Os ventos, as chuvas, o amanhecer, o
pôr-do-sol são fenômenos naturais que nos estimulam a pensar nas circunstâncias
em que vivemos.
As
palmeiras soltam folhas e galhos impulsionadas pela força dos ventos; alagação
de ruas, desabamento de barracos, inundação de córregos nas cercanias de
cidades são causados pelas chuvas.
O
amanhecer sombrio ou claro, o pôr-do-sol encoberto pela tempestade ou a
irradiação luminosa dos raios solares nas nuvens, encenando uma paisagem de
beleza multicor, levam-nos à contemplação de algo mais real do que as cenas de
destruição no deserto.
Os
peixes e as aves do Golfo Pérsico buscam outros viveiros numa luta desesperada
para atravessar as faixas poluídas. A guerra invadiu as guelras dos peixes,
dificultando-lhes a respiração e atingiu
as asas das aves que buscam o mergulho
nas marés negras.
A
poluição sobe à atmosfera numa ameaça ao equilíbrio dos ventos, das chuvas, da
temperatura dos climas, desfigurando a fisionomia do planeta.
No
ciclo das transformações, a tempestade renova paisagens poluídas, a morte na
casca dá à semente a vida, a madrugada cinzenta, depois de estender ilusões ao
mundo de emoções, cede lugar para a luz do sol.
Ainda
ligado à emoção, o homem vive momentos que podem levá-lo ao paraíso de beleza
comovente se a sublimação dos desejos ocorrer a nível inteligente.
Enquanto
emocionado, ele ainda sente saudades, fica comovido vendo morrer os animais, os
pássaros, os peixes que fogem das zonas de conflito radical. Lágrimas e
suspiros sufocam-lhe as vertentes do sentimento.
Mesmo
assim sabe que é preciso sorrir e cantar, amar e doar-se nos grandes voos como
as aves que lutam para voar com as asas molhadas de óleo derramado no Golfo sem
nenhuma razão que dignifique a condição humana.
No
planeta todos nós somos como as aves do Golfo, sentindo as consequências da
guerra, lutamos para voar nos sonhos que custam tanto para se converterem em
realidade.
Cortes
de despesas atingem os setores públicos e privados, recessão na economia,
ganhos reais e inflação se debatem em outras guerras, promovendo alteração da
vida de todos, numa preocupação rotineira.
Guerra sempre
houve na Terra. No reino animal os seres se entredevoram no equilíbrio
que promove o crescimento das espécies.
Nos
reinos que antecedem à vida humana são necessários os grandes choques para
despertar a sensibilidade como acontece nas árvores sacrificadas pelos raios do
trovão. Depois, essa energia contida no verde transmuda a outros estágios onde
a evolução ganha outros impulsos.
A
guerra dos homens não pode ser comparada com os fenômenos que promovem o
equilíbrio de todos os ecossistemas do planeta que, muitas vezes, faz destruir
uma parte para se recompor em outra, na transmutação da beleza.
Os
conflitos de armas não mudam apenas a História, mas a própria humanidade que se
sente sacrificada por uma civilização que promove o culto de suas roupagens
físicas, esquecendo-se das fontes límpidas onde seus sonhos estão mergulhados.
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