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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O GARIMPO

A discussão do cangaço, com liberdade, tema diário dos noticiários, chega mais uma vez ao cinema para mostrar Serra Pelada, filme do diretor Heitor Dhalia, ambientado nos idos de 1980, rodado em 2013, no interior de São Paulo.
No garimpo não era permitida a presença de mulheres, mas como ninguém pode acreditar num mundo sem mulheres foi incluída cenas de amor no filme. Descobrir a beleza da mulher vem desde os tempos idos e ainda continua nos tempos atuais.
No plano mental, os desejos têm o seu reino e voam aonde querem ir, se tem cura ou não pouco importa, o que vale, nessa situação, é descobrir os desejos. A cura se realiza no plano supramental.
No relacionamento afetivo há estratégias, assim como nas pelejas de qualquer espécie, e temos em mente a conquista, embora não venhamos a expor abertamente porque isto também faz parte da estratégia. O taoísmo no amor é sempre conquistador porque não demonstra a conquista: é o alcance sem querer demonstrar. Na tática feminina seria o recato.
Quando o homem descobre a mulher, desde a nudez dos pés, em que há uma entrega do mistério insondável, um mundo de percepções e sentidos passam a gerar novos dispositivos para compreender os enigmas que nos envolvem.
Na peleja do homem, buscando a boniteza da mulher, é a busca que o homem tem de si mesmo, não pela sexualidade complemente diferente, mas os encantos de alma que as mulher possuem, todas sem exceção e não importando a situação em que estejam. Quando adormecidas, basta aflorar o que no íntimo possuem.
Há um silêncio dentro de nós quando temos notícias de mulheres sob efeito de drogas lícitas, a medicação psiquiátrica que a fazem viver dentro de uma via-crucis, onde o sofrimento sempre existe, e sem previsão para acabar, embora haja a intenção médica de recuperar a saúde de pacientes neste mistério da mente que não está ainda conhecido por completo, apenas uns 8% vamos dizer.
Somente o amor deslinda os enigmas do caminhar, assim como vimos, no noticiário, uma cadela que ficou 12 horas à espera do dono na porta da delegacia, no Espírito Santo, sem esmorecer e esse silêncio, em forma de fidelidade, que a acompanhou naquela aparente solidão, quando da prisão do seu dono.
Alegra-nos sentir que devemos incentivar frentes de trabalho junto a pessoas que estão confinadas, de alguma forma, à liberdade de locomoção, nas casas de repouso, asilos de idosos, não nas clínicas psiquiátricas que não temos acesso, mas onde houver a solidão de pessoas vamos levar o nosso pensamento ou mesmo a nossa presença física.
Este é o nosso garimpo, onde há a peleja que aprendemos vir do Nordeste brasileiro, nossas raízes, é também um banquete à moda de Sócrates, onde o amor foi apresentado, de forma inicial, na roupagem acadêmica, dentro de nossa cultura ocidental.


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