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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

AS MARCAS DA NEBLINA

Há fatos que repercutem a nível nacional para nos chamar a atenção acerca de ligações individuais ou sociais.
Parece comum uma notícia que espelha a realidade de milhares de pessoas. Mas, quando o interesse desperta atenção das camadas aquinhoadas da riqueza, a repercussão é maior.
Os meios de comunicação dão ênfase e destaque a estes acontecimentos que se estendem em vários dias sucessivos. Num determinado momento, aquilo que deveria ser exceção, constitui-se regra.
Mas os tempos novos estão chegando. De um país de tradição de guerra as notícias de muros derrubados já pertencem a um passado de repressão e as cortinas de ferro do Leste Europeu cederam espaço a lugares desimpedidos onde todos os habitantes daquelas regiões podem viver felizes.
Essa benéfica repercussão tem maior grandiosidade do que os  fatos  envolvendo  paixões de amores que dão adeuses em mãos frias, silenciando o presente.
Mesmo nessas circunstâncias, aparentemente sombrias, há um toque de despertar para os valores imperecíveis a todos que se ligaram nestes incidentes do caminho.
Qualquer que seja a circunstância, a criatura humana tem oportunidade de se refazer, buscando clarear seus horizontes de neblinas passageiras.
O impacto de notícias fortes servem para despertar pessoas que não pensavam existir uma realidade mais concreta que seus dias de monotonia.
É claro que o susto pode causar traumas emocionais; a força das contingências se impõe como a semente que se arrebenta para nascer. Mas depois vem a renovação do que foi gasto, com as lições do equilíbrio.
Em tudo a criatura humana tem o aprendizado que quiser. Há emoções fortes, há emoções fracas, há até falta de emoções. Isto não quer dizer que não conseguirá obter o que lhe falta. Mais cedo ou mais tarde é questão de tempo.
Ninguém deixa de aprender. A vida dá aula individuais ou  coletivas, conforme as provas que escolheram.
Quando pensamos que algo vai correr ao nosso encontro, realizando-nos desejos pessoais, logo surgem os acontecimentos que realmente vêm contribuir em nossa vida, embora sejam revestidos de desencantos.
Nessas horas, a lágrima escorre dos nossos olhos como os pingos d'água à procura das nascentes. O destino das águas é abrir caminhos.
Quem  não se agrupa no serviço em comum, sentirá solidão, mesmo que se embriague por agentes tóxicos e vagueie pelos  lugares públicos.
Além do desconforto emocional, a solidão mórbida gera sintomas que se convertem simultaneamente em doenças no  corpo físico.
É válido o recolhimento íntimo, onde se pode observar o roteiro da evolução que lhe trará novas forças para recomeçar a luta nas comunidades em que estiver ligado por laços de responsabilidade.
A vida não exige de nós aquilo que não podemos dar. Somos nós mesmos que refletimos nos acontecimentos que nos chegam a fim de receber as marcas de nossa identidade.

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