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domingo, 24 de abril de 2016

BELA, RECATADA E DO LAR

A manchete “Bela, Recatada e do Lar” surgiu, em abril de 2016, na revista Veja. Isto fez criar uma polêmica com o público como se fosse um vínculo da mulher a padrões que a fazem ficar submissa ou apoderada a valores do passado que repercutem atualmente ou do próprio homem que a tem com direitos adquiridos na lei ou no recinto religioso, conhecidos com o nome de casamento ou união estável.
Houve avanços na conquista da mulher, a partir da revolução industrial na Inglaterra, onde a presença feminina estava nas fábricas, indústrias de variado porte e no comércio que expandia os produtos fabris. O mundo estava deixando de ser apenas bucólico, brejeiro e pastoril. Os novos valores estavam se acoplando a vida das cidades e as mulheres os detinham e continuam a deter atualmente.
A partir da década de 1970´s, as mulheres tiveram a oportunidade de adquirir maior libertação com a venda nas farmácias da pílula anticoncepcional, possibilitando-lhes programar quando quisessem ter filhos e logicamente ficar tranquila contra o risco da gravidez em qualquer relação sexual. A camisinha completou essa libertação sexual.   
Carl Djerassi (1923/2015), um dos químicos mais publicados da História, foi o homem que provocou uma revolução sexual e social, conhecido mais como o criador da pílula anticoncepcional, testada e aprovada pela Administração Federal de Drogas, em 1960. [The Telegraph – 02/02/2015].
Essa segurança na medicação ainda não conseguiu se afirmar 100% ao que se vê da notícia da bailarina Maria Santa, morta aos 17 anos de idade, depois de sofrer um coágulo de sangue no cérebro que se teme ter sido causado por pílula anticoncepcional. O Dr. Jonathan Greenbaum que a tratou no Salford Royal, disse: “milhões de mulheres tomam a pílula e o risco é muito baixo. O risco absoluto é pequeno – é apenas infeliz e má sorte.” [MAIL OnLine – 20/04/2016].
Ainda sobre a reportagem do matutino londrino, Dr. Piyali Pal, neuropatologista, disse no inquérito que a bailarina romena sofria de coágulos de sangue no cérebro que pode ser causado por desidratação, desnutrição, coagulação do sangue ou pílulas anticoncepcionais orais.
O preconceito está na avaliação do que se pensa ser certo ou errado, belo ou feio, fora da ética de Platão que tinha um caráter duradouro, diferente da ética atual que sintetiza os interesses nos grupos exclusivos a cada peculiaridade transitória e efêmera. Quando o poeta chama a mulher de bela, é a beleza que ele está se referindo e não a padrões transitórios do que se possa estabelecer da beleza ou da moda.
Recatada, nos tempos da belle époque (1889/1931) e nos dias dourados das décadas de 1950 e 1960´s, era a condição da mulher virtuosa e prendada que pretendia formar um lar numa família feliz. As mudanças sociais acontecem, é lógico e todos são influenciados por essa mudança, homens e mulheres.
As mulheres sempre gostam de receber elogios, é por isso que nos afirmamos como sincero galanteador. Mas todos nós sabemos quando é o momento e o local adequado, assim como devemos pedir o prato do cardápio à mesa e nunca perto da cozinha onde os garçons estão em trânsito.
Numa consciência planetária que está indo embora, atualmente abrangendo cerca de 6 bilhões de pessoas do total de 7,3 bilhões da população mundial, ainda predomina, em todos os ambientes, a separatividade e a competitividade. Os preconceitos vivem nesse meio. A verdadeira libertação está com 1,3 bilhão de seres humanos que vivem em 5 pilares: simplicidade, humildade, transparência, alegria e gratidão.
Nos tempos novos, a Jerusalém do céu está descendo entre os homens, na visão de João, o escriba do Apocalipse, conforme está escrito no capítulo 21, versículo 4, lido na Santa Missa do Padre Marcelo Rossi, transmitida pela TV Globo – domingo 06:00h – 24 de abril de 2016: “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor.”
Mesmo em situações difíceis, a libertação das mulheres é a necessidade profícua para se estabelecer um mundo feliz. Em crônicas anteriores, vimos argumentando que para o casal ser feliz é necessário que ambos sejam independentes em todos os sentidos. Finalizando a crônica “Bela, Recatada e do Lar”, os últimos parágrafos da crônica PÉGASO (XLVII), de Fernando Pinheiro:
O relacionamento de casais é um tema que sempre abordo em minhas crônicas. Ao tomar um taxi que pertencia à área de Copacabana, perguntei ao motorista como vai a princesinha do mar? Ele me disse que à noite pela Avenida Atlântica está cheia de mulheres prostitutas.
Esse tema é notícia de hoje no jornal El Pais, de Madri, Espanha, divulgando que na Suécia é delinquência, desde 1999, pagar mulheres para ter relações sexuais, exonerando a participação feminina no crime, isto porque é entendido que a prostituição é uma violência contra as mulheres.
Nesse rumo, outros países estão seguindo o modelo nórdico, sendo que a França é o último impondo uma multa de até 3.750 euros, equivalentes a R$ 15 mil para quem pagar por sexo. De forma velada ou exposta, essa conquista através do dinheiro é algo que, no fundo, sevicia a mulher, tirando-lhe a liberdade de escolha.
Segundo revelado pelo jornal que revelou dados do Instituto Sueco, depois de 10 anos que a lei sueca entrou em vigor, “caiu de 13,6% para menos de 8% o número de compradores do sexo”, reduzindo o interesse de diversos grupos nas atividades organizadas de prostituição.
Ainda segundo El Pais, esse modelo também chamado novo abolicionismo está em vigor em vários países: Suécia, Noruega, Islândia, Irlanda do Norte, Canadá, Cingapura, África do Sul, Coreia do Sul e França, esta é a fórmula encontrada por esses países para acabar com a prostituição: acabando-se a demanda, acaba-se a oferta. No entanto, a prostituição é regulamentada na Holanda, Alemanha e Dinamarca, desde 2000, e na Hungria a meretriz é punida com multa ou prisão e o cliente só é penalizado se estiver acompanhado de uma mulher menor de idade.
Nos países subdesenvolvidos e até mesmo naqueles desenvolvidos em que as áreas da indigência proliferam, as mulheres deixam de ter a igualdade dos homens, onde o dinheiro as fazem escravas por momentos ou por tempo indeterminado de acabar porque a carência de meios para sobreviver é mais forte.

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