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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

PAREDE DE VIDRO

A cena é ambientada na casa dos pais de Linda quando começa a falar a palavra socorro e tudo fica mergulhado na expectativa e, a seguir, dá ao início de seu desafogo comovente que durou quase sete minutos: "vocês não sabem o que eu sou. A vida toda. Presa. Presa dentro do meu corpo. Presa. É como se tivesse uma parede, parede de vidro entre eu e vocês. Parede de vidro.”
A voz de Linda (Bruna Linzmeyer) deslinda os enigmas do caminhar. Ela estava confinada nessa parede que a separava do mundo, nos arcanos mitológicos gregos, ela saiu da caverna de Platão e, na superfície da terra, viu o sol, conquistou a liberdade. Mas, ela atribuiu ao Rafael (Rainer Cadete) esse despertar.
Antes havia um desnível de vibrações emitidas e vibrações sentidas entre ela e seus familiares, com a chegada de Rafael essas vibrações passaram a fluir no mesmo nível de igualdade. Nesse entendimento, já é possível estabelecer aqui a presença do amor. Linda se dirigiu aos pais e pede que o Rafael não seja mais mandado embora. E a família (pai, mãe, irmão) compreende a situação e pede desculpas a ela.
Este foi o ápice da mídia ao revelar o amor não mais ligado a esfera de uma simples emoção de casais ou a laços consanguineos, quebrou-se a camada de conceitos que a humanidade terrestre vem adotando há eons de milhares de anos, divulgando o amor condicional que aprisiona e reflete sempre, após os encantos da primeira hora, os desencantos que levam ao sofrimento e dor.
As definições estreitas do amor que os livros, filmes, jornais e revistas divulgam são aceitas pela sociedade que acolhe como verdadeiras, mas no íntimo todos tem o direito de revelar o que é o amor, como fez Linda.
Dentro da consciência fragmentada em que o planeta Terra vive, transitoriamente, o amor atua nesse campo em que a separatividade e a dualidade têm os seus domínios de espaço, resultando sempre as uniões de casal e de familiares desfeitas. Uma pessoa amorosa, nessa consciência fragmentada, é vista por aqueles que não a entendem como fácil de ser usada e manipulada.
O amor não é domínio ou cerceamento, ao contrato é o elemento libertador. As pessoas têm o direito de despertar o seu poder interior e não permitir a manipulação que as escraviza. A manada é controlada pela matrix tanto aqui como do outro lado da matrix, isto presenciamos em sonhos.
Vale salientar que não estamos estimulando o namoro entre pessoas que são portadoras de autismo ou mesmo entre pessoas não autistas porque dentro da consciência trina em o que planeta vive o amor é sempre condicional, vivência em que estão 6 bilhões de habitantes e apenas 1 bilhão que vive o amor incondicional.
Assim sendo, é compreensível a atitude anterior da família de Linda em não quer que ela namorasse, pois o celibato saudável a protegia contra esses desencontros daqueles que pensam que o amor é só isso que eles pensam, aliás as mulheres são bem inteligentes quando dizem que "os homens só pensam naquilo."
Na relação de casal em que há desentendimento, provocado sempre por crítica e julgamento, a separação surge como postura de viver mais adequada e, nessa circunstância que arrasta a solidão e a saudade, vem eclodir lembranças que definem sentimentos de culpa, o grande vetor que engendra a depressão, a doença que mais cresce no mundo.
As pessoas têm que se valorizar e se honrar, inclusive no corpo físico que não deve acolher emanações psíquicas deletérias, mas o que se vê é apenas a preocupação de usar a camisinha.
O celibato saudável tem grandes benefícios, principalmente porque é um encontro consigo mesmo, uma oportunidade de escolha de caminhos, aqueles que a mídia diz ser o amor, ou o amor visto na consciência unificada em que a Terra está alcançando em ascensão vibracional em número sempre crescente, pois vemos a luz crescer no planeta.
O nosso caminhar é alcançar, hoje ou no decorrer dos evos, a multidimensionalidade, a característica dos seres que habitam Arturius, Sirius, Vênus e demais mundos felizes espalhados em nossa Via-Láctea.
O amor de Rafael, reconhecido por Linda e depois pelos demais entes da família, veio nas ondas mentais que viajam de dia e até de noite, quando dormimos, revelando encontros nos sonhos. Naturalmente, esse romance de amor foi alimentado nessa atmosfera onde não há interferência humana, desde que o nosso ser profundo se manifeste.
A parede de vidro é um símbolo que atesta a realidade dos amores que não se encontram intimamente, a nível de interiorização de alma, pois sem isto todo o pegar de corpos físicos tende a ser desfeito até por um motivo banal que vem a ser a gota d´água.
Sentimos uma luz projetada ao mundo na voz de Linda que a novela Amor à Vida, da TV Globo exibiu, no horário das 9 da noite, em 23 de janeiro de 2014. Os demais personagens terão que aprender muito com a Linda que nada tem de distúrbio mental, as aparências vão enganando quem não quer aprender consigo mesmo.
Assim como acontece entre os radialistas de jogos de futebol, perguntando entre eles, quem é o craque do jogo, apresentamos nesse interrogar que a personagem Linda (Bruna Linzmeyer) é a nossa favorita da novela de autoria de Walcyr Carrasco em que revela que foi inspirado na autista Carly Fleischmann.

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