A partitura O Pranto do
Mar é de autoria de PEDRO Augusto Santiago de AMORIM, natural do Amazonas. Além
desta música, escreveu diversas outras, entre as quais destacamos: Cantiga,
Menina de Olhos Verdes, Rondel da Graviola, Cabocla do Tarumã, Encantamento e
Iara. Pedro Amorim exerceu o cargo de diretor do Teatro Amazonas (1966/1987),
na capital amazonense, é membro do Clube da Madrugada de Manaus e da União
Brasileira de Escritores/AM [Caderno do Patrimônio N° 04/86].
Com os versos do escritor
Max Carphentier Luiz da Costa, membro da Academia de Letras dos Funcionários do
Banco do Brasil, a música O pranto do mar, de Pedro Amorim, inicia-se no
movimento andante con espressione e prossegue pouco ondulando, cantabile,
recitativo, lento, piano (suave) e pianíssimo.
“Concha deixada na praia e no olhar,
lágrima herdada do pranto do mar.
Que o mar também chora, conosco ou por nós,
O mal que na hora calamos
a sós.
O mar sabe tudo que temos no peito,
por isso seu leito tal qual a perdida
beleza da vida é gélido e
mudo.”
Citamos algumas
referências elogiosas de consagrados autores nacionais sobre a obra literária
de Max Carphentier:
CARLOS
DRUMMOND DE ANDRADE: “O Sermão da Selva tem a dignidade da poesia a serviço da
vida. Assim essa voz poética seja ouvida, em coro com a dos cientistas e dos
brasileiros de boa vontade, para que não se arruine a floresta Amazônica, esse
bem da humanidade, que nos cumpre defender.” (in O Sermão da Selva, de Max
Carphentier).
ANTÔNIO
CARLOS VILLAÇA: - “Louve-se o poeta, o seu ritmo harmonioso, a sua densidade, o
seu gosto da terra, a sua paixão pelo humano. Ele bem sabe, o grande poeta, que
a natureza só será salva pelo coração, isto é, pelo amor. O mundo só poderá ser
salvo pelo amor. (in Tiara do Verde Amor, de Max Carphentier).
Dom
PAULO EVARISTO ARNS, cardeal: - “Dar uma palavra de apresentação ao livro de
Max Carphentier Nosso Senhor das Águas é tarefa tranqüila, pois o escritor
coloca o seu trabalho a serviço da vida, numa visão cristã da causa ecológica.”
(in Nosso Senhor das Águas, de Max Carphentier).
A letra da música, que o
poeta nos revela, traz o pranto do mar contido numa concha deixada na praia e
ainda a afirmação: “o mar também chora, conosco ou por nós, o mal que na hora
calamos a sós”.
As ondas da praia retiram
de nós a sujeira do corpo e, até certo ponto, as impurezas da alma,
propiciando-nos um aspecto agradável com energias revitalizantes. Daí o alívio
e o bem-estar pela retirada das dores que sentimos, até mesmo emocionais que
são carregadas para o leito do mar.
Para nos recompor
intimamente, às vezes, precisamos estar perto da orla marítima e, sem notarmos,
estamos transferindo ao meio-ambiente vibrações de pensamentos oscilantes.
Nesse enlevo,
participamos da mística da transmutação: o pranto do mar depositado numa
concha, a guardar nossos segredos, nossas vidas, nossos amores, nossos sonhos
que foram conduzidos a caminhos diferentes, sempre para nosso bem, como é dito,
embora saibamos que, na ausência de crítica, não existe bem nem mal, o que
existe é a busca da beleza.
A busca vai cedendo lugar à
presença do ser profundo que todos somos, embora a maioria não saiba.
O ser profundo não adoece
porque está conectado à fonte, embora tenhamos a ciência de que o nosso DNA surgiu,
nesta civilização, dentro da terceira dimensão dissociada, a consciência
planetária que foi implantada há mais de 52.000 anos.
Deixemos ir embora a dualidade, a
consciência dissociada do planeta que gera crítica e julgamento e lança um
olhar de separação.
Sigamos com leveza, abandonando-nos
à luz.
Blog Fernando Pinheiro,
escritor
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