Anunciando que
o chão vai tremer, na batida do pé, na batida na madeira, coisa de pele, o
maior argumento da união de corpos de casais, o Grêmio Recreativo Escola de
Samba Educativa Império da Tijuca, campeã da Série A do Carnaval de 2013,
apresenta nos idos de 2014 o samba-enredo Batuk, “sinfonia imperial”
conquistando os salões de festa e a própria Avenida na batucada que se espalha
nesse chão.
O coração
batendo mais forte, sentindo a vibração das savanas e das florestas tropicais
da África, onde a natureza está presente, há um batuque de tambores que faz
reunir toda a gente da aldeia de lá e de cá, na mesma aldeia global, numa
festa, a quizomba.
A Lua,
clareando a aldeia, envolve sem laços prendedores a todos nós, em doces afagos
que nos estimula a pensar em cada cultura que entoa rituais, no Ocidente e no
Oriente, em cura de mazelas pela devoção em momento de mágica beleza. Na
quizomba africana na festa dos orixás “firma o ponto na gira não deixa cair.”
Este é o
momento certo, o Kairós da mitologia grega, em que o tempo é encarado não mais
na preocupação da contagem do tempo, em que se estabelece os horários e os
compromissos individuais e sociais. A cronologia dentro do tempo de Kronos
continuará, na dimensão dissociada planetária que está indo embora do planeta,
e na abordagem de Kairós há o suscitar de um tempo numa dimensão
quintessenciada, onde a beleza é eterna.
Todos estão
percebendo que há uma mudança de paradigma no comportamento humano que abrange
todas as culturas dentro do dualismo humano que se dilui com a chegada daquilo
que os orientais chamam de samadhi e, em nossa cultura ocidental, a beatitude
ou santidade ou, ainda, santificação. O papa Pio XII, o papa da diplomacia, foi
o pioneiro na mídia mundial a falar sobre a sacralização do planeta.
É o momento
oportuno de vivenciar a nova maneira de aproximação com as pessoas, não mais
criticando-as, nem censurando-as para que não haja julgamento e, em
consequência, a separação. Com o advento das energias do amor as densas camadas
de pensamentos que envolvem multidões de pessoas, pelo princípio de atração, em
conluios de disputa e de separatividade, promovendo distúrbios emocionais,
estão indo embora de nosso planeta.
Com a chegada
do ano novo, aqui no Brasil, com intenso calor, em pleno verão, há uma
movimentação intensa de pessoas em direção das praias, piscinas, parques como
sinal de que devemos buscar novas opções que nos dê satisfação de viver. Os
ensaios de escola de samba nesta época são intensos e ao alcance de grande
público, inclusive turistas.
O caminhar
através da dualidade humana (certo/errado, bem/mal, bonito/feio e outras
expressões correlatas), é sempre penoso e exaustivo, fazendo muitos cair pelo
caminho. Somente a vivência nos 4 pilares: simplicidade, humildade,
transparência e alegria é que poderá ascender a uma dimensão existencial onde a
dor e o sofrimento não existem mais.
A alegria da
Escola de Samba Império da Tijuca, celeiro de bambas, enaltecendo também a
capoeira, como arte no processo da integração social, desperta essa dimensão
existencial e que podemos observar na letra: “na ginga do corpo, na batida do
pé, axé, axé!, eleva a alma, o canto e a dança, unindo as raças na fé e na
esperança.”
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