A
Psiquiatria não elimina a esfera mítica, onde muitos mitos servem de
sustentação de seus postulados, além de servir-se do pensamento helênico onde
filósofos estruturaram toda uma civilização que, apesar de estar extinta,
recrudesce nos dias atuais.
A essência humana já era descoberta,
no mundo ocidental, por esses filósofos gregos que foram os precursores de
nossa cultura em que fez sobressair a filosofia e a medicina. Hipócrates não
separava o corpo físico com outros corpos que caracterizam o homem, sendo que,
nesta busca, a Psiquiatria estende seus domínios.
O soma (Rússia), o corpo astral
(Ocidente) que denotam a presença da aura humana, evidenciam as manifestações
somáticas que são inseparáveis das manifestações psíquicas. O pensamento
helênico ia além da esfera física, acreditava-se na existência dos deuses que,
na realidade, são corpos sutis além da matéria.
O conhecimento esotérico, que vive na
esfera mental, oscila nesses parâmetros onde a consciência fragmentada caminha.
Serviu de modelo a muitos grupos sociais mas sem ter a transcendência de uma
esfera maior. Não chegou ao supramental que os hindus vivenciam dentro do
samadhi, o mais elevado estágio da consciência humana.
O conhecimento helênico estendeu uma
espécie de tapete vermelho (símbolo) onde o ser humano pode fazer uma viagem
interna, descobrindo-se. O autoconhecimento é o mais importante de todos os
conhecimentos.
O esoterismo também corre nesta
esteira, só que a nível mental, o supramental pertence a consciência unitária
planetária que está crescendo, mesmo dentro de todas as correntes de
pensamento, transcendendo os estágios anteriores. O combustível desse motor é
composto por simplicidade, humildade, transparência e alegria.
No tratamento médico dos pacientes
com transtornos mentais há que se estabelecer o estudo e a apreciação do meio
em que vivem esses pacientes. A cultura passa a exercer a apreciação primordial
na relação familiar ou social em que este contexto está inserido.
O tratamento médico é processado de
acordo com os sintomas apresentados, inclui-se neste contexto a cultura, a
crença na abordagem religiosa, o estilo de vida e as expectativas de seus
planos de ação, o ideal é primordial para se aferir os valores intrínsecos da
natureza humana.
A repetida mudança de percepções
apresentadas por uma visão do mundo vem sempre em decorrência na mudança de
padrões comportamentais. Esses padrões cerceiam a liberdade de escolha daqueles
que estão fazendo opção por outros estilos de vida.
Vale citar o pensamento de Carol
Sonenreich, Giordano Estevão e Luiz de Moraes Altenfelder Silva Filho:
"Entretanto, no relacionamento
com os outros, na organização das condutas, aliás, no que constitui o campo das
alterações mentais, o essencial não está no que as limitações determinam, mas
no que pertence à liberdade de escolhas." - in Doença mental e perda de
liberdade - Revista TEMAS - Teoria e Prática do Psiquiatra - v. 35, n. 68-69,
p. 4 - Jan/Dez 2005.
Os domínios da Psiquiatria se
refletem no olhar de Ísis (mistério), puramente mítico por abarcar o que é
aceito por coletividades durante gerações, se estendem na aura da esfinge de
Gizé, decifram os segredos do descobrir a si mesmo que encontra no filósofo
Sócrates um ponto de referência e estende este manancial de recursos ao
paciente que é agraciado com o tratamento que faz recuperar a liberdade de
fazer escolhas e de aplicá-las. Tudo isto sem perder de vista o referencial
físico onde a medicina se sustenta em grandeza.
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