Iniciando a apresentação, a repórter
Daniela Lobo entrevistou a bailarina Ruth Lima: “Ela é representante de uma das
mais antigas manifestações humanas, a dança, considerada pela imprensa etérea e
translúcida, eleita em 1959, a primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio
de Janeiro.” [Perfil Ruth Lima – Bloco 1 – Youtube – 11 de junho de 2012 –
Vídeo enviado por TV-ALERJ – Assembleia Legislativa do Estado do Rio de
Janeiro].
Na
entrevista ao canal de televisão da ALERJ, Ruth Lima disse que começou dançando
balé aos 11 anos de idade, tivera sonhos de dança, “dançava enquanto dormia”. E
enfatizou: “a disciplina do balé me levou a ter uma vida feliz, uma vida
regrada, inteligente, a ponto de eu escrever livros.” Enquanto a entrevista
ocorria, vídeos e fotos de Ruth Lima apareceram ao fundo da tela.
Dançando
O Lago dos Cisnes, de Tchaikowisky, e Les Sylphides, de Chopin, na apresentação
que o Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro estava fazendo, em
1966, no Teatro Colon, Buenos Aires, Ruth Lima foi aplaudida em cena aberta.
Nessa ocasião, ela recebeu loas com o título de bailarina etérea e translúcida
pelo jornal El Clarin. No Brasil, o jornalista Carlos Heitor Cony escreveu no
Correio da Manhã: “Ruth Lima é a mais linda Cleópatra que pisou o Theatro
Municipal.”
Escritora,
bailarina, coreógrafa, jornalista, professora de dança, Ruth Lima conviveu, no
Brasil e no exterior, com mestres e partenaires, entre os quais destacamos
aqueles que não estão mais conosco: George Balanchine (1904/1983), Yuco
Lindberg (1906/1948), William Dollar (1907/1986), Leónide Massine (1896/1979),
Eugenia Feodorova (1925/2007), Nina Verchinina (1910/1995), Aldo Lotufo
(1925/2014).
Ao
tomar posse, em 28/09/1993, na Academia de Letras dos Funcionários do Banco do
Brasil (membro honorário), no Auditório do Edifício Sede III do Banco do Brasil
– Brasília – DF, em solenidade presidida pelo escritor Fernando Pinheiro, Ruth
Lima foi mencionada no discurso de Synval Guazzeli, presidente do Banco do
Brasil, interino (12/5/1993 a 15/5/1993), (30/5/1993 a 5/6/1993), (26/9/1993 a
6/10/1993), (1/12/1993 a 4/12/1993):
“Distinguiu
também uma representante das Artes, Ruth Lima, bailarina e coreógrafa e, nesta
hora, seguramente nós haveremos de ter sempre presente a importância da Arte
como expressão de cultura, nós que desejamos construir uma sociedade brasileira
melhor, uma sociedade brasileira justa, equânime, democrática e que possa
alcançar níveis de avanço e de expressão cultural que representem toda a
potencialidade desta Nação e dos sonhos melhores de nossa própria sociedade.”
Estrela
do New York City Ballet, a bailarina francesa Violette Verdy (1933/2016),
mulher de cabelos loiros, de encantador charme, sorriso alegre, recebeu papeis
de grandes coreógrafos da época, Balanchine, Jerome Robbin e Roland Petit,
chegando a ser a primeira mulher a dirigir o Ballet de Ópera de Paris. [The
Telegraph – 11/02/2016].
Ainda
a respeito da reportagem sobre Violette Verdy, no jornal britânico, foi
revelado que, uma vez, durante uma aula aos seus alunos, Violette Verdy disse
que “a arte da bailarina mais antiga era a prova da importância de não se
apressar para chegar à perfeição”, isto referindo-se à sua grande amiga e
confidente Margot Fonteyn que esteve,
nos idos de 1960, no auge da parceria com Rudolf Nureyev no Royal Ballet.
Violette
Verdy e Ruth Lima tiveram em comum a oportunidade de estudar, em épocas
distintas, com o coreógrafo Balanchine,
em Nova Iorque, dançar para presidentes de República, ser capa de revistas
famosas, ensinar balé para jovens alunas e escrever livros sobre balé.
Em
março de 1959, Violette Verdy é capa da revista Life International, ocasião em
que se apresentou no Metropolitan Opera House, em Nova Iorque, posteriormente,
em abril de 1962, pousa em passos de balé para Dance Magazine. Em 08/05/1975,
pas de deux com o bailarino Edward Ville, dançava o balé Le Corsaire, na Casa
Branca, na presença do presidente Gerald Ford que recebia a visita de Lee Kuan
Yew, primeiro ministro de Cingapura, convidado de honra.
Ruth
Lima se apresentou para Juscelino Kubitschek, presidente da República (1956 a
1961) e esposa Sarah, em palácio do governo, bem como Indira Gandhi, primeira
ministra da Índia (1966 a 1977) e (1980 a 1984), Giovanni Gronchi, presidente
da Itália (1955 a 1962), foi capa da revista O Cruzeiro, edição novembro de
1960, em fotos de dança de balé em que se lia: graça, beleza e técnica: Ruth
Lima. À época, era a mais importante revista do Brasil.
Violette
Verdi legou-nos a observação: “as tristezas da vida podem ser entregues como um
crêpe suzette e que as decepções,
limitações podem ser transformadas em coisas bonitas.” [The Telegraph –
11/02/2016]. A frase que vem com estímulo aos aficionados do balé que Ruth Lima
sempre ressalta: “o balé vem perfumar o crescimento de uma nação. Que seria da
rosa sem o perfume?”
Ambas
belas, clássicas e românticas, parece que estou ouvindo Chopin e sentindo o
perfume das rosas. É assim que gosto de ver a beleza feminina em seu esplendor
que encanta e fascina. Sintam-se amada, Violette Verdi, ao contemplar o seu
retrato no Telegraph, o jornal britânico que lhe presta o panegírico (elogio
acadêmico) e Ruth Lima, na entrevista concedida à TV–ALERJ, no frescor da
beleza que desconhece o passar dos dias fora da luz.
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