Escrita nos idos de 1943, na cidade do Rio de
Janeiro, Invocação em Defesa da Pátria (canto-cívico religioso), de Heitor
Villa–Lobos, apresenta os seguintes movimentos: Poco andante, rallentando (gradualmente mais lento), a
tempo, largo con surdina, rallentando, a
tempo, via surdina, ritenuto.
De
autoria do poeta Manuel Bandeira, a letra do canto-cívico religioso inicia-se
com os seguintes versos:
“Ah!
Ó natureza do meu Brasil! Mãe altiva de uma raça livre, tua
existência, tua
grandeza, tua existência, tua grandeza.”
Apresentado
pela primeira vez (não a estreia da música), em 20/11/1995, pelo Coral dos Funcionários do
Banco do Brasil, tendo como
solista a soprano Marivi Santiago, sob a regência
do maestro Alfredo Duarte, no Auditório do Edifício SEDAN – Banco do Brasil – Rua
Senador Dantas, 105 - 21° andar, Rio de Janeiro-RJ, ao ensejo da abertura do 1° Seminário Banco do Brasil e da Integração Social, Invocação em Defesa da Pátria, de
Villa–Lobos, é o hino oficial da abertura
do referido seminário.
Nos
idos posteriores, o evento tem prosseguido, sob a coordenação da Academia de
Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, em ciclo de palestras acerca das
atividades do Banco do Brasil, tanto com relação à memória institucional, homenageando a vida e a obra de seus
presidentes, diretores
e funcionários que se projetaram no cenário nacional, quanto promovendo a imagem atual do Banco.
A
letra do canto-cívico religioso é um cântico de louvor e de
prece à natureza que abrange o território nacional, mãe altiva de uma raça livre,
enaltecendo-lhe a grandeza e a existência. Assim como o compositor italiano
Giuseppe Verdi, no Coro dos Escravos, da
ópera Aída, faz-nos lembrar o sentido da liberdade, Villa–Lobos evoca
Canaã, a terra da promissão, dentro do Brasil, o paraíso para os que aqui
vivem: brasileiros e estrangeiros.
A
evocação é primorosa: clarins da aurora surgem dentro de um cântico vibrante de glória ao
Brasil, com a apresentação de solista que o entoa num largo con surdina
(andamento muito vagaroso), seguido pelos movimentos rallentando, a
tempo, via surdina, ritenuto.
O
canto evoca principalmente a proteção do Divino, do Onipotente, a fim de que a nossa terra viva em paz
alegremente e a livre do horror da
guerra, ameaçada nos idos de 1943,
época da composição da música. A súplica de proteção se estende pelas
campinas, céus e mares do território nacional tão amados por seus filhos. O tema é atual diante dos conflitos
bélicos, encadeando novas posturas mundiais, principalmente na segurança
dos Estados.
A
música pede ainda a nossa terra prosperidade e fartura. Ah! Se todos os brasileiros se empenhassem
nesse afã, a iniciativa privada e
a iniciativa pública irmanadas em prol do desenvolvimento sócio-econômico!
Ainda há muitos focos populacionais de pobreza e miséria que necessitam
ser eliminados.
O
fluxo do dinheiro para as áreas carentes seria uma medida eficaz para solução
de tantas distorções econômicas.
Mas o que vemos é o dinheiro fluir para onde já existe em abundância. Riqueza acumulando riqueza
e pobreza acumulando pobreza. Como sugestão oportuna, a letra do canto-cívico traz a mensagem fraterna
que deveria englobar todas as
classes sociais no Brasil e no mundo inteiro: “Irmãos sempre unidos, sempre amigos”.
Blog Fernando Pinheiro, escritor
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