Assim como a concha do fundo do mar
esconde a pérola que será exposta no momento oportuno, o coração do homem
possui segredos que serão revelados em idêntica situação.
O
tempo corre em espaços matemáticos. Na precisão de um segundo, a flor se abre
um pouco mais, o relâmpago desencadeia as chuvas, o pulo das aves sacode pólens
de flores.
E
qual hora do homem realizar seus sonhos, se ainda não sabe prever em um segundo
antes a manifestação do relâmpago nem ver a flor se abrindo em tão pouco tempo
e ainda está muito longe de determinar o gesto que antecede ao voo dos
pássaros?
A
natureza se expandindo nele mostra a hora da sede, do sono, do acordar sem que
ele tenha necessidade de recorrer a outros meios.
As
aves e os animais, no instinto da conservação, têm esses meios que dão
equilíbrio em suas vidas, mergulhadas inconscientemente nas forças do universo.
A
alma dos pássaros ou a energia dos pássaros desperta no homem o voo de suas
melhores energias. A alma dos rios a vontade de correr, a alma dos ventos o
sonho de desfilar na imaginação dos amores que encontra no caminho.
Há
movimentação constante de forças criando o destino de futuras flores, ainda
inseminadas nos pólens de árvores que os pássaros sacodem; há energias mentais,
que se cristalizaram nos sorrisos e na ternura, construindo o sonho dos amores
numa vida em comum.
Nas
circunstâncias que o envolvem, o homem pensa buscar soluções, definir esquemas
que produzem resultados positivos, mas não sabe as implicações que o futuro lhe
responderá nesses gestos.
Quem
pode prever a resposta de um olhar, se ainda não tem consciência da intensidade
em que foi emitido nem sabe em que ponto será acolhido pela apreciação alheia?
Há
um referencial de vida em cada ser humano. Daí o cuidado de não expormos aquilo
que deve ser guardado para não chocar a visão de quem não possui o mesmo
referencial.
O
segredo da vida ou o mistério dos véus que se estenderam nos templos e lugares
sagrados de todos os povos serviam apenas para nos livrar do infortúnio.
O
silêncio sempre esteve ligado à sabedoria e, dentro das implicações que
desconhecemos, há um refazimento das energias desperdiçadas em campos
emocionais diferentes do nosso estágio evolutivo.
É
por isso que vemos a importância de resultados negativos naqueles
empreendimentos que pensamos ser o melhor, mas o tempo revelará a fragilidade
dos sonhos criados na imaginação.
O
importante é deixar-se conduzir pelas energias que criam os verdadeiros sonhos,
sabendo que a missão de cada um tem ligações profundas em fontes que jorram
sabedoria a alcance de todos.
Quando
o homem se mantiver tranquilo na adversidade, verá que há sinais lhe indicando
outros caminhos onde pode seguir sentindo a alma dos rios correndo, a alma dos
ventos – Sílfide – se misturando a
todos os seres da Criação.
Las
Silfides (Chopiniana) é o balé que apresenta músicas de Chopin. Gostamos e
recomendamos as minhas leitoras assistir no Youtube as estrelas Maya Dumchenko,
Daria Pavlenko, Irina Jelonkina, entre outras, dançando, nos idos de 1999, no
Mariinsky (Kirov) Ballet no Teatro Real (Madrid).
Villa-Lobos
criou um país: Brasil é música. Dentro da efeméride comemorativa ao Dia
Nacional da Música Clássica, transcrevemos textos de nossa crônica DUAS
BAILARINAS – 11/02/2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor, a respeito da
música e de quem a comenta, enaltecendo a mulher brasileira:
Iniciando
a apresentação, a repórter Daniela Lobo entrevistou a bailarina Ruth Lima: “Ela
é representante de uma das mais antigas manifestações humanas, a dança,
considerada pela imprensa etérea e translúcida, eleita em 1959, a primeira
bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.” [Perfil Ruth Lima – Bloco 1
– Youtube – 11 de junho de 2012 – Vídeo enviado por TV-ALERJ – Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro].
Na
entrevista ao canal de televisão da ALERJ, Ruth Lima disse que começou dançando
balé aos 11 anos de idade, tivera sonhos de dança, “dançava enquanto dormia”. E
enfatizou: “a disciplina do balé me levou a ter uma vida feliz, uma vida
regrada, inteligente, a ponto de eu escrever livros.” Enquanto a entrevista
ocorria, vídeos e fotos de Ruth Lima apareceram ao fundo da tela.
Dançando
O Lago dos Cisnes, de Tchaikowisky, e Les Sylphides, de Chopin, na apresentação
que o Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro estava fazendo, em
1966, no Teatro Colon, Buenos Aires, Ruth Lima foi aplaudida em cena aberta.
Nessa ocasião, ela recebeu loas com o título de bailarina etérea e translúcida
pelo jornal El Clarin. No Brasil, o jornalista Carlos Heitor Cony escreveu no
Correio da Manhã: “Ruth Lima é a mais linda Cleópatra que pisou o Theatro
Municipal.”
Escritora,
bailarina, coreógrafa, jornalista, professora de dança, Ruth Lima conviveu, no
Brasil e no exterior, com mestres e partenaires, entre os quais destacamos
aqueles que não estão mais conosco: George Balanchine (1904/1983), Yuco
Lindberg (1906/1948), William Dollar (1907/1986), Leónide Massine (1896/1979),
Eugenia Feodorova (1925/2007), Nina Verchinina (1910/1995), Aldo Lotufo
(1925/2014).
Ao
tomar posse, em 28/09/1993, na Academia de Letras dos Funcionários do Banco do
Brasil (membro honorário), no Auditório do Edifício Sede III do Banco do Brasil
– Brasília – DF, em solenidade presidida pelo escritor Fernando Pinheiro, Ruth
Lima foi mencionada no discurso de Synval Guazzeli, presidente do Banco do
Brasil, interino (12/5/1993 a 15/5/1993), (30/5/1993 a 5/6/1993), (26/9/1993 a
6/10/1993), (1/12/1993 a 4/12/1993):
“Distinguiu
também uma representante das Artes, Ruth Lima, bailarina e coreógrafa e, nesta
hora, seguramente nós haveremos de ter sempre presente a importância da Arte
como expressão de cultura, nós que desejamos construir uma sociedade brasileira
melhor, uma sociedade brasileira justa, equânime, democrática e que possa
alcançar níveis de avanço e de expressão cultural que representem toda a
potencialidade desta Nação e dos sonhos melhores de nossa própria sociedade.”
Alma
dos ventos – Silfos ou Sílfides – são seres mitológicos ou elementais que vivem
no ar, nos ventos, tidos como fadas ou anjos dos ventos. Las Silfides
(Chopinianas) surgiram, nos idos de 1907, com o nome Rêverie Romantique, é um
dos pontos altos do balé e do romantismo. Identificamos a Valsa in C sharp
Minor, opus 64, nº 2, de Chopin. Mas existem
mazurka, valsa e prelúdio nas Chopinianas.
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