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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

ACADÊMICOS DA ROCINHA – 2014

Os puxadores do samba-enredo da Escola de Samba Acadêmicos da Rocinha enfatizam: “Borboleta voa, vamos viajar neste sonho de criança, vou transpor um túnel e me encantar, visão de tanta beleza faz o sol se apaixonar, verde esmeralda na onda a bailar, no espelho da água o céu quis se olhar, lagoas que adocicam a boca do mar, vem pra cá...”
No século passado, com enfoque nas décadas de 50 em diante, as crianças iam à escola, somente a partir dos 7 anos de idade, tempo suficiente em que tinham para brincar sem a obrigação de estudar.
As palavras do escritor maranhense Arquimedes Vale, em nosso facebook, vêm enriquecer a nossa crônica:
“As marcas da infância são indeléveis pela pureza e honestidade nas quais originadas. Me ocupam a memória momentos de uma São Bento bucólica e inocente na qual exercíamos o nosso direito de sermos crianças. Além de médico, aposentado do serviço público mas ainda ativo como autônomo, enveredei e me ocupo com literatura. Tenho lido tuas crônicas, aqui publicadas, e me encanto com tua fluência e força literária. Parabéns.”
Vale salientar que o número de crianças a partir de 0 a 3 anos de idade, que frequentam creches e escolas, subiu de 11,7%, no decorrer de 10 anos (2002 a 2012), para 21,2%, e a taxa pertinente a crianças de 4 e 5 anos elevou-se, no mesmo período, de 56,7% para 78,2% [IBGE - 2012].
Por outro lado, segundo informação do Viomundo – 29/11/2013, “A Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2013 mostra que, em 2012, cerca de 20% dos jovens de 15 a 29 anos de idade [Nota do Viomundo: 9,6 milhões] não frequentavam escola nem trabalhavam. A proporção de mulheres nesse grupo foi grande: 70,3%.”
O destino está nos sonhos que são feitos de voos, no dizer do samba-enredo. Somos frequentadores assíduos de uma comunidade na cidade do Rio de Janeiro e ficamos felizes ao ver que tem tudo no mesmo lugar: lojas de comércio, restaurantes com refeição a 10 reais, comida caseira de boa qualidade, salões de beleza, venda de peixes ao ar livre e bastante música nordestina e sambas que fazem a cara do Rio.
É assustador o número de mulheres brasileiras que não frequentam escola nem trabalham: 70,3% de 9,6 milhões do total dos jovens de 15 a 29 anos de idade, segundo o Viomundo – 29/11/2013. A música diz: “vou pra gandaia com a minha princesinha”, engrossando ainda mais o número de mães solteiras com filhos menores. A alegria é fundamental, o importante é seguir o destino.
“A borboleta encantada vai voar. (...) Há nova Era... Amor”, o samba-enredo da Rocinha, no carnaval de 2014, anuncia que o paraíso é aqui. “Sorria, você está na Barra da Tijuca”, letreiro visível em frente do fim do túnel do Elevado do Joá.
A música ressalta ainda “eu quero me achar no seu amor”, você já pensou se encontrando no encontro dos amores eternos? Almas gêmeas se multiplicando aos milhões. Não é sonho, é realidade em ritmo de samba.
Mais importante do que achar a alma gêmea, tão largamente difundido nas redes sociais, onde a internet tem o domínio popular, é encontrar-se, descobrir-se como gente ou ser humano que possui profundidade no existir mesmo na transitoriedade de todas as coisas.
A música evoca ainda a figura de campeão com medalha no peito rimando com bairro perfeito, quem não gostaria de ter os louros da glória? Todos, sem exceção, foi para isso que viemos ao mundo para sermos vitoriosos nas lutas diárias que a vida nos dá.
Sorria, você está na Barra da Tijuca.

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