Paris é a capital da moda, do
turismo e dos amores em festa. O filme Cover Girl, rodado em 1944, nos Estados
Unidos, mostra como era a vida de manequim, atualmente modelo, sem ainda ter o
glamour que o mundo veio adotar com o
“top model”, contratos milionários, horários rígidos de trabalho e propaganda
internacional muito poderosa.
Nos
Estados Unidos, a era do “top model” teve impulso inicial ao sucesso, nos idos
de 1946, com a Ford Modeling Agency, à frente Eileen Ford (1922/2014), que
começou a se rivalizar com as agências de modelo parisienses. Dois anos mais
tarde, ela teve mais de 30 meninas em seus “books” de modelo, trazendo US$ 250
mil em receitas. [The Telegraph – 11/07/2014].
Segundo
ainda o jornal britânico, os modelos femininos da Ford Models eram altas,
esbeltas, geralmente loiras, de longos pescoços, pernas longas, seios bem
formados como Suzy Parker e Jean Patchett que foram sucedidas por Lauren
Hutton, Kim Basinger, Elle Macphersn, Brooke Shields e Christy Turlington,
entre outras. Esse modelo de modelos mudou muito pouco ao longo das décadas que
se sucederam.
O
prestígio da Ford foi tão grande que muitas modelos passaram a fazer carreira
de sucesso em Hollywood e muitas artistas de cinema passaram a ser modelo da
agência, como Suzy Parker, Jane Fonda, Ali MacGraw, Brooke Shields, Candice
Bergen, Kim Basinger, Lauren Hutton e Jean Shrimpton. [The Telegraph –
11/07/2014].
Nos
idos de 1971, a Elite Model Management, de John Casablancas (1942/2013), cedeu
modelos ou teve modelos compartilhados com a Agência Eileen Ford, em Nova York.
Mas, a parceria não deu certo, segundo Casablancas porque “ela era uma
puritana”, alguns diziam que a agência dela parecia um convento. A primeira
supermodelo de Casablancas foi Christie Brinkley, depois vieram Cindy Crawford,
Naomi Campbell, Claudia Schiffer, Gisele Bündchen [The Guardian – 24/07/2013].
No
Brasil, o primeiro desfile de manequins aconteceu em 17 de julho de 1944,
promovido pela Maison Canada-de-Luxe ou,
simplesmente, Casa Canada que foi a pioneira da alta costura no Brasil, uma
loja de roupas importadas de Paris que tinha à frente de trabalho as irmãs Mena
Fiala e Cândida Gluzman [Seixas, 2002].
Hipódromo
da Gávea – Jockey Club Brasileiro promovia e ainda promove, anualmente, o
Grande Prêmio Brasil, Copacabana Palace com festas em seus salões, Theatro
Municipal do Rio de Janeiro, com óperas
e concertos de galã, havia sempre a presença da high society que usava chapéus
e roupas da Canada-de-Luxe.
Os
colunistas sociais da época, Maluh de Ouro Preto, Jacinto de Thornes, Maneco
Muller e Ibrahim Sued comentavam os eventos sociais que incluiam o nome de
Carmen Mayrink Veiga, Beki Klabin, Teresa Souza Campos e Lourdes Catão, entre
tantas outras socialités. Era ainda o tempo da mexicana Gloria Guinness (1913/1980)
e da húngara, radicada nos EE.UU., Zsa Zsa Gabor, senhoras da moda e da
elegância.
Graças
à participação no programa Flávio Cavalcanti, em 1970, Dener Pamplona de Abreu
(1937/1978) teve divulgado o seu trabalho de estilista de alta costura. Nos
idos de 1965, a modelo Maria Stella Splendore casou-se com Dener. Outro
estilista de renome foi Clodovil Hernandes (1937/2009), alcançou o estrelato
como apresentador de televisão em diversas emissoras, com passagem pela Câmara
dos Deputados, em Brasília.
Por
falar em Dener, lembramo-nos do jogador Dener (1971/1994) que passou pela
Portuguesa, Grêmio e Vasco, jogador da seleção brasileira em 2 jogos, encantou
os olhos de Maradona que o viu jogar. Era o Neymar da época, como se dizia. O
local do acidente do carro que o levou à morte ainda é hoje uma referência,
quase em frente ao Clube Naval Piraquê, onde as pessoas passam venerando-lhe à
memória. Negociado com o Stuttgart, iria encantar a Europa, onde estava o
jogador Dunga [Globo.com – 15/04/2014].
Os
jornais da época diziam que ele morreu dormindo no banco de carona do seu carro
Mitsubishi branco, isto leva-nos a pensar que no sono o corpo astral se
desprende do corpo físico, ficando apenas uma pequena percentagem para
movimentar os órgãos. Fácil para ele contemplar a vida em outra dimensão onde
chegou como atleta vitorioso.
Retomando
ao tema central, a profissão “top model” é altamente rentável, mas como existe
a competitividade no mercado no mundo da moda, a luta é acirrada, cabendo
apenas alguns esse triunfo e glória. A brasileira Gisele Bündchen é, sem
dúvida, a nossa estrela maior.
É
sempre bom nos lembrar da trajetória de artistas que foram reverenciados por
milhões de pessoas, fazendo a alegria de todos, em momentos em que nos
identificamos com a moda, o cinema e o futebol.
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