O
balé Raymonda escrito por Lydia Pashkova e Marius Petipa, coreografia de Marius
Petipa, música de Alexander Glazunov, encenado em 3 atos.
O 1º Ato possui 3 variações, sendo
que Visions Variation é apresentado no 2º quadro do palco no qual Raymonda é
conduzida, em sonhos, por Dama Branca, ancestral da família, ao reino da
fantasia onde ela é apresentada a um fidalgo sarraceno.
Descendo uma escadaria de um lugar
paradisíaco, ambas entram no jardim envolvidas numa atmosfera azulada. Dama
Branca apresenta Raymonda a Abderakhhman numa circunstância feliz, onde ele
está acompanhado de uma grande comitiva que ostenta os brasões dos
antepassados. Ela o vê, dançando, cai-lhe em seus braços, eram como já se
conhecessem muito antes do agora.
Abderakhhman ao se apresentar a
ela puxa e beija a espada, dobra os joelhos e a oferece a Raymunda que a recebe
e começa dançar com a espada. Ela finca
a espada no chão. Ele a observa vir em sua direção, se ajoelha para ela retirar
a coroa de louros que está em cima de sua cabeça, e ela coloca a coroa em cima
da espada, denotando que aprova a vida guerreira do amado.
Durante a dança, um dos amigos de
Abderakhman se aproxima, se ajoelha e oferece a Raymonda um ramo de palmeira,
assim como cada participante da ala feminina segura um ramo, símbolo da
imortalidade, como se vê na coroa de ramos que os atletas olímpicos ganham ao
subir ao pódio.
Raymonda segura o ramo, com as
duas mãos levantadas, dança para Abderakhman com olhares de puro enlevo, ele
pega o ramo dos braços dela e vai entregar a um companheiro, ele se retira para
o lado oposto. Quando ele volta, ela vai ao seu encontro, ele para, ela corre
apressada e de um salto se joga de costas em cima dele que a ampara num abraço.
Ambos saem de cena.
Ela volta sozinha onde estava há
pouco. Eis que surge Jean de Brienne, o noivo de Raymonda querendo tomar-lhe
satisfação do ocorrido. Tudo parece desabar, ela encosta as mãos no peito
querendo proteger o coração. Raymonda corre pela direita, guardas usando lanças
não a deixam fugir, ela tenta pela esquerda, o mesmo obstáculo, se dirige em
direção da escadaria, eis que o noivo de braços abertos a impede de escapar.
A aflição cresce, ele tenta
abraçá-la, mas ela recusa o abraço, ele frustrado tira da cintura um sabre e a
ameaça de morte. Ela se ajoelha, coloca as mãos para cima, como a pedir ajuda,
ele lança ao chão a arma e ela desfalece. Ele se aproxima dela e depois a abandona,
deixando-a sozinha.
No chão, ao lado do corpo de
Raymonda uma fumaça tênue brota do chão, espalhando-se pelo ar, é percebido por
almas errantes que passam perto dela. Dançando, elas se aglomeram ao redor de
Raymonda que está adormecida e deixam sobre ela alguma coisa e saem em
disparada. Em seguida, chegam seus familiares que a fazem despertar e a levam
de volta para casa, encerrando o Ato nº 1.
Nelita está sempre contente ao
lado de Orlando, mas depende dele estar na mesma frequência de onda onde ela
está para não haver descompasso ou falta de sintonia, pois isto é uma questão
de física teórica. Os pensamentos correm em campo eletromagnético onde se
irradia a frequência escolhida. [ALÉM DA LOUCURA – 3 de novembro de 2015 – blog
Fernando Pinheiro, escritor].
O Reino Mágico da Fantasia é a
forma mágica encontrada pelos autores do balé Raymunda para definir o que hoje
conhecemos por mundo astral revelado em 50 crônicas da série Pégaso divulgadas
neste espaço, dentre as quais destacamos a de nº 28:
Vestido comprido, apenas uma
lingerie por baixo, ela surgiu assim de modo desligado de qualquer impressão
que denotasse sensualidade, embora seus seios dentro da roupa sacudiam em
suaves meneios quando ela chegou perto de mim.
Ela era alta, elegante no andar,
disse que o amor era pouco. Não, eu a respondi que o amor preenche as lacunas
do pouco que é apenas uma impressão que ela sentia.
Não havia intenção de namoro entre
nós, ela me chegou apenas com este
recado do que sentia em seu coração. Então, por que veio? Algo meu lhe atraiu,
um pouco de mim já era um pouco que ela sentira do amor.
Essa imagem fluídica do sono
fez-me lembrar das entidades que estão nos sonhos a revelar a realidade em que
todos vivem, embora nem sempre esteja de acordo com aquilo que desejamos
acontecer, essa é a linguagem de Carl Jung que a psicanálise admite acontecer
por estar mergulhada na subjetividade.
A busca de ser feliz é a meta
primordial de quem está a sós, embora não sinta solidão, pois as forças íntimas
guardadas no recôndito do ser profundo eclodem quando há os passos do caminho
interno, em aparente solidão, como vivem os asseclas em permanente retiro
espiritual.
Esse caminho interno também se
desdobra em convívio social: trabalho em equipe, dança em bailados elegantes, jogo
de arena esportiva, passeio e viagem em grupo, quando a introspecção não deixa
ser influenciada por imagens externas diferentes do que sentimos.
Sempre o que sonhamos deixa
rastros no caminho que percorremos nos momentos em que alguma situação nos diz respeito,
vindo a eclodir quando despertamos do sonho que tivemos no leito de dormir.
[PÉGASO (XXVIII) – 23 de julho de 2015 – blog Fernando Pinheiro,
escritor].
Bailarinas famosas dançaram
Raymonda Variation, dentre as quais destacamos: Irina Kolpakova, Isabelle
Gervasini, Maria Alexandrova, Marie-Agnès Gillo, Maya Plisetskaya, Natalia
Bessmertnova (1941-2008), Olesya Novikova, Paloma Herrera, Sangeun Lee, Scout
Forsyth, Svetlana Zakharova, Sylvie Guilllem, Tamara Rojo, Zohar Ben Israel.
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