A manchete “Bela, Recatada e do Lar”
surgiu, em abril de 2016, na revista Veja. Isto fez criar uma polêmica com o
público como se fosse um vínculo da mulher a padrões que a fazem ficar submissa
ou apoderada a valores do passado que repercutem atualmente ou do próprio homem
que a tem com direitos adquiridos na lei ou no recinto religioso, conhecidos
com o nome de casamento ou união estável.
Houve
avanços na conquista da mulher, a partir da revolução industrial na Inglaterra,
onde a presença feminina estava nas fábricas, indústrias de variado porte e no
comércio que expandia os produtos fabris. O mundo estava deixando de ser apenas
bucólico, brejeiro e pastoril. Os novos valores estavam se acoplando a vida das
cidades e as mulheres os detinham e continuam a deter atualmente.
A
partir da década de 1970´s, as mulheres tiveram a oportunidade de adquirir
maior libertação com a venda nas farmácias da pílula anticoncepcional,
possibilitando-lhes programar quando quisessem ter filhos e logicamente ficar tranquila
contra o risco da gravidez em qualquer relação sexual. A camisinha completou
essa libertação sexual.
Carl
Djerassi (1923/2015), um dos químicos mais publicados da História, foi o homem
que provocou uma revolução sexual e social, conhecido mais como o criador da
pílula anticoncepcional, testada e aprovada pela Administração Federal de
Drogas, em 1960. [The Telegraph – 02/02/2015].
Essa
segurança na medicação ainda não conseguiu se afirmar 100% ao que se vê da
notícia da bailarina Maria Santa, morta aos 17 anos de idade, depois de sofrer
um coágulo de sangue no cérebro que se teme ter sido causado por pílula
anticoncepcional. O Dr. Jonathan Greenbaum que a tratou no Salford Royal,
disse: “milhões de mulheres tomam a pílula e o risco é muito baixo. O risco
absoluto é pequeno – é apenas infeliz e má sorte.” [MAIL OnLine – 20/04/2016].
Ainda
sobre a reportagem do matutino londrino, Dr. Piyali Pal, neuropatologista,
disse no inquérito que a bailarina romena sofria de coágulos de sangue no
cérebro que pode ser causado por desidratação, desnutrição, coagulação do
sangue ou pílulas anticoncepcionais orais.
O
preconceito está na avaliação do que se pensa ser certo ou errado, belo ou
feio, fora da ética de Platão que tinha um caráter duradouro, diferente da
ética atual que sintetiza os interesses nos grupos exclusivos a cada
peculiaridade transitória e efêmera. Quando o poeta chama a mulher de bela, é a
beleza que ele está se referindo e não a padrões transitórios do que se possa
estabelecer da beleza ou da moda.
Recatada,
nos tempos da belle époque (1889/1931) e nos dias dourados das décadas de 1950
e 1960´s, era a condição da mulher virtuosa e prendada que pretendia formar um
lar numa família feliz. As mudanças sociais acontecem, é lógico e todos são
influenciados por essa mudança, homens e mulheres.
As
mulheres sempre gostam de receber elogios, é por isso que nos afirmamos como
sincero galanteador. Mas todos nós sabemos quando é o momento e o local
adequado, assim como devemos pedir o prato do cardápio à mesa e nunca perto da
cozinha onde os garçons estão em trânsito.
Numa
consciência planetária que está indo embora, atualmente abrangendo cerca de 6
bilhões de pessoas do total de 7,3 bilhões da população mundial, ainda
predomina, em todos os ambientes, a separatividade e a competitividade. Os
preconceitos vivem nesse meio. A verdadeira libertação está com 1,3 bilhão de
seres humanos que vivem em 5 pilares: simplicidade, humildade, transparência,
alegria e gratidão.
Nos
tempos novos, a Jerusalém do céu está descendo entre os homens, na visão de
João, o escriba do Apocalipse, conforme está escrito no capítulo 21, versículo
4, lido na Santa Missa do Padre Marcelo Rossi, transmitida pela TV Globo –
domingo 06:00h – 24 de abril de 2016: “E Deus limpará de seus olhos toda a
lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor.”
Mesmo
em situações difíceis, a libertação das mulheres é a necessidade profícua para
se estabelecer um mundo feliz. Em crônicas anteriores, vimos argumentando que
para o casal ser feliz é necessário que ambos sejam independentes em todos os
sentidos. Finalizando a crônica “Bela, Recatada e do Lar”, os últimos
parágrafos da crônica PÉGASO (XLVII), de Fernando Pinheiro:
O
relacionamento de casais é um tema que sempre abordo em minhas crônicas. Ao
tomar um taxi que pertencia à área de Copacabana, perguntei ao motorista como
vai a princesinha do mar? Ele me disse que à noite pela Avenida Atlântica está
cheia de mulheres prostitutas.
Esse
tema é notícia de hoje no jornal El Pais, de Madri, Espanha, divulgando que na
Suécia é delinquência, desde 1999, pagar mulheres para ter relações sexuais,
exonerando a participação feminina no crime, isto porque é entendido que a
prostituição é uma violência contra as mulheres.
Nesse
rumo, outros países estão seguindo o modelo nórdico, sendo que a França é o
último impondo uma multa de até 3.750 euros, equivalentes a R$ 15 mil para quem
pagar por sexo. De forma velada ou exposta, essa conquista através do dinheiro
é algo que, no fundo, sevicia a mulher, tirando-lhe a liberdade de escolha.
Segundo
revelado pelo jornal que revelou dados do Instituto Sueco, depois de 10 anos
que a lei sueca entrou em vigor, “caiu de 13,6% para menos de 8% o número de
compradores do sexo”, reduzindo o interesse de diversos grupos nas atividades
organizadas de prostituição.
Ainda
segundo El Pais, esse modelo também chamado novo abolicionismo está em vigor em
vários países: Suécia, Noruega, Islândia, Irlanda do Norte, Canadá, Cingapura,
África do Sul, Coreia do Sul e França, esta é a fórmula encontrada por esses
países para acabar com a prostituição: acabando-se a demanda, acaba-se a
oferta. No entanto, a prostituição é regulamentada na Holanda, Alemanha e
Dinamarca, desde 2000, e na Hungria a meretriz é punida com multa ou prisão e o
cliente só é penalizado se estiver acompanhado de uma mulher menor de idade.
Nos
países subdesenvolvidos e até mesmo naqueles desenvolvidos em que as áreas da
indigência proliferam, as mulheres deixam de ter a igualdade dos homens, onde o
dinheiro as fazem escravas por momentos ou por tempo indeterminado de acabar
porque a carência de meios para sobreviver é mais forte.
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