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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

INVOCAÇÃO EM DEFESA DA PÁTRIA


         Escrita nos idos de 1943, na cidade do Rio de Janeiro, Invocação em Defesa da Pátria (canto-cívico religioso), de Heitor Villa–Lobos, apresenta os seguintes movimentos: Poco andante, rallentando (gradualmente mais lento), a tempo, largo  con  surdina,  rallentando, a  tempo,  via  surdina,  ritenuto.

         De autoria do poeta Manuel Bandeira, a letra do canto-cívico  religioso  inicia-se  com  os  seguintes  versos: 

         “Ah! Ó natureza do meu Brasil! Mãe altiva de uma raça livre, tua  existência, tua  grandeza,  tua  existência, tua  grandeza.”

         Apresentado pela primeira vez (não a estreia da música), em 20/11/1995, pelo Coral dos Funcionários do Banco do Brasil, tendo como solista a soprano Marivi Santiago, sob a regência do maestro Alfredo Duarte, no Auditório do Edifício SEDAN – Banco do Brasil – Rua Senador Dantas, 105 - 21° andar, Rio de Janeiro-RJ, ao ensejo da abertura do 1° Seminário Banco do Brasil e da Integração Social,  Invocação em Defesa da Pátria, de Villa–Lobos, é o hino  oficial  da  abertura  do  referido  seminário.

       Nos idos posteriores, o evento tem prosseguido, sob a coordenação da Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, em ciclo de palestras acerca das atividades do Banco do Brasil, tanto com relação à memória institucional,  homenageando a vida e a obra de seus presidentes, diretores    e funcionários que se projetaram no cenário nacional, quanto  promovendo a imagem atual do Banco.

         A letra do canto-cívico religioso é um cântico de louvor e de prece à natureza que abrange o território nacional, mãe  altiva de uma raça livre, enaltecendo-lhe a grandeza e a existência. Assim como o compositor italiano Giuseppe Verdi, no Coro dos Escravos, da  ópera Aída, faz-nos lembrar o sentido da liberdade, Villa–Lobos evoca Canaã, a terra da promissão, dentro do Brasil, o paraíso para os que aqui vivem: brasileiros  e  estrangeiros.

         A evocação é primorosa: clarins da aurora surgem dentro de um cântico vibrante de glória ao Brasil, com a apresentação de solista que o entoa num largo con surdina (andamento muito vagaroso), seguido pelos movimentos rallentando,  a  tempo,  via  surdina,  ritenuto.

      O canto evoca principalmente a proteção do Divino, do  Onipotente, a fim de que a nossa terra viva em paz alegremente  e a livre do horror da guerra, ameaçada nos idos de 1943,  época da composição da música. A súplica de proteção se estende pelas campinas, céus e mares do território nacional tão  amados por seus filhos. O tema é atual diante dos conflitos bélicos, encadeando novas posturas mundiais, principalmente  na  segurança  dos  Estados.

         A música pede ainda a nossa terra prosperidade e  fartura. Ah! Se todos os brasileiros se empenhassem nesse afã,  a iniciativa privada e a iniciativa pública irmanadas em prol do desenvolvimento sócio-econômico! Ainda há muitos focos populacionais de pobreza e miséria que necessitam ser  eliminados.

      O fluxo do dinheiro para as áreas carentes seria uma medida eficaz para solução de tantas distorções econômicas.  Mas o que vemos é o dinheiro fluir para onde já existe em  abundância. Riqueza acumulando riqueza e pobreza acumulando pobreza. Como sugestão oportuna, a letra do  canto-cívico traz a mensagem fraterna que deveria englobar  todas as classes sociais no Brasil e no mundo inteiro: “Irmãos  sempre unidos, sempre amigos”.

Blog  Fernando Pinheiro, escritor

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