência escolhida. [ALÉM DA LOUCURA – 3 de novembro de 2015 – blog Fernando Pinheiro, escritor].   
O Reino Mágico da Fantasia é a forma mágica encontrada pelos autores do balé Raymunda para definir o que hoje conhecemos por mundo astral revelado em 50 crônicas da série Pégaso divulgadas neste espaço, dentre as quais destacamos a de nº 28:  
Vestido comprido, apenas uma lingerie por baixo, ela surgiu assim de modo desligado de qualquer impressão que denotasse sensualidade, embora seus seios dentro da roupa sacudiam em suaves meneios quando ela chegou perto de mim.
Ela era alta, elegante no andar, disse que o amor era pouco. Não, eu a respondi que o amor preenche as lacunas do pouco que é apenas uma impressão que ela sentia.
Não havia intenção de namoro entre nós, ela me chegou  apenas com este recado do que sentia em seu coração. Então, por que veio? Algo meu lhe atraiu, um pouco de mim já era um pouco que ela sentira do amor.
Essa imagem fluídica do sono fez-me lembrar das entidades que estão nos sonhos a revelar a realidade em que todos vivem, embora nem sempre esteja de acordo com aquilo que desejamos acontecer, essa é a linguagem de Carl Jung que a psicanálise admite acontecer por estar mergulhada na subjetividade.
A busca de ser feliz é a meta primordial de quem está a sós, embora não sinta solidão, pois as forças íntimas guardadas no recôndito do ser profundo eclodem quando há os passos do caminho interno, em aparente solidão, como vivem os asseclas em permanente retiro espiritual.
Esse caminho interno também se desdobra em convívio social: trabalho em equipe, dança em bailados elegantes, jogo de arena esportiva, passeio e viagem em grupo, quando a introspecção não deixa ser influenciada por imagens externas diferentes do que sentimos.
Sempre o que sonhamos deixa rastros no caminho que percorremos nos momentos em que alguma situação nos diz respeito, vindo a eclodir quando despertamos do sonho que tivemos no leito de dormir. [PÉGASO (XXVIII) – 23 de julho de 2015 – blog Fernando Pinheiro, escritor]. 
Bailarinas famosas dançaram Raymonda Variation, dentre as quais destacamos: Irina Kolpakova, Isabelle Gervasini, Maria Alexandrova, Marie-Agnès Gillo, Maya Plisetskaya, Natalia Bessmertnova (1941-2008), Olesya Novikova, Paloma Herrera, Sangeun Lee, Scout Forsyth, Svetlana Zakharova, Sylvie Guilllem, Tamara Rojo, Zohar Ben Israel.

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