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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

OS DOMÍNIOS DA PSIQUIATRIA


A Psiquiatria não elimina a esfera mítica, onde muitos mitos servem de sustentação de seus postulados, além de servir-se do pensamento helênico onde filósofos estruturaram toda uma civilização que, apesar de estar extinta, recrudesce nos dias atuais.

A essência humana já era descoberta, no mundo ocidental, por esses filósofos gregos que foram os precursores de nossa cultura em que fez sobressair a filosofia e a medicina. Hipócrates não separava o corpo físico com outros corpos que caracterizam o homem, sendo que, nesta busca, a Psiquiatria estende seus domínios.

O soma (Rússia), o corpo astral (Ocidente) que denotam a presença da aura humana, evidenciam as manifestações somáticas que são inseparáveis das manifestações psíquicas. O pensamento helênico ia além da esfera física, acreditava-se na existência dos deuses que, na realidade, são corpos sutis além da matéria.

O conhecimento esotérico, que vive na esfera mental, oscila nesses parâmetros onde a consciência fragmentada caminha. Serviu de modelo a muitos grupos sociais mas sem ter a transcendência de uma esfera maior. Não chegou ao supramental que os hindus vivenciam dentro do samadhi, o mais elevado estágio da consciência humana.

O conhecimento helênico estendeu uma espécie de tapete vermelho (símbolo) onde o ser humano pode fazer uma viagem interna, descobrindo-se. O autoconhecimento é o mais importante de todos os conhecimentos.

O esoterismo também corre nesta esteira, só que a nível mental, o supramental pertence a consciência unitária planetária que está crescendo, mesmo dentro de todas as correntes de pensamento, transcendendo os estágios anteriores. O combustível desse motor é composto por simplicidade, humildade, transparência e alegria.

No tratamento médico dos pacientes com transtornos mentais há que se estabelecer o estudo e a apreciação do meio em que vivem esses pacientes. A cultura passa a exercer a apreciação primordial na relação familiar ou social em que este contexto está inserido.

O tratamento médico é processado de acordo com os sintomas apresentados, inclui-se neste contexto a cultura, a crença na abordagem religiosa, o estilo de vida e as expectativas de seus planos de ação, o ideal é primordial para se aferir os valores intrínsecos da natureza humana.

A repetida mudança de percepções apresentadas por uma visão do mundo vem sempre em decorrência na mudança de padrões comportamentais. Esses padrões cerceiam a liberdade de escolha daqueles que estão fazendo opção por outros estilos de vida.

Vale citar o pensamento de Carol Sonenreich, Giordano Estevão e Luiz de Moraes Altenfelder Silva Filho:

"Entretanto, no relacionamento com os outros, na organização das condutas, aliás, no que constitui o campo das alterações mentais, o essencial não está no que as limitações determinam, mas no que pertence à liberdade de escolhas." - in Doença mental e perda de liberdade - Revista TEMAS - Teoria e Prática do Psiquiatra - v. 35, n. 68-69, p. 4 - Jan/Dez 2005.

Os domínios da Psiquiatria se refletem no olhar de Ísis (mistério), puramente mítico por abarcar o que é aceito por coletividades durante gerações, se estendem na aura da esfinge de Gizé, decifram os segredos do descobrir a si mesmo que encontra no filósofo Sócrates um ponto de referência e estende este manancial de recursos ao paciente que é agraciado com o tratamento que faz recuperar a liberdade de fazer escolhas e de aplicá-las. Tudo isto sem perder de vista o referencial físico onde a medicina se sustenta em grandeza.




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