O canto da
sereia é a sedução que está presente sempre no relacionamento amoroso e que
acarreta embaraços dentro do dualismo humano por fazer emergir o suplício de
Tântalo, personagem revelado por Platão e abordado na Odisseia, de Homero, por
isso se diz, dentro desse contexto, que amar é sofrer, revelado tanto em tangos
e boleros.
Tântalo estava
imerso até o pescoço por água em que estava uma árvore frutifica e
impossibilitado de saciar a sede e a matar a fome porque os impulsos que dava a
água subia e os frutos ficam mais distantes, isto revela, em imagens
emblemáticas, o apoderamento e a sedução no relacionamento amoroso, frisando
bem, dentro do dualismo humano.
A mulher ou o
homem, usado como objeto do prazer, é também um objeto de apoderamento do
parceiro que impõe o domínio em aspectos psicológicos, refletido em marcas
territoriais, como tatuagens com nome ou símbolos que o parceiro gosta. A
tatuagem é sempre servil, quando o amor é sempre libertador.
Esse domínio
os animais também têm quando fazem a demarcação de território usando a urina
para ser observado por invasores do mesmo reino animal, isto faz parte da
conquista.
O canto da
sereia revela um canto que ninguém até hoje ouviu no formato de canto que
conhecemos, a não ser em imagens sonhadoras que nos tiram de foco a realidade.
A própria sereia, quando foi revelado pela mitologia grega, tinha aspectos de
monstro submarino, depois foi amenizado na forma de mulher e cauda de peixe.
O amor sob
dominação é patológico e revela sofrimentos idênticos do suplício de Tântalo
que sempre se esforça na conquista e nunca alcança o que pretende. O termo
etimológico sedução vem da junção da palavra sed (doença/entorpecimento) com a
palavra ducere que significa conduzir.
Como os seres
humanos, vivenciando na terceira dimensão dissociada planetária, onde são 6
bilhões, excetuando-se 1 bilhão de habitantes na consciência menos densa, têm relacionamento
amoroso no mesmo nível de consciência planetária, logicamente os embates pela
posse serão encarados acirradamente.
A posse
somente existe porque o dominado deixa-se ser levado pelo dominante, como
existe a dependência emocional ou financeira, fica difícil sair desse domínio.
Quando isto ocorre pela separação, o dominante busca outra a ser dominada e
deixa na antiga companheira a desolação que a faz mergulhar nas águas em que
Tântalo tanto sofria. Este é um quadro mais frequentes atualmente entre os
casais.
As
estatísticas comprovam que, nos idos de 2011, a taxa de divórcios aumentou
facilitada pela alteração de prazo na legislação referente a divórcios. Isto
comprova ainda o aumento de casais vivendo a solidão, depois de ouvir tanto o
canto da sereia.
A troca
frequente de parceiros ou parceiras não irá resolver o problema da solidão,
pois podemos estar até mesmo dentro de uma multidão e sentirmos a sós. O mito
de alma gêmea cresce sempre com as pessoas sozinhas, ainda neste mesmo canto
que a faz sofrer nas mesmas águas em que Tântalo não realizou os seus desejos.
Não buscar nem
fugir é uma sintonia que vem do Ganges, onde há águas que purificam as pessoas
em oração, é porque o autoconhecimento, a autoestima são apreciados com maior
valor. Se alguém lhe puxar para baixo, largue esse puxar e siga em frente, pois
o importante é você e não a ilusão que devemos valor quando pensamos que era
conquista.
Não ouvimos o
canto da sereia e nem o queremos nem para nós e nem para ninguém. É no ser
profundo que todos somos que a voz interna se faz ouvir, a única que pode
resplandecer o que somos em essência: seres de luz.
Gostei. Lindo!!
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