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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

VIVER INTELIGENTEMENTE

O escritor Lourival Pinheiro na poesia Perdoa-me fala de um amor proibido que está ocupando espaço em sua mente revelando que está pagando um alto preço sem que ela mereça o seu apreço, fazendo-o perder o sono.
Não vamos analisar os versos bem elaborados na estrutura de sonetos, apenas buscamos levar-lhe uma palavra de carinho familiar, na mesma família que somos, a fim de que ele encontre uma alternativa de viver que não o faça sofrer, assim como sofreu Gonçalves Dias, o poeta de nossa terra (palmeiras, sabiá, saudades), ao ver o seu grande amor casar com outro homem.
Todo o sofrimento é engrama do passado incrustado em nosso viver, como a vida é movimento, o que estava incrustado tende a dissolver-se nesse movimento renovador. Olhar sempre o horizonte e ver nele a luz em cada amanhecer. 
A condição  essencial para ser feliz é viver inteligentemente. A inteligência acima das emoções e deixar que nossos atos tenham a direção que lhe é própria.
A emoção é o despertar daquilo que gostamos. Com justa razão, o reflexo do que pensamos, no campo do desejo, atrai as pessoas que possuem essas mesmas características, estabelecendo um vínculo.
E com maior ênfase, as pessoas do mesmo enredo comportamental tendem a se aproximar, nos liames das responsabilidades, pois nada no universo fica incompleto. O que começou, em olhares aparentemente ingênuos, exige a complementação.
O caminhar de quem vive das emoções é bastante oscilante, vai depender, inclusive, da oscilação das pessoas que seguem impulsionadas pelos mesmos gestos. Não sabem a  razão  por que  gostam  de  alguém.  Às vezes, confundem o acessório com o essencial, nos detalhes que vão desde o cabelo, a roupa, etc., sem penetrar na essência do querer.
Quando as emoções não são filtradas pela inteligência, gera um vazio que leva à depressão, pois não houve identificação da finalidade dos encontros. O gostar se restringe a querer, numa posse ilusória.
Ninguém pode deter para si o que pertence a Deus, sem ter o risco do sofrimento. Todas as pessoas que passam por nós, delirantes pela febre das noites escuras, têm seus vínculos em amores que precisam eternizar o momento, em cumprimento do efeito ação e reação.
A rede dos pensamentos que vem do espírito imortal é tão extensa quanto a sua existência, no campo físico e nos estágios de aprendizado nos horizontes que ultrapassam suas fronteiras. Nessa rede estão entrelaçados os interesses maiores de nossa evolução.
Quantas vezes sentimos uma simpatia forte por alguém que nos desperta a emoção e queremos logo manter uma ligação afetiva, sem sabermos das circunstâncias em que se encontram essa pessoa. Sem dúvida, sempre ocorrem outros vínculos de responsabilidade que a impedem de ter horas livres para desfrutar desse enlevo embriagador.
É tão sublime a emoção que sentimos ao vermos pessoas  despertando-nos a sensibilidade. São os encontros de  caminhos  diversos  que  se cruzam conosco para dar uma mensagem, mesmo que seja tão breve como o abrir de asas  das borboletas.
Todos nós temos um roteiro de caminhar, nele estão os amores que nos sensibilizam a alma, mas por uma razão secundária, no passado espiritual, não demos o valor que eles merecem. E, assim, voltam para completar o vazio que passou despercebido.
Como são tantos os amores que nos chegam, devemos agir inteligentemente, verificando o papel que ocupamos em seus relacionamentos, deixando-os livres em seus caminhos,  amando-os  cada  vez mais, embora não haja  necessidade  de  nossa presença para provar-lhes o que sentimos.

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