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sábado, 23 de fevereiro de 2013

TAPETE


O nosso raio de ação está na esfera das circunstâncias favoráveis, assim sendo temos o nosso limite que engloba as nossas possibilidades de conquista.

Cada um com o seu tapete, expressão que vem da Turquia, denota no aspecto místico que cada um tem que carregar a sua cruz. É claro que a ajuda se faz presente em toda solicitação recebida, no entanto é imprescindível observar o caminhar dos entes amados com os próprios pés.

Há casos de mães que, no linguajar popular, se casaram com os filhos, mesmo que os filhos sejam casados com as suas esposas. Nesse caso, uma dependência que não os liberta.

Quando eles saem de suas casas para construir o próprio lar na condição de esposo, há uma ruptura dessa dependência mútua que os faziam ligados ao lar materno. É natural que assim seja, pois os filhos pertencem ao mundo e não exclusivamente aos pais.

O sentimento de perda, que se origina da ruptura de uma relação que vinha sendo exercida anteriormente, abala as estruturas emocionais de quem ainda se prende. Isto se estende a todos os setores da vida humana, principalmente quando da perda de entes amados ou de cargos ou ainda de aposentadoria compulsória ou por tempo de serviço.

Manter-se ligado à circunstância anterior é manter-se no sofrimento. Quem anda de carro, ou mesmo a pé, em direção de algum destino, sabe que os trechos do caminho percorrido já não mais lhe desperta atenção.

Os liames sagrados da família são eternos e estamos sempre atentos para participar dos momentos que nos unem, sem perder de vista a nossa participação de caminhar juntos, embora em espaços físicos diferentes.

Quando esses liames se espalham em direção de outros círculos afetivos, o cuidado ainda se faz presente, deixando cada um seguir o caminho que lhe convém. Se houver receptividade de nosso carinho, a alegria é sempre esfuziante.

Não tenhamos apego a nada e a ninguém, vivamos simplesmente sem esperar nada, pois a expectativa pode gerar desconforto emocional. Tudo passa, por que esse tempo que pensamos não irá passar?

A perda é considerada um dos sintomas da depressão, a antiga melancolia que vem desde a Antiguidade, na Grécia, atravessou a Idade Média quando a Igreja a condenou como pecado porque seus portadores estavam com o demônio. Paracelso e outros médicos do passado estudaram esses sintomas, notadamente Freud que estendeu a Medicina para o campo da Psicanálise.

Além da medicina helênica em que se notabilizou Hipócrates, há registros históricos anteriores: nos séculos 7-8 a.C. as Ajurvedas indianas revelavam a existência das alterações físicas e mentais no ser humano. Esses sintomas já eram observados por uma farmacopeia neosumeriana e pela escola babilônica de medicina no século 18 a.C. [SENDRAIL, 1980].

No final do ciclo planetário, onde se avoluma a separação do joio e do trigo, recrudescem as palavras do Mestre amado, Jesus, “deixai os mortos enterrar os mortos” numa referência que não devemos ficar ligados a circunstâncias que não nos pertencem.

A densa consciência dissociada, em que o planeta está vivendo, carreia para os campos vibratórios idênticos essa massa gigantesca de população. Cada um segue a vibração que vive.

Observar, apenas observar, sem comentar nem criticar a ideologia que os grupos sociais se manifestam. Enquanto isso, as substâncias químicas usadas por dependentes estão tirando a lucidez dos que precisam andar em seus próprios tapetes.

Este é o nosso momento de prece para que a inspiração surja.




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