O maestro Zubin Mehta declarou que
toda a música une as pessoas e as mensagens que nela se expressam. Em duas
sinfonias, a nº 1 e a de nº 4, Gustav Mahler, introduziu marcha fúnebre. O
comentário do maestro, referindo-se ao 3º movimento da sinfonia nº l, de
Mahler: “começa com uma marcha fúnebre, se converte em uma valsa lacônica,
trágica e cómica”. Ele comentou ainda que a sinfonia nº 1, Mahler dedicou-a a jovem esposa. [Youtube Zubin
Mehta y la Orquestra Filarmónica de Israel].
Na
ária de Gioconda, a principal ária da ópera La Gioconda, de Ponchielli,
conhecida com o nome de que nem podemos falar (suiciadio), há uma taça de
veneno perto dela, mulher conhecida também com o nome de Mona Lisa ou Mona Lisa
de Giocondo. Acreditamos que seja o retrato de mulher mais famosa do
mundo.
Há
uma tentação, mas ela não sucumbe e deixa a taça de lado, fortalecida pelo
amparo divino que ela buscou, em última hora. Como o ambiente está escuro, a
dúvida em saber se ela está viva ou morta atormenta o coração do seu amado. A
ária termina assim: a lagoa é profunda.
O
amor é o mais eficaz recurso para ajudar a quem nos estende as mãos, podemos
até não estar perto fisicamente, mas os nossos pensamentos podem ajudá-lo a
modificar as ondas que estão fluindo em determinada frequência ou quase se
esgotando, isto porque o ser profundo que todos somos não foi acionado. A fé é
que desperta tudo isto. [LAGOA PROFUNDA – 10 de dezembro de 2014].
Árias
que nos comovem tanto escutar: Ah, non credea mirarti (La Sonnambula, de
Bellini), Casta Diva (Norma, de Bellini), Je crois entendre encore (Les
Pecheurs de Perles, de Bizet), Habanera (Carmen, de Bizet), ária de Marie (Le
Fille Du Regiment, de Donizetti), the Mad Scene: Il dolce suono (Lucia di
Lammermoor, de Donizetti), O del mio dolce ardor (Paride ed Elena, de Gluck),
Source delicieuse (Polyeucte, de Gounod), Solveig´s Song (Peer Gynt, de Grieg),
Meditation, da ópera Thaís, de Massenet, Ombra Mai Fu (Xerxes, de Handel),
Lascia ch´io pianga (Rinaldo, de Handel), Rosa del ciel (Orfeo, de Monteverdi),
Nina (cançoneta), de Pergolesi, E lucevan le stelle (Tosca, de Puccini), Um bel
di vedremo (Madame Butterfly, de Puccini), Vissi d´arte (Tosca, de Puccini),
Tacea la notte placida (Il Trovatore, de Verdi), Va pensiero (Nabucco, de
Verdi), Canções da Floresta do Amazonas, de Villa-Lobos, entre tantas outras.
Na
parte orquestral é comovente ouvir: Adágio do balé Giselle, de Adolphe Adam, 2º
mov. da Sinfonia Fantástica, de Berlioz, 2º mov. Lélio, op. 146, de Berlioz,
Dança dos Espíritos Bem-Aventurados, da ópera Orfeu e Eurídice, de Gluck, 5º
mov. de Asturiana (suíte popular), de Manuel de Falla, Romanza del pescador
(música para violoncello e violão), de Manuel de Falla, 1º mov. do concerto
para violino e orquestra, de Max Bruch, Concerto para violino e orquestra in E
minor, op. 64, de Mendelssohn, Lacrimosa do Requiem de Mozart, Crisantemi, de
Puccini, Prelude nº 5 in G minor, op. 23, Rachmaninov, Swan Lake, de
Tchaikovsky, Lacrimosa do Requiem, de Verdi, Bachiana nº 4 para piano solo, de
Villa-Lobos, Ouvertüre, Tannhäuser, de Wagner, entre tantas outras.
Não
devemos depreciar a música, como disse o maestro Zubin Mehta, qualquer tipo de
música: clássica, tradicional, folclórica, pop, pois todas nos trazem uma
mensagem. A música é vibração e os estados d´alma fluem como se fossem águas de
rios e afluentes em direção do oceano. O oceano astral onde flutua toda essa
gama de pensamentos musicais nos une todos nós e os compositores que se fizeram
mensageiros.
Um
dia, quando estávamos fazendo o projeto de pesquisa que culminou com a obra
Música para Canto e Piano (Série Brasil), de Fernando Pinheiro, chegamos
cansados do calor de verão carioca, à Biblioteca Nacional – Seção de Arquivo
Musical, e ouvimos o vídeo da música Jangada, de Alberto Nepomuceno. Éramos
como se estivesse à beira da praia, sentindo o aroma do mar e as ondas que
flutuam sacudindo a embarcação ou mesmo navegando com os jangadeiros.
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