O escritor Lourival Pinheiro na
poesia Perdoa-me fala de um amor proibido que está ocupando espaço em sua mente
revelando que está pagando um alto preço sem que ela mereça o seu apreço,
fazendo-o perder o sono.
Não
vamos analisar os versos bem elaborados na estrutura de sonetos, apenas
buscamos levar-lhe uma palavra de carinho familiar, na mesma família que somos,
a fim de que ele encontre uma alternativa de viver que não o faça sofrer, assim
como sofreu Gonçalves Dias, o poeta de nossa terra (palmeiras, sabiá,
saudades), ao ver o seu grande amor casar com outro homem.
Todo
o sofrimento é engrama do passado incrustado em nosso viver, como a vida é
movimento, o que estava incrustado tende a dissolver-se nesse movimento
renovador. Olhar sempre o horizonte e ver nele a luz em cada amanhecer.
A
condição essencial para ser feliz é
viver inteligentemente. A inteligência acima das emoções e deixar que nossos
atos tenham a direção que lhe é própria.
A
emoção é o despertar daquilo que gostamos. Com justa razão, o reflexo do que
pensamos, no campo do desejo, atrai as pessoas que possuem essas mesmas
características, estabelecendo um vínculo.
E
com maior ênfase, as pessoas do mesmo enredo comportamental tendem a se
aproximar, nos liames das responsabilidades, pois nada no universo fica
incompleto. O que começou, em olhares aparentemente ingênuos, exige a
complementação.
O
caminhar de quem vive das emoções é bastante oscilante, vai depender,
inclusive, da oscilação das pessoas que seguem impulsionadas pelos mesmos gestos.
Não sabem a razão por que
gostam de alguém.
Às vezes, confundem o acessório com o essencial, nos detalhes que vão
desde o cabelo, a roupa, etc., sem penetrar na essência do querer.
Quando
as emoções não são filtradas pela inteligência, gera um vazio que leva à
depressão, pois não houve identificação da finalidade dos encontros. O gostar
se restringe a querer, numa posse ilusória.
Ninguém
pode deter para si o que pertence a Deus, sem ter o risco do sofrimento. Todas
as pessoas que passam por nós, delirantes pela febre das noites escuras, têm
seus vínculos em amores que precisam eternizar o momento, em cumprimento do
efeito ação e reação.
A
rede dos pensamentos que vem do espírito imortal é tão extensa quanto a sua
existência, no campo físico e nos estágios de aprendizado nos horizontes que
ultrapassam suas fronteiras. Nessa rede estão entrelaçados os interesses
maiores de nossa evolução.
Quantas
vezes sentimos uma simpatia forte por alguém que nos desperta a emoção e
queremos logo manter uma ligação afetiva, sem sabermos das circunstâncias em
que se encontram essa pessoa. Sem dúvida, sempre ocorrem outros vínculos de
responsabilidade que a impedem de ter horas livres para desfrutar desse enlevo
embriagador.
É
tão sublime a emoção que sentimos ao vermos pessoas despertando-nos a sensibilidade. São os
encontros de caminhos diversos
que se cruzam conosco para dar
uma mensagem, mesmo que seja tão breve como o abrir de asas das borboletas.
Todos
nós temos um roteiro de caminhar, nele estão os amores que nos sensibilizam a
alma, mas por uma razão secundária, no passado espiritual, não demos o valor
que eles merecem. E, assim, voltam para completar o vazio que passou
despercebido.
Como
são tantos os amores que nos chegam, devemos agir inteligentemente, verificando
o papel que ocupamos em seus relacionamentos, deixando-os livres em seus
caminhos, amando-os cada
vez mais, embora não haja
necessidade de nossa presença para provar-lhes o que
sentimos.
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